Shoppings evoluem para centros de entretenimento e convivência
Consumidor atual busca não apenas lojas, mas também lazer, gastronomia e serviços

O setor de shopping centers segue em expansão, com previsão de crescimento de 1,6% para 2025, alcançando faturamento de R$ 201,6 bilhões, segundo a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce). Esse aumento ocorre após um avanço de 1,9% em 2024, quando a receita atingiu R$ 198,4 bilhões – o maior patamar desde o início da série histórica da entidade, em 2015. Diante desse cenário, como está a situação dos shopping centers no Brasil?
Para João Souza, empresário e referência no ramo imobiliário na Flórida, o mercado de shoppings no Brasil está vivendo um momento de reinvenção. “Em 2025, a tendência é que as experiências físicas e digitais se complementem cada vez mais, criando um ecossistema omnichannel. O consumidor de hoje (e, ainda mais, o de 2025) busca conveniência, experiências únicas e sustentabilidade. O que percebo é que os shoppings precisam ir além das compras. Eles têm que ser espaços de convivência, onde as pessoas possam se conectar, se divertir e viver momentos especiais”, afirma.
Celso Zaffarani, CEO da Zaffarani Construtora, concorda com essa visão: “O mercado de shoppings no Brasil está passando por um momento de transformação. O modelo tradicional, focado apenas em compras, está dando lugar a um conceito mais amplo de experiência e conveniência. O consumidor atual busca não apenas lojas, mas também entretenimento, lazer, gastronomia e serviços.”
O arquiteto Daniel Szego destaca que, antes voltados apenas para lojas e serviços, os shoppings agora investem cada vez mais em experiências. Essa transformação inclui espaços mais atraentes, com paisagismo, climatização adequada tanto em áreas internas quanto externas, fachadas e corredores mais sofisticados, além de um maior aproveitamento da luz natural. Outro diferencial são as praças internas, que oferecem uma gastronomia mais refinada, ampliando o conceito de lazer e conveniência.
Apostas para 2025
Souza menciona que, para 2025, as apostas são ainda mais ousadas. “Uma delas é a criação de arenas de e-sports e gaming, onde os fãs podem participar de competições e eventos interativos. A realidade mista (XR), que combina realidade aumentada e virtual, também está ganhando espaço nesse segmento. Imagine entrar em uma loja e usar óculos de realidade aumentada para experimentar roupas ou qualquer outro produto antes de comprar”, cita.
As infraestruturas “instagramáveis” também estão em alta nos shoppings. “Esses espaços são projetados para serem fotogênicos e compartilháveis nas redes sociais”, opina Souza.
Além dos tradicionais cinemas, muitos empreendimentos têm investido em teatros, ampliando as opções culturais e atraindo um público que busca experiências além das compras. “Exposições imersivas e interativas em 3D também estão ganhando espaço, tornando os shoppings centros de inovação e cultura”, aponta Zaffarani. – Retiraria estes parágrafos em verde até aqui, creio que são informações que geram menos impacto/relevância.
Shoppings híbridos
De acordo com Souza, uma tendência forte são os shoppings híbridos, que combinam áreas residenciais, coworkings e até hotéis. “Essa é uma forma de maximizar o uso do espaço urbano e de criar verdadeiros pontos de conexão nas cidades”, pontua.
Tendências e técnicas construtivas
De acordo com Zaffarani, as técnicas construtivas estão evoluindo para garantir maior eficiência operacional, flexibilidade e modernização dos espaços. “O uso de estruturas metálicas e sistemas industrializados, como o Light Steel Frame, tem sido uma tendência para garantir velocidade e qualidade nas obras. Além disso, os pré-moldados em concreto vêm se destacando, especialmente em fachadas, permitindo acabamentos mais sofisticados e diferenciados, tornando o visual dos shoppings muito mais atrativo”, destaca.
“A tecnologia sustentável na obra é fundamental, e o entulho, além de não ser sustentável, ficou caro. Por isso, todos estão buscando métodos construtivos que gerem menos resíduo. A ideia é que os projetos sejam definidos com antecedência para evitar adaptações no canteiro de obras, que têm um custo elevado. Além disso, canteiros de obras que podem ser reaproveitados ou desmontados também contribuem para a sustentabilidade da obra”, afirma Szego.
Szego também acredita que a tecnologia nos shoppings está presente em todos os aspectos agora, desde a construção mais rápida e modular até a infraestrutura mais fácil de ser adaptada. Ao contrário do que acontecia antigamente, quando apenas algumas áreas do shopping tinham esgoto, hoje é possível instalar um cabeleireiro, restaurante ou sorveteria com a ajuda de softwares ou métodos construtivos, ampliando essas áreas e tipos de comércio”, explica.
Zaffarani também aponta que outra grande tendência é a aposta em centros comerciais menores, com uma proposta mais acolhedora.
Sustentabilidade
A sustentabilidade é um fator cada vez mais presente nos novos projetos de shopping centers. “Na fase de construção, há um esforço crescente para obter certificações ambientais, como o Green Building e o Aqua Certificate, que garantem que o empreendimento atenda a padrões rigorosos de eficiência energética, gestão de resíduos e uso racional de recursos naturais”, afirma Zaffarani.
Em termos de tendências de técnicas construtivas e arquitetônicas, Souza cita os biossistemas integrados, nos quais a tecnologia simula e integra sistemas naturais, como o reaproveitamento total da água e a ventilação natural dinâmica. “Muitos shoppings estão mirando a energia limpa total, com o objetivo de operar 100% com fontes renováveis até 2025. Isso não só reduz custos, mas também gera um impacto positivo no meio ambiente e perante a comunidade”, comenta.
A questão da recirculação e reuso da água também tem sido uma prioridade. “Muitos shoppings já adotam sistemas de reuso de água para as bacias sanitárias, reduzindo significativamente o consumo hídrico e o impacto ambiental da operação. Essa estratégia, combinada com a captação de água da chuva, otimiza ainda mais o uso dos recursos hídricos”, destaca Zaffarani.
No quesito eficiência energética, há uma grande evolução no uso de sistemas de iluminação em LED, que reduzem o consumo elétrico e a necessidade de manutenção. “Além disso, os novos empreendimentos estão investindo em sistemas de ar-condicionado mais sofisticados, que demandam menos energia para manter o conforto térmico dos ambientes, gerando economia a longo prazo”, aponta Zaffarani.
Souza também cita iniciativas de economia circular, nas quais o shopping incentiva os consumidores a reciclarem produtos, como roupas e eletrônicos, diretamente no local. Outra tendência é a agricultura urbana, com hortas comunitárias integradas aos espaços dos shoppings. “E não podemos esquecer da neutralidade de carbono. Muitos shoppings estão adotando metas ambiciosas para zerar as emissões em toda a cadeia produtiva”, expõe.
Além disso, muitos desses projetos também estão sendo desenvolvidos com um conceito mais aberto e sustentável. “Eles utilizam ventilação natural e grandes áreas verdes, aproximando a experiência dos consumidores da ideia de uma rua comercial ao ar livre”, aposta Zaffarani.
Entrevistados
João Souza cursou Administração de Empresas na Universidade de Fortaleza (Unifor), possui MBA em Empreendedorismo, Gestão e Inovação Pública e Privada; e em Gestão de Pessoas e Liderança para a Inovação. É empresário e diretor-presidente de uma holding que abarca mais de 30 empresas que operam, em diferentes ramos, nos Estados Unidos. O carro-chefe do conglomerado é a 4 Hands Real Estate, da qual Souza é fundador e que o fez se tornar um dos principais nomes do mercado imobiliário americano. Atualmente, a empresa lidera a construção do Absolut One, o maior prédio de Miami, com 84 andares.
Daniel Szego é proprietário do escritório Daniel Szego Arquitetura, que oferece um portfólio variado de projetos residenciais, comerciais e industriais, além de gestão de obras. O arquiteto é conhecido por sua longa experiência no mercado e pela habilidade de conciliar boa arquitetura, comprometimento e experiência em obras com modernidade, inovação, sustentabilidade e segurança na execução.
Celso Zaffarani é CEO da Zaffarani Construtora, uma empresa especializada no desenvolvimento de empreendimentos de alto padrão, com um olhar inovador para o mercado imobiliário de luxo. Com expertise em projetos diferenciados, a construtora tem acompanhado de perto a transformação dos shoppings centers em hubs multifuncionais, um fenômeno que tem impactado diretamente a valorização imobiliária em seu entorno.
Jornalista responsável:
Marina Pastore – DRT 48378/SP
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