Concreto de alto desempenho ajuda a aumentar a durabilidade de pontes

Palestra do Congresso Brasileiro do Concreto apresentou panorama das pontes rodoviárias brasileiras

Entre os dias 22 e 25 de outubro, ocorreu o 65º Congresso Brasileiro do Concreto em Maceió (AL). O evento deste ano teve como tema “Inovações Tecnológicas nas Construções de Concreto” e uma das palestras apresentadas foi “Panorama Geral das Pontes Rodoviárias Brasileiras”, ministrada por Ademir Santos, sócio-fundador da ADS Engenharia e Inovação e professor aposentado de Pontes e Estruturas de Concreto da Universidade Federal da Bahia (UFBA).

Durante o evento, Santos revelou que o Brasil possui cerca de 120.000 pontes rodoviárias, das quais apenas cerca de 12.000 têm informações consistentes, de acordo com o professor. Ele destacou que, quanto ao estado de conservação (Índice de Condição) das 12.000 pontes “conhecidas”, é possível estimar que:

– 10% delas requerem intervenções de recuperação imediata;
– 20% não requerem recuperação imediata, mas devem ser monitoradas regularmente;
– 70% estão em boas ou excelentes condições.

O palestrante ressaltou que esses dados se referem às pontes sob jurisdição do DNIT, das concessões privadas federais, dos Estados de São Paulo e da Bahia.

Em relação a outros países, Santos mencionou que é difícil estabelecer uma comparação justa, já que apenas cerca de 10% do total de pontes brasileiras têm dados confiáveis. “Diante deste quadro, pode-se afirmar que estamos alarmantemente atrasados em relação aos Estados Unidos ou Europa”, afirmou o professor.

A região Sudeste apresenta pontes com melhores Índices de Condição, enquanto a região Nordeste possui os índices mais baixos. Segundo Santos, o principal fator que causa essa disparidade é a quantidade de recursos disponíveis para manutenção.

Tecnologias para aumentar a durabilidade das pontes

Apenas cerca de 10% do total de pontes brasileiras têm dados confiáveis.
Crédito: Envato

O palestrante destaca que, para as novas pontes, é essencial considerar o uso de concreto de alto desempenho, armaduras menos suscetíveis à corrosão, projetos voltados para uma vida útil prolongada, além de uma fiscalização rigorosa na execução das obras. “Esses fatores certamente contribuirão para uma maior durabilidade das pontes”, comenta.

Para as pontes já construídas, Santos recomenda a implantação urgente de um sistema eficaz de gestão do patrimônio, visando garantir uma maior longevidade das estruturas.

Mudanças climáticas e as pontes

A mudança climática e os eventos extremos, como enchentes, têm impactado a segurança e a durabilidade das pontes no Brasil. Um dos casos mais emblemáticos são as enchentes no Rio Grande do Sul, que, entre outras consequências, resultaram no colapso de várias pontes.

“Diante deste cenário, podemos considerar nossa corresponsabilidade, tanto como cidadãos quanto como profissionais de Engenharia de Pontes: refletir e pesquisar novos materiais, investir em projetos que integrem novas estratégias de sustentabilidade (seja econômica, ambiental ou tecnológica), além de discutirmos, de forma coletiva, a articulação técnica e política da gestão da Engenharia. Afinal, tudo o que puder ser implementado sob a perspectiva coletiva, ou seja, soluções para escalonar o transporte, para modernizar a gestão do patrimônio construído, também contribui para a proteção do meio ambiente. Ademais, já não é mais possível compartimentar o pensamento”, afirma Santos.

Para o professor, a chave para enfrentar este desafio é a mobilização do Estado, nos âmbitos federal, estadual e municipal, das Instituições de Pesquisa e das Universidades, para, em um esforço conjunto, encontrar medidas de prevenção que mitiguem as consequências das mudanças climáticas. “A formação em engenharia neste século deve ser holística, exigindo a integração de saberes, habilidades e atitudes que possam impactar positivamente as dinâmicas de convivência nos espaços comuns, com a consciência de que existem recursos não-renováveis”, conclui Santos.

Entrevistado

Ademir Santos é sócio fundador da ADS Engenharia e Inovação, de Salvador (BA). É professor de Pontes e Estruturas de Concreto da UFBA (aposentado) e doutorando da Universidade do MINHO, Portugal.

Contato: ademir.santos@ads.eng.br

Jornalista responsável:
Marina Pastore – DRT 48378/SP
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A opinião dos entrevistados não reflete necessariamente a opinião da Cia. de Cimento Itambé.



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