Construção civil se mobiliza para formar mão de obra
Falta de profissionais ameaça frear o crescimento do setor
Falta de profissionais ameaça frear o crescimento do setor
O aquecimento da construção civil é uma realidade no país. O otimismo, porém, esbarra na falta de profissionais, sobretudo qualificados. A carência atinge tanto o segmento imobiliário residencial quanto o de obras pesadas de infraestrutura.
A questão é tão séria que o problema foi o segundo mais citado entre as empresas pesquisadas na Sondagem da Construção Civil, divulgada no início de fevereiro pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). A escassez de mão de obra perde apenas para a elevada carga tributária entre os fatores mais preocupantes para o crescimento do setor.
O engenheiro civil Euclésio Finatti, vice-presidente da área de Política e Relações do Trabalho do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Paraná (Sinduscon-PR), lembra que, durante muitos anos, trabalhadores da construção civil migraram para outras áreas, buscando oportunidades melhores. Não havia incentivos para que os profissionais continuassem trabalhando na construção. E, sem estímulos, eles não davam sequência a uma formação profissional e acabavam mudando de emprego avalia. Ele acrescenta ainda as precárias condições de trabalho no canteiro de obras e a baixa remuneração como fatores que contribuíram para a evasão destes profissionais.
O cenário, porém, já não é mais o mesmo. As condições de trabalho de uma maneira geral melhoraram muito nos últimos anos e os salários estão aumentando cada vez mais. Hoje as empresas são obrigadas a cumprir uma série de normas que regulamentam o trabalho no canteiro de obras, dando condições mais dignas e seguras ao trabalhador observa Finatti. No entanto, ele ressalta que a falta de informações sobre a realidade atual ainda impede que muitos jovens vejam a construção civil com outros olhos e a encarem como sendo uma boa oportunidade.
Capacitação
A necessidade de contratar funcionários qualificados se dá também pela modernização das técnicas construtivas, as quais exigem conhecimentos sobre a utilização de novos materiais e equipamentos. Por isso a capacitação torna-se fundamental.
Um dos maiores desafios para governo, empresas e entidades do setor, é a capacitação profissional em massa. Diversas iniciativas estão sendo tomadas, mas ainda estão longe de acompanhar o ritmo necessário para atender a demanda. Precisamos buscar alternativas mais inteligentes para atrair esses profissionais ressalta o representante do Sinduscon-PR.
Ele cita a implantação do Plano Setorial de Qualificação (PlanSeQ) da Construção Civil, iniciativa do governo federal executada por estados e prefeituras, exclusiva para beneficiários do Bolsa Família. O plano em si é muito bom. Mas infelizmente muitas vagas do PlanSeQ no Paraná não foram preenchidas por falta de interesse da população lamenta.
Esta, inclusive, é uma das críticas que o engenheiro civil faz em relação à postura dos trabalhadores. Falta comprometimento por parte dos profissionais. Ainda são poucos os que buscam ou que aceitam ser capacitados. Para o engenheiro esta é uma crise genérica de competência, que atinge não só os trabalhadores da base da pirâmide, mas também os profissionais de formação superior.
Além de pedreiros, carpinteiros e eletricistas, Finatti revela que as construtoras também estão à procura de engenheiros qualificados. Está muito difícil achar bons profissionais garante. Segundo um estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), em 2015, o total de arquitetos e engenheiros não suprirá a demanda de empregos em suas áreas. Isso acontecerá se a proporção entre pessoas formadas nas áreas de engenharia, produção e construção e o estoque de empregos formais nas ocupações típicas continuar na razão de 3,5.
Soluções
Entre as possíveis soluções está a capacitação da mão de obra feminina. De acordo com o vice-presidente do Sinduscon-PR, o interesse das mulheres pela área da construção vem aumentando. Prova disso é a crescente participação delas nos cursos ofertados. Já está comprovado que as mulheres são mais cuidadosas, especialmente nos trabalhos de acabamento exemplifica.
A possibilidade de ampliar a oferta de treinamentos no próprio canteiro de obras também poderia, na opinião de Finatti, contribuir para uma maior adesão dos trabalhadores. Não são todos os profissionais que têm disposição para encarar um curso no período da noite, após um dia exaustivo de trabalho. E mesmo os que se dispõem a fazer, acabam não aproveitando tudo o que poderiam por estarem muito cansados acredita.
Sobram vagas na construção
Entre as funções com maior escassez de mão de obra estão:
* Ferreiro
* Servente
* Pedreiro
* Carpinteiro
* Eletricista
* Operador de máquina
* Técnicos e profissionais especializados em alvenaria, concreto, aplicação em revestimentos cerâmicos, montagem de estruturas metálicas e instalação predial.
* Profissionais de terraplanagem e preparação de terrenos.
* Engenheiros
* Topógrafos
PlanSeQ
Saiba mais o PlanSeQ, programa do governo em parceria com ongs e entidades privadas, que oferece cursos gratuitos de qualificação na área da construção civil.
Contato: Assessoria de imprensa Sinduscon-PR – imprensa@sindusconpr.com.br
Vogg Branded Content Jornalista responsável Altair Santos MTB 2330
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