Seminário Abcic mostra o papel da industrialização nos desafios da construção

Evento discutiu a aplicação da pré-fabricação em concreto em Edifícios Altos no mundo

Sistemas industrializados permitem a racionalização no uso dos materiais e a redução na emissão do CO2. Crédito: Divulgação Abcic

Com o objetivo de enfatizar a importância de expandir o uso de sistemas construtivos industrializados em obras pelo país, especialmente em edifícios altos, a Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto (Abcic) realizou o 8º Seminário Internacional. Com o tema “A Industrialização da Construção em Concreto – Tecnologias e Soluções Sustentáveis para Verticalização”, o evento foi realizado no dia 16 de outubro, em São Paulo.

Aplicação da pré-fabricação em concreto em Edifícios Altos no mundo

Durante o evento, David Fernández-Ordóñez, secretário geral da International Federation for Structural Concrete (fib), mostrou como está a aplicação da pré-fabricação em concreto em edifícios altos no mundo, enquanto Marcelo Miranda, CEO da Consolis Tecnyconta na Espanha, apresentou o case da Consolis Green Spine Line, enfatizando a contribuição da construção industrializada de concreto para alcançar a neutralidade de carbono.

De acordo com Íria Doniak, presidente executiva da Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto (Abcic), as duas apresentações mostram as diversas possibilidades da aplicação do pré-fabricado de concreto em edifícios altos, uma vez que o sistema construtivo pode ser utilizado de forma integral ou híbrida com outros sistemas. 

“Os exemplos trazidos no boletim da fib, que foi traduzido pela Abcic, apresenta diversos cases realizados em todo o mundo, incluindo em nosso país, o que reforça a vanguarda da engenharia brasileira e o uso das estruturas e fachadas pré-fabricadas de concreto em obras de elevada altura. A linha de pré-fabricados de concreto certificada e sustentável da Consolis é um grande exemplo que os investimentos em tecnologia e inovação trazem grandes resultados não apenas em termos ambientais, mas também econômicos e sociais. É importante ressaltar que, em sua apresentação, Marcelo Miranda mostrou que foi necessário implantar uma mudança dentro da organização para permitir a implementação de ideias inovadoras, sempre com mais governança, transparência e processos definidos”, informa Íria.

Para a presidente executiva da Abcic, a aplicação da pré-fabricação de concreto em edifícios altos no Brasil está em crescimento, assim como em outras áreas. “É uma tendência que veio para ficar, pois o setor da construção precisa vencer desafios como produtividade, escassez de mão de obra, cronogramas mais ousados e neutralidade de carbono”, pontua.

Sobre o tema neutralidade de carbono na construção, Íria destaca que os sistemas industrializados permitem a racionalização no uso dos materiais, a redução na emissão do CO2, a destinação dos resíduos sólidos e líquidos e a redução do consumo de água e energia. Para ela, a construção industrializada pode contribuir para acelerar o processo de desmaterialização da construção através do uso racionalizado de matérias-primas e insumos, com condições favoráveis de controle e implementação de novas tecnologias de concreto.

Potencial das estruturas pré-fabricadas de concreto e a verticalização

Um dos painéis do evento era sobre o “Potencial das estruturas pré-fabricadas de concreto e a verticalização” e contou com as participações dos engenheiros Augusto Pedreira de Freitas (Pedreira Ônix e coordenador da ABNT NBR 16475), Carlos Melo (CMA Engenharia e coordenador da ABNT NBR 9062), Fernando Stucchi (EGT Engenharia e head da Delegação Brasileira junto à fib), Francisco Graziano (Pasqua & Graziano), José Carlos do Amaral (ZMC Consultores), Marcelo Melo (Casagrande Engenharia e fib National Young Members Group) e Ricardo França (França & Associados Projetos Estruturais).

“Os edifícios altos podem ser viabilizados de diferentes tipologias, desde estruturas híbridas que combinam os elementos industrializados com estrutura metálica ou concreto moldado no local até integralmente pré-fabricado, com sistemas em esqueleto, estrutura aporticada ou soluções em painéis portantes, vistos principalmente em países nórdicos, na Bélgica e Holanda”, explica Íria.

Durante o painel, os projetistas de estruturas apresentaram as diferentes possibilidades do uso das estruturas e fachadas pré-fabricadas de concreto em empreendimentos de elevada altura, resultando em benefícios como produtividade, segurança, qualidade, desempenho, durabilidade, atendimento de cronogramas ousados, menor geração de resíduos, melhor uso de matérias-primas, melhor organização do canteiro de obras, precisão técnica, entre outros.

“No painel, os projetistas enfatizaram que as normas brasileiras aplicáveis ao pré-fabricado, como a ABNT NBR 9062 e as normas complementares, estão preparadas para a adoção do sistema construtivo, ou seja, o arcabouço normativo dá respaldo para que sejam feitos projetos para edifícios altos com o pré-fabricado de concreto,” comenta Íria. 

Outro ponto importante foi o estímulo para a aplicação de tecnologias nesse sistema construtivo, como o BIM, materiais mais avançados, como concretos de ultra alto desempenho (UHPC) e aços mais resistentes com menor pegada de carbono, aditivos e sistemas de ligações.

Também foram apresentados cases das arenas esportivas, que foram construídas com o pré-fabricado de concreto, como a Arena Corinthians, o Fonte Nova, entre outros (para a Copa do Mundo), além do Velódromo, Arenas Cariocas e o Centro Olímpico de Tênis, para os Jogos Olímpicos. 

“Essas obras comprovaram que a viabilização de projetos assertivos e adequados traz inúmeras possibilidades do uso do sistema construtivo. Além disso, para se alcançar todos os benefícios da pré-fabricação de concreto, é importante que o projeto seja pensado desde o início com o uso do sistema construtivo, que demanda, por exemplo, um plano de montagem das estruturas. Em uma edificação pré-fabricada, a estabilidade global deve ser garantida também nas fases transitórias de montagem, não apenas no modelo final executado. A montagem e as etapas de enrijecimento da estrutura devem ser avaliadas e planejadas para que essa estabilidade seja assegurada à estrutura em todas as fases da obra”, conclui Íria.

Entrevistada
Íria Doniak é presidente executiva da Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto (Abcic).

Contato:
Assessoria de imprensa ABCIC: sylvia@meccanica.com.br

Jornalista responsável:
Marina Pastore – DRT 48378/SP
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A opinião dos entrevistados não reflete necessariamente a opinião da Cia. de Cimento Itambé.



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