A inovação na construção civil

A indústria da construção é uma das principais responsáveis pelo crescimento econômico do Brasil na última década. Mas essa indústria precisa se modernizar afirma o engenheiro Luiz Henrique Ceotto.

Industrializar a construção é preciso

Por: Michel Mello

A indústria da construção é uma das maiores responsáveis pelo crescimento econômico do Brasil na última década. Dados do Produto Interno Bruto (PIB) mostram que 18% do PIB brasileiro são resultados do bom desempenho do setor da construção civil. E não para por aí. Impulsionadas pelas linhas de crédito junto à Caixa Econômica Federal (CEF), os programas habitacionais do governo federal como o Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV) e o Programa de Aceleração do Crescimento I e II (PAC I e PAC II), indicam que o crescimento deve manter-se. Mas para continuar em ritmo sustentável de crescimento é necessário que a indústria da construção se modernize e se industrialize.

Para o engenheiro civil e mestre em estruturas, Luiz Henrique Ceotto, diretor sênior de Projetos e Construção do departamento de Design e Construção (D&C) da Tishman Speyer no Brasil, afirma que, “a industrialização da construção significa um aumento de produtividade. E para isso é preciso mudar a mentalidade dos construtores e engenheiros no país”. Sobre inovações e industrialização do setor entrevistamos Luiz Henrique Ceotto.

Ceotto: São as gambiarras as principais responsáveis pelas patologias em obras

Por quais motivos a construção civil não se industrializa (moderniza)?
Ceotto:
O setor da construção pouco se industrializou. Esse desenvolvimento foi pequeno, tímido ainda. E acho que em virtude desses 30 anos de crise econômica que o país atravessou. Porque, de fato, apenas nos últimos cinco anos a economia brasileira respirou. Estamos ainda começando, veja, por exemplo, o aumento de renda média do trabalhador brasileiro, que melhorou, mas ainda está muito aquém de ser o ideal.

E com a indústria da construção é a mesma coisa porque ela depende de capital de financiamento intenso. Então isso se traduz em um medo generalizado do setor que leva a esse conservadorismo sectário. Principais obstáculos à industrialização do setor da construção civil:

Realidade econômica;
Baixa rentabilidade; e
Ciclos de produção muito longos.

O senhor cita métodos arcaicos e ultrapassados na construção. O que poderia ser feito pelas diversas entidades que congregam o setor para a efetiva modernização?
Ceotto:
Para modernizar a construção civil é necessário agir na formação dos engenheiros. Pois atualmente as universidades reproduzem ciclos arcaicos de formação. Então, em primeiro lugar é importante modernizar os cursos de formação, de pós-graduação e as especializações também. Criar iniciativas de joint-ventures entre empresas, universidades e centros de pesquisa. E ter essas mesmas iniciativas junto a empresas estrangeiras. E é preciso ter mais incentivos a pesquisa em novas tecnologias e sistemas construtivos.

A modernização do setor se trata somente de métodos e equipamentos?
Ceotto:
Basicamente se trata de processos integrados e componentes construtivos de forma integrada e sistêmica com relação às interfaces. É preciso pensar nas condições da obra. E deixar a mentalidade de “dar um jeito” ou “gambiarras” pra trás. Pois é desse tipo de pensamento que surgem as patologias. E desenvolver sistemas pré-engenheirados esquecendo a montagem de obra de maneira artesanal, além de desenvolver competências e sistemas de suporte.

Que argumentos persistem contra a industrialização do setor?
Ceotto:
O principal advento contra a industrialização do setor está na própria mentalidade. E essa mentalidade é reflexo de um histórico de mão de obra desqualificada e barata no país. A produtividade está ligada diretamente a isso. Talvez a partir da entrada em vigor da Norma de Desempenho, a NBR 15575 – Edifícios habitacionais de até cinco pavimentos – Desempenho, as construtoras passem a praticar a uniformidade nos processos construtivos e nas obras de um modo geral. É importante que engenheiros e todos aqueles ligados à construção de um modo geral pensem para além do hoje e do momento. É preciso ter em mente o desenvolvimento do setor.

Entrevistado
Luiz Henrique Ceotto

Currículo
– Engenheiro civil graduado pela Universidade de Brasília (UnB).
– Mestre em Engenharia de Estruturas pela Escola de Engenharia de São Carlos (USP).
– Diretor Sênior de Projetos e Construção departamento de Design e Construção (D&C) da Tishman Speyer no Brasil.

>>Contato: mfreitas@tishmanspeyer.com.br

Silvia Elmor – MTB 4417/18/57 – Vogg Branded Content


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