Perspectivas para o mercado imobiliário em 2025
O desafio não é a demanda, mas oferecer produtos que atendam ao orçamento e às preferências dos consumidores
Um estudo da Mordor Intelligence apontou que o mercado imobiliário residencial no Brasil, em termos de valor de transação, deverá crescer de US$ 59,61 bilhões em 2024 para US$ 77,54 bilhões até 2029, com um CAGR (Taxa de Crescimento Anual Composta) de 5,40% durante o período de previsão (2024-2029). Diante deste cenário, como deve ser o desempenho do setor em 2025?
De acordo com Fábio Tadeu, CEO da Brain Inteligência Estratégica, 46% das famílias brasileiras têm interesse em comprar um imóvel, e 6% já estão ativamente visitando propriedades. “O Brasil possui aproximadamente 70 milhões de lares, o que significa que cerca de 3,5 milhões de famílias estão atualmente buscando imóveis, sejam novos ou usados. É um número expressivo. A demanda não é o problema”, destaca.
Além disso, 28% dessas pessoas planejam realizar a compra em até um ano, enquanto 6% desejam adquirir um imóvel nos próximos seis meses, representando cerca de 1,8 milhão de famílias com alta probabilidade de compra, desde que o imóvel atenda às suas condições financeiras e preferências. “O desafio não está na falta de demanda, mas em oferecer produtos que se encaixem no orçamento e nos desejos desses consumidores”, conclui.
Ricardo Gontijo, CEO da Direcional Engenharia, salienta que os desafios no cenário macroeconômico à frente não são pequenos. Por outro lado, ele aponta que é fundamental que o setor esteja preparado para oferecer produtos que atendam às necessidades e expectativas das famílias.
“Se esse cenário se concretizar, com produtos alinhados ao que essas famílias buscam e com acesso facilitado ao crédito, posso afirmar que estamos otimistas. Nosso foco é manter o crescimento nos volumes de lançamentos e vendas. Em termos de terrenos e projetos em aprovação, contamos com uma posição confortável. Se houver demanda e conseguirmos adequar o perfil desses clientes às condições de crédito oferecidas pelos bancos, temos uma perspectiva positiva para o próximo ano. Estamos preparados e ajustaremos nossa operação constantemente para atender essa demanda. Apesar dos desafios, as perspectivas para o próximo ano são promissoras”, assegura Gontijo.
Desafio do saque-aniversário do FGTS
Para Renato Correia, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), o fim do saque-aniversário do FGTS é crucial para o setor, pois libera entre R$ 30 a 35 bilhões anuais que poderiam ser aplicados em novos empreendimentos, gerando emprego e recomposição econômica. “Atualmente, o setor enfrenta desafios como a tendência de alta da Selic, que reduz recursos da poupança e ameaça dificultar o financiamento habitacional. Apesar do orçamento do FGTS para 2025 estar mantido, o impacto inflacionário limita o número de unidades possíveis de serem financiadas”, destaca Correia.
Para superar essas barreiras, o presidente da CBIC acredita que é essencial priorizar recursos do FGTS em novos projetos e buscar alternativas inovadoras para fazer mais com menos. “O setor já demonstrou resiliência e capacidade de adaptação em cenários adversos. Mesmo com boas perspectivas de demanda e emprego, a limitação de funding (captação de recursos para investimento) exige criatividade e eficiência para viabilizar empreendimentos, especialmente em um ambiente de juros elevados. Com esforço conjunto e inovação, é possível melhorar o cenário e garantir a sustentabilidade do mercado”, sugere.
Rodrigo Osmo, CEO da Construtora Tenda, compara a situação do saque-aniversário à das bets. “Os bancos têm destacado o impacto negativo das apostas esportivas (“bets”) no mercado de crédito, e uma situação semelhante ocorre com o FGTS, por meio do saque-aniversário. Esse mecanismo permite ao trabalhador retirar recursos imediatamente, muitas vezes para consumo imediato, comprometendo sua segurança financeira futura. O problema é agravado pela crescente utilização do saque-aniversário para contrair dívidas”, alerta.
Osmo lembra que, desde sua criação em 2020, os números impressionam: em 2023, R$ 38 bilhões foram retirados via saque-aniversário, valor 50% superior ao destinado à moradia (R$ 23 bilhões). Além disso, atualmente, R$ 100 bilhões das contas do fundo, que somam cerca de R$ 500 bilhões, estão comprometidos com dívidas.
Imóveis de alto padrão
De acordo com Diego Villar, CEO da Moura Dubeux, nos últimos 24 meses, mais de 60% dos projetos da empresa foram voltados ao mercado de alto padrão e luxo, com clientes que, majoritariamente, financiam seus imóveis com recursos próprios. “Para este público, a confiança na economia – medida por crescimento do PIB, geração de empregos e renda – é um fator determinante, independentemente de variações moderadas da Selic. Em períodos de juros mais altos, essa classe econômica consegue multiplicar sua renda por meio de aplicações sofisticadas, investindo parte dela em imóveis como forma de diversificar patrimônio e melhorar a qualidade de vida”, comenta.
A localização é o principal critério de decisão para o cliente de alta renda, superando outros atributos do imóvel. “Além disso, o design dos empreendimentos tem evoluído: cozinhas integradas às salas, áreas de lazer mais enxutas, porém de alta qualidade, academias profissionalizadas, espaços gourmet, quadras de tênis e diferenciais como elevadores exclusivos e garagens personalizadas são tendências marcantes”, afirma Villar.
Bruno Cassola, empresário, administrador de empresas e corretor de imóveis especializado em ativos de alta rentabilidade, vê para 2025 uma clara tendência de empreendimentos que integram tecnologia de ponta e práticas sustentáveis, a possibilidade de personalização, como a otimização de plantas e a escolha de materiais e acabamentos, além de apartamentos mais espaçosos – diferentemente do que era percebido nos últimos anos no país.
Para 2025, Villar acredita que o cenário é promissor, desde que o Brasil apresente crescimento econômico. “Apesar dos desafios enfrentados, como as reformas tributárias que impactam o setor, os incorporadores têm demonstrado resiliência. O mercado já superou obstáculos como distratos e a falta de sofisticação financeira, o que reforça a capacidade do setor de se adaptar e prosperar”, conclui.
Fontes
Fábio Tadeu, CEO da Brain Inteligência Estratégica.
Ricardo Gontijo, CEO da Direcional Engenharia.
Renato Correia, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
Bruno Cassola, empresário, administrador de empresas e corretor de imóveis especializado em ativos de alta rentabilidade.
Diego Villar, CEO da Moura Dubeux.
Rodrigo Osmo, CEO da Construtora Tenda
Jornalista responsável:
Marina Pastore – DRT 48378/SP
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