Ar no concreto: pesquisa busca descobrir volume ideal
Estudo desenvolvido nos Estados Unidos quer melhorar eficácia do bombeamento em canteiros de obras
Tyler Ley, professor da Oklahoma State University, está entre os pesquisadores mais respeitados do mundo quando o assunto é concreto. Desde 2015, ele se dedica a descobrir o quanto a incorporação de ar afeta o desempenho do concreto. A pesquisa é motivada por duas razões: a crença de que o bombeamento reduz a quantidade de ar no material e a suspeita de que os agentes químicos que prometem estabilizar as bolhas na mistura não cumprem com suas funções como fazem crer.
Ao longo desses 5 anos, Tyler Ley já fez uma série de descobertas, o que levou ele e sua equipe a desenvolverem um aparelho capaz de medir a quantidade de ar no concreto em processo de endurecimento: o Super Air Meter. Por meio de um corpo de prova, o equipamento analisa o tamanho das bolhas de ar e a distribuição delas dentro do material. Os dados fornecidos ajudam a detectar com melhor precisão a qualidade e o desempenho do concreto, e como as especificações pedidas em projeto impactam os vazios de ar.
O estudo coordenado por Tyler Ley ainda não está concluído, mas o professor se diz convicto de que bolhas pequenas (medindo 0,2 milímetro, em média) e uniformemente distribuídas são mais eficazes que grandes volumes concentrados de ar, quando se trata de fornecer resistência ao concreto. Mas como atingir esse padrão? A pesquisa indica alguns caminhos, no caso do concreto dosado em central e bombeado no canteiro de obras. Entre eles, controlar a pressão do bombeamento, utilizar tubulações com diâmetro correto para as especificações do concreto, evitar agregados pobres e tomar precauções quando se utilizar a bomba-lança e o braço formar um arco para atingir a área de concretagem.
Nove países que seguem as normas da ACI já utilizam conclusões da pesquisa
Outra conclusão da pesquisa é que medir a quantidade de ar no concreto, logo após o bombeamento, não é o procedimento mais indicado. Depois de vários testes em laboratório e em canteiros de obras, a equipe da Oklahoma State University detectou que o bombeamento comprime as bolhas e que elas demoram um tempo até que se recomponham. Isso levou os pesquisadores a concluírem que testar o concreto fresco logo após ter sido lançado na obra não resulta em uma medição eficaz da quantidade de ar no material.
O sugerido pela equipe é que a amostra seja coletada antes do bombeamento ou na fase do endurecimento, quando já ocorreu a acomodação do ar dentro do material. Por isso, pode ser mito a crença de que o bombeamento de concreto reduz os vazios de ar. É o que o professor Tyler Ley suspeita. “Como estamos desafiando uma crença existente, precisamos provar sem sombra de dúvidas que a entrada de ar retorna após o bombeamento e antes da cura. Isso exigirá muitas outras medições de campo”, afirma.
Por fim, o pesquisador avalia que o avanço do estudo trará respostas muito mais conclusivas. “Se pudermos estabelecer um padrão nos resultados, tanto nos Estados Unidos quanto em outros países, e em diferentes situações, saberemos que podemos fazer recomendações sólidas sobre como projetar melhor as misturas de concreto para torná-las mais fáceis de bombear e sem comprometer a qualidade do material”, diz. Atualmente, as respostas obtidas pela pesquisa até aqui já influenciam a produção de concreto dosado em central nos Estados Unidos e em outros 8 países da América Central que seguem as normas da ACI (American Concrete Institute).
Veja detalhes da pesquisa coordenada pelo professor Tyler Ley
Acompanhe o canal de Tyler Ley no YouTube
Entrevistado
Tyler Ley, Ph.D em engenharia estrutural e professor na Oklahoma State University
Contato
tyler.ley@okstate.edu
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