Estudo mostra perfil do trabalhador da construção civil no país

Perfil típico de um trabalhador da construção civil é homem, tem cerca de 41 anos e o ensino fundamental incompleto

A escassez de mão de obra na construção civil é uma preocupação constante e tem sido amplamente debatida em eventos como o Modern Construction Show e Concrete Show. Com o objetivo de compreender melhor o perfil dos trabalhadores do setor e enfrentar esse grande desafio, o SindusCon-SP encomendou um estudo à consultoria Ecconit, intitulado “Caracterização do perfil socioeconômico da mão de obra do setor da construção civil brasileira e paulista”.

“Este estudo traz uma base sólida para enfrentamento da falta de mão de obra. Estamos atuando em diversas frentes para encontrar alternativas para esta questão, como o incentivo à industrialização, a capacitação de profissionais e a busca de novos ingressantes no setor”, Yorki Estefan, presidente do SindusCon-SP.

Perfil demográfico do trabalhador da construção civil

Entre 2012 e 2023, a informalidade na construção civil brasileira aumentou de 63,1% para 67%. Crédito: Envato

De acordo com o estudo, os profissionais atuantes na construção civil brasileira, incluindo assalariados com ou sem carteira assinada e trabalhadores por conta própria, tanto formais quanto informais, somam 7,065 milhões de pessoas

Desses, 1,582 milhão estão no estado de São Paulo, conforme dados de 2023. No cenário nacional, o perfil típico do trabalhador do setor é de um homem com aproximadamente 41 anos, que possui ensino fundamental incompleto. A maioria atua de forma autônoma e informal, dedicando cerca de 37,9 horas por semana à atividade e recebendo uma renda média mensal de R$ 2.116,13 no ano passado. As mulheres representam apenas 4,4% desse contingente.

No Estado de São Paulo, o trabalhador médio da construção civil também é homem, porém com cerca de 43 anos e ensino fundamental completo. A maior parte trabalha de maneira autônoma e informal, cumprindo uma jornada semanal de aproximadamente 38,8 horas e registrando uma renda média mensal de R$ 2.552,99 em 2023.

“Ao cruzarmos estes dados do estudo com as informações mais recentes do IBGE, nós vimos um processo de envelhecimento que está ocorrendo em toda a economia – e em várias partes do mundo também. Por conta disso, vemos algumas tendências nas projeções. Se em 2020, temos cerca de 65% da população na faixa etária de 15 a 59 anos, espera-se que em 2070, essa população seja de 50%”, informa Ana Maria Castelo, sócia da Ecconit. 

Formalidade x informalidade

Entre 2012 e 2023, a informalidade na construção civil brasileira aumentou de 63,1% para 67%, enquanto a remuneração média se manteve estável, com alta de 0,3% no período, mas cresceu 10,3% em relação a 2019. 

Em São Paulo, a informalidade recuou de 63,6% para 62,6%, mas a remuneração média caiu 4,5%, apesar de um aumento de 9,8% em comparação a 2019.

Trabalhadores formais representam 25,5% dos ocupados no setor nacionalmente, com jornada semanal de 41,5 horas e renda média de R$ 2.859,89 em 2023, um aumento de 2,5% desde 2019. As mulheres compõem 9,2% desse grupo. Em São Paulo, os formais são 27,1% dos ocupados, têm média de R$ 3.661,09 (alta de 8,3% desde 2019) e mulheres representam 12,4%.

Desafios

Ana Maria aponta que a cada ciclo de crescimento, a construção enfrenta o desafio da escassez de mão de obra. “Essa é uma questão que está diretamente associada à sua característica principal – ser bastante intensiva em mão de obra. A participação da ocupação na construção é superior à sua participação no PIB. Apesar de ser um fator positivo o fato de o setor empregar muitas pessoas, é também o calcanhar de aquiles”, explica. 

Além disso, Ana Maria também pontua que ao longo dos anos, a população ocupada no setor melhorou sua formação e tornou-se mais madura, o que é também consequência da dificuldade em atrair jovens. “Vale ressaltar que o envelhecimento é fenômeno da sociedade brasileira que em 2070 terá 38% de sua população com mais de 60 anos. Por outro lado, apenas 25,4% serão homens entre 15 e 59 anos. É um fenômeno não só presente na construção brasileira, está também presente em outros setores. Só que o setor da construção no Brasil vem enfrentando dificuldades adicionais em virtude características atuais desta área”, destaca. 

Dentre outros pontos de atenção elencados por Ana Maria, está a baixa participação das mulheres no setor da construção, além de recursos fundamentais para aumento da produtividade, através de investimentos em maior industrialização. “O uso de processos mais industrializados pode tornar o setor mais atraente para jovens e, principalmente, mulheres. Este é um grupo que possui um potencial muito forte”, indica. 

Em sua conclusão, Castelo sugere investimentos na formação e capacitação dos jovens como forma de divulgar as potencialidades do trabalho no setor. “O Brasil tem cerca de 20% da população brasileira de jovens entre 15 e 29 anos que não trabalham nem estudam. Nós temos um grande desafio de tornar o setor atrativo. Isso também está ligado com a industrialização, modernização. Mas isso não basta – como estamos falando de pessoas que não trabalham nem estudam, precisamos investir na qualificação”, conclui.  

Fonte

Ana Maria Castelo é sócia da Ecconit. Mestre em economia pela Universidade de São Paulo (USP), desde 2010 é coordenadora de Projetos da Construção na Fundação Getulio Vargas/IBRE onde comanda e desenvolve estudos e análises setoriais. É responsável pela divulgação do INCC-M e da Sondagem da Construção da FGV. 

Contato: Assessoria de imprensa Sinduscon-SP: dbarbara@sindusconsp.com.br

Jornalista responsável:
Marina Pastore – DRT 48378/SP
Vogg Experience

A opinião dos entrevistados não reflete necessariamente a opinião da Cia. de Cimento Itambé.



Massa Cinzenta

Cooperação na forma de informação. Toda semana conteúdos novos para você ficar por dentro do mundo da construção civil.

Veja todos os Conteúdos

Cimento Certo

Conheça os 4 tipos de cimento Itambé e a melhor indicação de uso para argamassa e concreto.
Use nosso aplicativo para comparar e escolher o cimento certo para sua obra ou produto.

Cimento Portland pozolânico resistente a sulfatos – CP IV-32 RS

Baixo calor de hidratação, bastante utilizado com agregados reativos e tem ótima resistência a meios agressivos.

Cimento Portland composto com fíler – CP II-F-32

Com diversas possibilidades de aplicações, o Cimento Portland composto com fíler é um dos mais utilizados no Brasil.

Cimento Portland composto com fíler – CP II-F-40

Desempenho superior em diversas aplicações, com adição de fíler calcário. Disponível somente a granel.

Cimento Portland de alta resistência inicial – CP V-ARI

O Cimento Portland de alta resistência inicial tem alto grau de finura e menor teor de fíler em sua composição.

descubra o cimento certo

Cimento Certo

Conheça os 4 tipos de cimento Itambé e a melhor indicação de uso para argamassa e concreto.
Use nosso aplicativo para comparar e escolher o cimento certo para sua obra ou produto.

descubra o cimento certo