Argamassa cimentícia garante desempenho ao concreto

Materiais trocaram a aderência mecânica pela aderência química, com foco em sistemas industrializados do concreto

Marcelo Borba Guimarães, da ABAI: novas argamassas cimentícias dispensam chapisco, emboço e reboco Crédito: Cia. de Cimento Itambé
Marcelo Borba Guimarães, da ABAI: novas argamassas cimentícias dispensam chapisco, emboço e reboco
Crédito: Cia. de Cimento Itambé

A argamassa clássica, com areia, cimento, cal e água, não atende mais à construção civil moderna. As novas argamassas cimentícias priorizam o desempenho térmico e o desempenho acústico, a fim de que a obra atenda requisitos da ABNT NBR 15575 (Norma de Desempenho). São materiais que trocaram a aderência mecânica pela aderência química, com foco em sistemas industrializados à base de concreto, como alvenaria estrutural com blocos de cimento e paredes de concreto

As novas argamassas cimentícias dispensam chapisco, emboço e reboco. Para fachadas externas, algumas usam minúsculos grãos de EPS (Poliestireno Expandido) ou vermiculita como agregados leves, o que melhora os fatores termoacústicos. Para revestimento interno, não é diferente. Já existem argamassas cimentícias para acabamento fino. São produtos que aderem ao concreto ou ao bloco pré-fabricado de cimento. Aplicados com camadas milimétricas ficam prontos para receber as demãos de tinta, após serem lixados.

Segundo o representante da ABAI (Associação Brasileira da Argamassa Industrializada), o engenheiro químico Marcelo Borba Guimarães, que palestrou na Concrete Show 2019, as vantagens dessas novas argamassas para fachadas externas e acabamento interno é que, além de atender a Norma de Desempenho, elas apresentam alta resistência à umidade. Em sua apresentação, ele ainda mostrou argamassas especiais, para o uso em grandes obras de infraestrutura. 

Como as argamassas cimentícias com polímeros orgânicos, que permitem que elas se autorreparem. O produto usa o mesmo tipo de bactéria testada na Universidade Técnica de Delft, na Holanda, para a regeneração do concreto. “Essas bactérias geram carbonato e fecham as fissuras que venham a surgir na argamassa. Apesar de mais cara, sua aplicação diminuiria muito o custo de manutenção de viadutos e pontes, principalmente nas cidades”, avalia Marcelo Borba Guimarães. 

Evolução das argamassas veio para atender à industrialização da construção civil

O engenheiro químico citou também argamassas com propriedades antichamas e anticorrosivas, assim como as que aprisionam elementos tóxicos e radioativos. “Em Fukushima (Japão), onde uma usina nuclear teve vazamento após ser atingida pelo tsunami, foi usada uma argamassa com gel polimérico para selar o vazamento, e com excelentes resultados”, revela.

Marcelo Borba Guimarães lembra ainda que a evolução das argamassas cimentícias vem para atender aos processos de industrialização da construção civil, aos novos sistemas construtivos e ao grande espectro de texturas que envolvem os novos materiais de construção. “Hoje se sabe que uma argamassa de fachada externa tem propriedades únicas, da mesma forma que as argamassas para revestimento e as argamassas para áreas úmidas, como os banheiros. Por isso, a aderência química revolucionou o setor de argamassas, o que garante cada vez mais durabilidade à obra”, relata.

O representante da ABAI concluiu sua palestra na Concrete Show 2019 com um alerta sobre quais devem ser características das novas argamassas. “Aderência melhorada, deformação melhorada e proteção contra a entrada da água. Essas são as três propriedades das novas argamassas para atender aos requisitos da construção civil moderna”, finaliza.

Entrevistado
Reportagem com base na palestra “Como ampliar o desempenho de argamassas cimentícias”, do engenheiro químico Marcelo Borba Guimarães, representante da ABAI (Associação Brasileira da Argamassa Industrializada), dentro da Concrete Show 2019

Contato: concrete@concreteshow.ubm-info.com

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330



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