Recuperação de rodovias é prioridade para reconstrução da infraestrutura afetada pelas chuvas no RS

Cerca de 8.434 km de rodovias pavimentadas e não pavimentadas foram afetadas pela enchente histórica

Encostas desestabilizaram-se com os grandes volumes de deslizamento de terra, devendo receber cortinas de contenção.
Crédito: Divulgação DAER

Depois das enchentes que assolaram o Rio Grande do Sul, um dos desafios é a reconstrução da infraestrutura do Estado, em especial as rodovias, viadutos e pontes que dão acesso ao Estado.

Para isso, o governo do Rio Grande do Sul apresentou um plano de recuperação para atender a 8.434 km de rodovias pavimentadas e não pavimentadas que foram afetadas de alguma forma pelas chuvas. O programa integra o Plano Rio Grande, que tem como objetivo planejar, coordenar e executar ações para enfrentar as consequências sociais, econômicas e ambientais da enchente histórica. 

De acordo com o governo, o custo mínimo de recuperação seria de R$ 3 bilhões, com obras de correção e liberação dos pontos atingidos, incluindo não apenas a reconstrução de pontes e estradas, mas também melhorias dos trechos das estradas afetadas. Já no cenário de investimento com adaptações para as mudanças climáticas, o valor pode chegar a R$ 9,9 bilhões. Por outro lado, cálculos feitos pela Confederação Nacional do Transporte dão conta de um valor bem maior, devendo demandar até R$ 27,2 bilhões em investimentos.

Márcia Elisa Jacondino Pretto, professora de Engenharia da UniRitter, afirma que um dos principais desafios é recuperar as rodovias a curto e médio prazos: “Muitas rodovias, pontes e viadutos foram danificados e até perdidos e, além do custo elevado, vai envolver prazos para elaboração desses projetos maiores, assim como prazos de contratação, porque, mesmo sendo uma situação emergencial, existe toda uma questão burocrática a ser vencida”, alerta.

Contenção das encostas 

A professora destaca ainda como uma das situações emergenciais as estruturas de contenção de encostas, que acabaram se desestabilizando com os grandes volumes de deslizamento de terra. “Isso também vai envolver obras de infraestrutura de valores consideráveis com cortinas de contenção dos mais diversos tipos, além das pontes e viadutos que precisam ser recuperados”, enumera Márcia.

Para as obras de infraestrutura, ela aponta a necessidade de priorizar materiais modernos e com menor emissão de CO2 (citando como exemplo o concreto drenante), sem deixar de prever o sistema como um todo. “Não adianta nada colocar um pavimento com concreto drenante se abaixo o solo está saturado. É preciso prever um sistema de drenagem junto”, avisa.

Recuperação do Aeroporto Salgado Filho

Além das rodovias, pontes e viadutos, o Aeroporto Salgado Filho foi atingido pelas chuvas e atualmente seguem em andamento ações para que o terminal retome suas atividades, provavelmente ainda em julho de 2024.

De acordo com a Fraport Brasil, concessionária que administra o Aeroporto Salgado Filho, no dia 3 de junho, exatamente um mês após a suspensão das operações, foi iniciado o processo de limpeza do Terminal de Passageiros, acessos viários, pista de pouso e decolagem e taxiways.

Já a pista de pouso e decolagem foi totalmente limpa, enquanto as vias de acesso em frente ao Terminal e as que ligam ao antigo Terminal 2 também já foram liberadas. O processo de limpeza está bem adiantado, mas segue em andamento, pois ainda há muitas áreas e equipamentos para serem processados.

Planos de manutenção preventiva

Márcia afirma que, além de prever as obras, é necessário também ter foco no pós-obras, com planos de manutenção preventiva. “O Brasil é um país que, culturalmente, é o da manutenção corretiva. É preciso mudar essa mentalidade  para atuar de forma mais preventiva na construção civil. Embora estejam aí todas as normas de desempenho, de garantias, que já têm essas recomendações, é preciso mudar isso de forma cultural”, assinala.

Fonte
Fraport Brasil

Entrevistados
Márcia Elisa Jacondino Pretto é engenheira civil, graduada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), mestre em Construção Civil pelo Núcleo Orientado para a Inovação da Construção (NORIE-UFRGS) e doutora em Estruturas, Gestão de desempenho pelo Programa de Pós-graduação em Engenharia Civil (PPGEC/UFRGS). Atualmente é professora de Engenharia da UniRitter. 

Contato:
marcia.pretto@animaeducacao.com.br

Jornalista responsável
Ana Carvalho
Vogg Experience

A opinião dos entrevistados não reflete necessariamente a opinião da Cia. de Cimento Itambé.



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