Agronegócio é ambiente fértil para obras pré-fabricadas

Setor da economia que não conhece crise vira nicho para a construção industrializada, principalmente nos estados da região sul do Brasil

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Por: Altair Santos

A indústria da construção industrializada quer, cada vez mais, tornar-se parceira do agronegócio. Não só construindo galpões para confinamento de animais, frigoríficos, abatedouros, centros de distribuição e logística, mas também atuando na melhoria de portos, rodovias e ferrovias. Trata-se de um segmento em que a crise tem causado baixo impacto e onde as obras pré-fabricadas se encaixam perfeitamente. Por dois motivos: a rapidez com que são erguidas e o envolvimento de concretos especiais, que resistem ao ambiente hostil imposto pelo confinamento e o abate de animais.

Frigorífico na região de Castro, no Paraná: obra exige concretos especiais e gera demanda para a construção industrializada
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A prova de que o agronegócio e a construção industrializada se aproximaram em 2015 foi constatada pela presidente-executiva da ABCIC (Associação Brasileira da Construção Industrializada do Concreto), Íria Doniak, em visita a parceiros localizados no estado de Santa Catarina. “Encontrei-me com um associado da ABCIC localizado na região de Chapecó-SC e a indústria estava funcionando em três turnos. A explicação que ouvi era que o agronegócio estava demandando muitas obras pré-fabricadas”, relata. Para a engenheira civil, trata-se de um segmento que possui total sintonia com as obras em concreto industrializado.

Um dos motivos é que o agronegócio exige velocidade nas construções. A safra não espera e precisa de silos, galpões para armazenamento e centros de logística. Da mesma, a agropecuária também necessita que suas demandas sejam atendidas rapidamente, e com um ponto relevante: a qualidade do concreto. “Os frigoríficos têm um ambiente bastante agressivo para o concreto, por causa dos vários tipos de rejeitos, e isso requer um material com durabilidade e vida útil elevada. Tudo isso está relacionado ao contexto da construção industrializada”, destaca Íria Doniak.

Internet e energia eólica
Outros segmentos que também têm gerado obras para a construção industrializada são o de vendas pela internet e o de energia eólica. Com a expansão do comércio online, as empresas ligadas a esse setor passaram a investir em centros de logística. Além disso, a evolução dos pré-fabricados permite que o concreto de alto desempenho substitua as estruturas de aço no suporte das hélices e dos geradores de energia eólica. “Isso cria uma compensação para o setor. Se em 2015 as obras de infraestrutura e habitacionais encolheram, por outro lado novos nichos se abriram para a construção industrializada”, ressalta a executiva da ABCIC.

Mesmo assim, o tipo de obra que mais absorve estruturas pré-fabricadas ainda é o de shopping centers. Em 2015, de acordo com o relatório anual da ABCIC, 30,1% do concreto industrializado produzido no país foi destinado a esse tipo de obra. Em comparação a 2014, houve aumento, pois no ano anterior os shopping centers absorveram 20,3% do total produzido pela construção industrializada. Já as obras de infraestrutura retraíram. Em 2014, representaram uma fatia de 14,3% no consumo de concreto industrializado. Já em 2015, a demanda esteve em 8,4%.

Por esse motivo, a percepção dominante no setor é de que houve queda na produção de concreto industrializado em 2015. Segundo o anuário da ABCIC, 30% dos associados indicaram redução na produção e 12,5% indicaram aumento. Parte destes indicadores positivos veio das indústrias localizadas nos estados do sul do Brasil (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul) e das oportunidades geradas pela nova fronteira da construção pré-fabricada: o agronegócio.

Entrevistada
Engenheira civil Íria Doniak, presidente-executiva da Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto (ABCIC)
Contato: abcic@abcic.org.br

Crédito foto: Divulgação

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


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