“Construção Brasil 2024” debate inovação e crescimento no setor

Evento discutiu industrialização da construção civil e investimentos para potencializar construtoras

Em outubro, foi realizado o evento Construção Brasil 2024, dedicado à discussão de estratégias inovadoras, transformações tecnológicas e oportunidades de crescimento no setor.

Durante o evento, foram debatidos temas como construção industrializada, novas tecnologias aplicadas a métodos construtivos e novos modelos financeiros voltados ao segmento.

Dentre os palestrantes, destacou-se José Carlos Martins, presidente do Conselho Consultivo da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), que abriu o dia discutindo o futuro da construção industrializada. Marcelo Xavier (Senior), Lauro Ladeia (diretor técnico da Tegra) e Felipe Motta (gestor de Obras da MRV) participaram do painel sobre “Tecnologias inéditas e métodos construtivos”. Outros nomes de peso incluíram Gustavo Cambaúva, sócio do BTG Pactual, e Fábio Moraes, vice-presidente da Brookfield, que trouxeram insights sobre as oportunidades financeiras no setor.

Confira alguns dos principais temas do evento sob a ótica de Cíntia Tertuliano, head de Produto Construção na Senior Sistemas.

Futuro da construção industrializada no Brasil

Alguns pontos-chave para o desenvolvimento desse modelo no país são a adoção de tecnologias avançadas, como a metodologia BIM (Building Information Modeling). Crédito: Envato

De acordo com Cíntia, o futuro da construção industrializada no Brasil tende a ser promissor, especialmente com a crescente busca por eficiência, sustentabilidade e inovação tecnológica no setor. “Alguns pontos-chave para o desenvolvimento desse modelo no país são a adoção de tecnologias avançadas, como a metodologia BIM (Building Information Modeling), soluções de inteligência artificial (IA), Internet das Coisas (IoT), automação, robótica e impressão 3D. A sustentabilidade será foco, mirando a redução de resíduos, eficiência energética e o uso de materiais sustentáveis”, informa.

Além disso, Cíntia acredita que a industrialização tem o potencial de atender de maneira rápida e econômica à crescente demanda por moradias e infraestrutura, especialmente em projetos de habitação social. “Para acelerar esse processo, incentivos governamentais com políticas públicas e incentivos fiscais serão essenciais para a adoção da construção industrializada. O governo pode estimular o setor ao priorizar tecnologias inovadoras em obras públicas e ao desburocratizar processos”, opina.

A modernização do setor também exigirá a capacitação da mão de obra, preparando profissionais para operar equipamentos tecnológicos, lidar com processos mais avançados e proporcionar a integração com a Indústria 4.0, otimizando processos e permitindo a previsão de falhas por meio de tecnologias como IoT, IA e Big Data, segundo Cíntia. “Soluções modulares e pré-fabricadas também deverão ganhar força, principalmente em setores como saúde, educação e empreendimentos comerciais, devido à sua rapidez e versatilidade”, pontua.

No entanto, Cíntia alerta que a evolução desse modelo exige ainda uma mudança cultural no setor, substituindo a mentalidade tradicional de obras “in loco” por uma visão de longo prazo focada em qualidade, planejamento e execução eficiente.

Modelos financeiros inovadores para o crescimento da construção civil 

Cíntia destaca que modelos financeiros inovadores têm o potencial de impulsionar significativamente o crescimento da construção civil no Brasil, ao facilitar o acesso a recursos, mitigar riscos e incentivar a adoção de tecnologias mais eficientes. “Enquanto os modelos tradicionais enfrentam limitações, como altos custos de juros e pouca flexibilidade para atender às novas tendências tecnológicas, alternativas modernas oferecem soluções mais alinhadas às necessidades do mercado”, afirma.

Entre essas opções, Cíntia ressalta:

  • Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs) com foco em construção industrializada;
  • Modelos de Project Finance para grandes empreendimentos;
  • Plataformas de Crowdfunding Imobiliário, que democratizam o acesso ao investimento;
  • Contratos de Parceria Público-Privada (PPP) para projetos estruturais;
  • Modelos baseados em energia sustentável e créditos de carbono, promovendo eficiência energética;
  • Aluguel com opção de compra (Built-to-Rent-to-Own), uma solução acessível e inovadora;
  • Microfinanças para pequenos construtores, fomentando o empreendedorismo no setor;
  • Financiamento com pagamento baseado no desempenho (Performance-Based Finance), vinculado a metas claras;
  • Tokenização de ativos imobiliários, trazendo agilidade e segurança ao mercado;
  • Seguros de garantia de construção, que oferecem maior confiança a investidores e parceiros.

Captação de investimentos

Para atrair investimentos em um cenário econômico instável, as incorporadoras precisam adotar estratégias que combinem gestão rigorosa, inovação e diversificação, segundo Cíntia. “Entre as principais práticas estão reforçar a governança corporativa e garantir transparência, apresentar relatórios financeiros auditados e assegurar compliance para fortalecer a confiança dos investidores. É preciso também diversificar as fontes de financiamento para ampliar o acesso a recursos por meio de crowdfunding, parcerias institucionais e emissão de debêntures incentivadas. Além disso, essas incorporadoras podem focar em projetos resilientes, priorizando habitação econômica, empreendimentos de uso misto e projetos sustentáveis para diversificar receitas e reduzir riscos”, propõe.

De acordo com Cíntia, outros pontos relevantes que podem ser observados são o investimento em inovação e novas tecnologias, bem como o gerenciamento de riscos, visando controlar custos, proteger-se contra flutuações cambiais e oferecer garantias sólidas para atrair investidores. “Outra dica é desenvolver estratégias de marketing focadas para investidores, criando pitches claros e atrativos, destacando cases de sucesso e alinhando-se aos critérios ESG para maior credibilidade”, menciona.

Cíntia também indica a importância de monitorar o cenário econômico e ajustar estratégias com base em taxas de juros, demandas locais e mudanças regulatórias para aproveitar oportunidades. “Por fim, pode-se apostar em parcerias público-privadas para viabilizar projetos de habitação e infraestrutura em tempos desafiadores”, conclui.

Entrevistada

Cíntia Tertuliano, head de Produto Construção na Senior Sistemas.

Contato: Assessoria de imprensa – centralpress@centralpress.com.br


Jornalista responsável:
Marina Pastore – DRT 48378/SP
Vogg Experience

A opinião dos entrevistados não reflete necessariamente a opinião da Cia. de Cimento Itambé.



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