CBIC aponta crescimento de 18% nas vendas de imóveis novos no segundo trimestre do ano

Tendência é de que o mercado se mantenha aquecido no segundo semestre, sustentado pelas vendas e estabilidade do setor

Redução do estoque demonstra a aderência do mercado imobiliário, com as vendas superando as expectativas. Crédito: Envato

Os resultados do segundo trimestre de 2024 para o setor imobiliário trouxeram um cenário positivo para o mercado, que deve se refletir em toda a cadeia da construção civil. A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) divulgou no último dia 19 de agosto a pesquisa Indicadores Imobiliários Nacionais do 2º Trimestre de 2024, com levantamento realizado em 221 cidades em todas as capitais e regiões metropolitanas do país.

Segundo Celso Petrucci, conselheiro da CBIC e coordenador da pesquisa, no segundo trimestre de 2024, houve um aumento de 18% nas vendas de unidades residenciais novas e de 46% nos lançamentos dos empreendimentos do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) em comparação com o mesmo período de 2023.

De acordo com o presidente da CBIC, Renato Correia, esses números refletem uma tendência de recuperação do mercado, que vem se consolidando ao longo dos últimos meses, especialmente após os ajustes feitos no programa Minha Casa, Minha Vida.

Impacto econômico e geração de empregos

O período foi marcado por um aumento significativo tanto nos lançamentos quanto nas vendas de imóveis, impulsionando o crescimento do setor e gerando impactos econômicos e sociais expressivos. Exemplo disso foi o crescimento de 28% no número de lançamentos e de 8,5% nas vendas no segundo trimestre de 2024 em comparação com o primeiro trimestre do mesmo ano.

Esse aumento não só reflete a demanda aquecida, como também gera impactos positivos em toda a cadeia da construção civil. “O Brasil está chegando perto de 3 milhões de funcionários com carteira assinada no setor da construção. Mantendo-se o ritmo atual, a expectativa é de superar essa marca ainda em 2024. Isso retroalimenta o FGTS e o mercado em si”, avalia o presidente da CBIC.

Além disso, a valorização do mercado imobiliário tem contribuído para a geração de empregos e a melhoria na renda dos trabalhadores, visto que o setor de construção civil oferece o segundo maior salário de entrada entre todos os setores.

Redução do estoque de imóveis

Outro dado relevante apresentado no segundo trimestre de 2024 foi a redução da oferta final de imóveis, que significa a diferença entre a quantidade de imóveis lançados e vendidos, situado no patamar de 274 mil unidades. 

Essa diminuição é preocupante, pois indica uma oferta menor de unidades disponíveis para venda, o que pode pressionar os preços para cima em um futuro próximo. A oferta final registrou uma redução de 11,5% em relação ao segundo trimestre de 2023 e de 4,2% em comparação com o primeiro trimestre de 2024.

“A redução da oferta final é um reflexo do aumento nas vendas, que vem crescendo a um ritmo mais acelerado do que os lançamentos. Isso mostra a aderência do mercado imobiliário, com as vendas superando as expectativas”, analisa Petrucci.

Programa Minha Casa, Minha Vida

O programa Minha Casa, Minha Vida desempenhou um papel importante nos resultados positivos do setor. Com as novas regras implementadas em 2023, o programa tem se reposicionado de forma mais rentável para os incorporadores, o que se reflete no aumento das unidades lançadas e vendidas. 

“A melhora nas condições de crédito, impulsionada pela queda da Selic, de 13,75% para 10,75%, e o reenquadramento das regras do Minha Casa, Minha Vida, foram determinantes para esse desempenho”, explica Correia.

Segundo ele, quando o governo acerta os parâmetros do MCMV, as vendas crescem, embora os resultados tenham começado a aparecer um ano depois das medidas. “Você toma uma decisão agora e o efeito acontece paulatinamente”, avalia o presidente da CBIC. 

Tendências para segundo semestre

Apesar dos resultados positivos, o setor ainda enfrenta desafios, como a inflação de custos na construção, que segue descolada da inflação oficial. Essa alta nos custos pode afetar a rentabilidade das empresas e, consequentemente, o ritmo de crescimento do setor.

No entanto, a combinação de fatores, como a retomada econômica, a melhora nas condições de financiamento e o aumento da demanda, sugere que o setor imobiliário continuará desempenhando um papel vital na economia brasileira.

Diante desses dados, a tendência é de que esse aquecimento se mantenha nos próximos meses, sustentado pela continuidade das vendas e pela estabilidade do setor.

Fonte: Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) 

Contato: ascom@cbic.org.br

Jornalista responsável
Ana Carvalho
Vogg Experience

A opinião dos entrevistados não reflete necessariamente a opinião da Cia. de Cimento Itambé.



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