Construção civil ocupa 6° lugar no ranking de acidentes de trabalho e investe em prevenção

Adoção das Normas Regulamentadoras torna o ambiente de trabalho mais saudável e seguro

Empresas investem em Equipamentos de Proteção Individual e Equipamentos de Proteção Coletiva. Crédito: Envato

O Brasil registra um número significativo de acidentes de trabalho. De acordo com um levantamento realizado pelo Observatório de Saúde e Segurança do Trabalho, no período entre 2012 e 2022, foram registrados pelo menos 7 milhões de acidentes de trabalho, o que equivale a uma ocorrência com trabalhador registrado sob o regime CLT a cada 51 segundos. Os dados coletados foram analisados pelo Observatório, uma iniciativa SmartLab de Trabalho Decente, em colaboração com pesquisadores da Faculdade de Saúde Pública da USP. 

No Dia Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho (27 de julho), é importante ressaltar as ações das entidades do setor que envolvem conscientização, treinamento e disseminação das boas práticas. Exemplo disso é a iniciativa da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), que realizou um estudo abrangente sobre acidentes de trabalho, doenças laborais, incapacidade permanente e mortalidade no período de 2010 a 2021.

O levantamento foi conduzido pela Comissão de Política de Relações Trabalhistas (CPRT), em colaboração com o Sesi Nacional e liderado pelo médico especialista em Segurança e Saúde do Trabalho (SST), Gustavo Nicolai. Os dados revelaram que o setor da construção ocupa o 6º lugar no ranking de acidentes de trabalho típicos.

De acordo com Ricardo Michelon, vice-presidente de Política de Relações do Trabalho da CBIC, a entidade elabora materiais técnicos de acesso gratuito para cultivar a cultura da prevenção de acidentes de trabalho.

CANPAT Construção: atualização de NRs em discussão

Além disso, a CBIC organiza ainda encontros para disseminar informações importantes sobre prevenção de acidentes para as empresas do setor da construção. “Realizamos eventos como a CANPAT Construção (Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho na Indústria da Construção), que reúne especialistas para tratar dessa questão”, afirma. 

Na mais recente edição da CANPAT Construção, realizada em junho, a entidade trouxe para os debates o auditor fiscal do Trabalho Antônio Pereira do Nascimento, que apresentou informações sobre 25 itens de diversas normas em andamento na pauta da Agência Regulatória da CTPP. Ele destacou que foram iniciados estudos pela CNTT NR-18 (Condições de Segurança e Saúde no Trabalho na Indústria da Construção).

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Em relação às atualizações nas Normas Regulamentadoras que impactam diretamente o setor da construção, Michelon aponta que a última alteração na NR-18 entrou em vigor em janeiro de 2022 e deve ser assimilada e adotada pelos gestores. “A importância do cumprimento das normas reside no fato de tornar o ambiente de trabalho mais saudável e seguro, eliminando riscos de doenças e acidentes do trabalho”, ressalta.

Lei também: Atualização da NR 18 entra em vigor e traz mudanças para a construção civil

Prevenção é a palavra-chave

Dados da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) comprovam que os investimentos em prevenção são essenciais para evitar acidentes nos canteiros de obras. A entidade mostrou as informações coletadas na 39ª Pesquisa de Acidentes de Trabalho nas Obras, realizada em junho deste ano, com o objetivo de dar visibilidade aos números específicos do setor da Incorporação Imobiliária.

O levantamento mostra que havia 913 obras em andamento e 79.136 operários trabalhando. O investimento médio mensal em Equipamentos de Proteção Individual (EPI) por trabalhador próprio foi de R$ 310, enquanto o investimento médio mensal em Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC) por obra foi de R$ 9.172,00. Além disso, cada trabalhador, seja próprio ou terceirizado, recebeu em média 8,2 horas de treinamento mensalmente.

Esses dados evidenciam o comprometimento das empresas do setor com a segurança e o bem-estar dos trabalhadores, destacando investimentos contínuos em equipamentos de proteção individual e coletiva, bem como em treinamentos”, informa o presidente da Abrainc, Luiz França.

Avanços para reduzir acidentes nos canteiros de obras

Graças aos esforços do setor nos últimos anos, os acidentes têm se tornado cada vez menos frequentes e graves. Em 2023, a incidência de acidentes foi de apenas 0,02% de ferimentos em alguma parte do corpo.

A Taxa de Frequência (TF), que estima o número de acidentes por milhão de horas trabalhadas, ficou em 11,6, considerada muito boa. Já a Taxa de Gravidade (TG) indica quantos dias de trabalho foram perdidos por afastamento, incapacidade permanente ou morte para cada 1 milhão de horas de trabalho. Essa taxa ficou em 98,4, também considerada muito boa. Para comparação, valores até 500 são considerados muito bons; de 500,01 a 1.000, bons; de 1.000,01 a 2.000, regulares; e acima de 2.000, péssimos. 

“A cada ano buscamos aumentar os investimentos para garantir que todos os nossos trabalhadores retornem para suas famílias em plenas condições de saúde ao final do dia. A indústria da construção civil segue evoluindo em várias frentes no Brasil, para garantir um bom cenário para investimentos, geração de empregos e trabalhar na diminuição do déficit habitacional”, conclui França. 

Entrevistados

Ricardo Michelon é arquiteto e urbanista, graduado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), vice-presidente de Política de Relações do Trabalho da Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil (CBIC), vice-presidente do Sinduscon-RS, vice-coordenador do COTECON/FIERGS e diretor executivo da Sopra Incorporadora.

Luiz França é presidente da Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias), foi diretor de crédito imobiliário no Itaú e presidente da Abecip. Preside o Conselho da Renac (Recuperadora Nacional de Crédito) e é conselheiro do Banco Inter, Fiesp, Cury e URBA. 

Contatos:
cprt@cbic.org.br
abrainc@abrainc.org.br

Jornalista responsável
Ana Carvalho
Vogg Experience

A opinião dos entrevistados não reflete necessariamente a opinião da Cia. de Cimento Itambé.



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