CECarbon deve formar banco de dados nacional de sustentabilidade no setor de construção civil
Entre as funcionalidades, destaca-se o acompanhamento em tempo real das emissões de carbono nas obras
A sustentabilidade é uma questão estratégica para o setor da construção civil, pois traz impactos diretos sobre a competitividade de construtoras e incorporadoras, além de ampliar a oportunidade das empresas em projetos de habitação social. Essa foi a temática das discussões do workshop de “Descarbonização no setor da construção civil” realizado pelo Sinduscon-SP em maio de 2024.
Um dos objetivos do evento foi a apresentação da nova versão da CECarbon (Calculadora de Consumo Energético e Emissões de Carbono na Construção Civil).
A ferramenta, lançada em dezembro de 2020, foi desenvolvida pelo Sinduscon-SP em parceria com a Cooperação Alemã para o Desenvolvimento Sustentável (GIZ) e a Secretaria Nacional de Habitação (SNH).
O presidente do Sinduscon-SP, Yorki Estefan, faz um apelo para que mais empresas utilizem a ferramenta, que é gratuita e está disponível online. “Com isso, conseguiremos montar um banco de dados mais robusto para divulgação dos indicadores setoriais de emissões e, assim, promover uma contribuição relevante para a tão necessária transição para uma economia de baixo carbono”, ressalta.
O tema sustentabilidade não é novo para o Comitê de Meio Ambiente do Estado de São Paulo (Comasp), que há 24 anos vem atuando para promover construções cada vez mais sustentáveis e de baixo impacto para o meio ambiente. Segundo Estefan, desde 2014 a medição das emissões de carbono é prioridade para a entidade, culminando com o lançamento da CECarbon para toda cadeia produtiva.
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Até maio de 2024, a CECarbon já contabilizou 8,7 mil acessos à plataforma, possui 598 usuários cadastrados e mais de 100 inventários concluídos. A CECarbon vai contribuir para a formação de um banco de dados nacional, possibilitando a criação e o acompanhamento de indicadores do setor de edificações.
Competitividade
De acordo com o coordenador de Projetos da GIZ Brasil, Daniel Wagner, cada vez mais iniciativas de sustentabilidade (como a CECarbon) vão ser urgentes no mercado em qualquer atividade econômica brasileira. “Com a crescente competitividade, as empresas que não se adaptarem a essa nova realidade e que não estiverem atentas a essas inovações, vão acabar ficando para trás”, alerta.
Nesse sentido, especialistas acreditam que a CECarbon deve ser um item obrigatório adotado pelas empresas nos próximos cinco anos. A ferramenta já é recomendada como item diferencial em diversas políticas públicas, como nas especificações de obras do programa Minha Casa, Minha Vida, bem como na obtenção do Selo Casa Azul + Caixa.
A urgência em adotar a CECarbon é ainda maior quando se verifica o Projeto de Lei (PL) 2.148/2015, aprovado pela Câmara dos Deputados em dezembro de 2023 e atualmente em discussão no Senado. Esse PL regulamenta o mercado de carbono no país, devendo estabelecer o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE), criando um mercado regulado para a negociação de créditos de carbono. O SBCE estabelece tetos para as emissões e permite que empresas que excedam esses limites compensem suas emissões comprando créditos de carbono.
Indicadores medidos pela CECarbon
A coordenadora técnica do Comasp do Sinduscon-SP, Lilian Sarrouf, explica que a CECarbon ajuda a medir dois indicadores importantes das obras: emissões de gases de efeito estufa e o consumo energético (ou energia embutida). Além da fase de projeto, a CECarbon também auxilia as empresas na execução da obra para que busquem as melhores soluções construtivas, materiais e equipamentos.
Diferenciais da CECarbon:
* É uma ferramenta gratuita;
* Fácil de acessar com usabilidade aprimorada;
* Aplicável a diferentes tipologias de construções;
* Pode ser usada por empresas de todo porte;
* Acessível a engenheiros, arquitetos e estudantes;
* Órgãos do governo têm demonstrado interesse;
* Ferramenta construída com empresas do setor imobiliário, o que a aproxima da realidade das obras.
Novas funcionalidades
Alinhada com a metodologia do GHG Protocol e com os diferentes relatórios de sustentabilidade, a versão 3 da CECarbon vai além da gestão das obras e passa a contemplar também os resultados da área corporativa.
A supervisora de Meio Ambiente do Sinduscon-SP, Vanessa Dias, detalhou as novas funcionalidades da nova versão:
* Inventário corporativo: Permite o cálculo das emissões dos escritórios (matriz, filial e estandes de venda), através do qual é possível fazer o gerenciamento da empresa como um todo, não só das obras em andamento;
* Exportação de relatórios em excel: Demanda solicitada pelos usuários e que ajuda na gestão dentro dos canteiros de obras, podendo comparar resultados em obras e inserção de indicadores da própria empresa;
* Consumo médio de combustível padronizado: O sistema traz lista de maquinários com o cálculo padronizado do consumo médio de combustível;
* Área para upload de documentos: É possível anexar na ferramenta diversos documentos, facilitando processos de auditoria das empresas;
* Visualização em tempo real: A qualquer momento, a empresa pode lançar atualizações das obras e da área corporativa, bem como visualizar os relatórios das emissões de carbono em tempo real, com resultados anuais e por obra;
* Relatório integrado: Agora o sistema possui três relatórios: Relatório de obra, Relatório corporativo e Relatório integrado corporativo e obra.
Apesar de ter sido desenvolvida pelo Sinduscon-SP, a ferramenta não está limitada à entidade. Por isso, qualquer pessoa interessada no assunto pode acessar o sistema e realizar o curso gratuito CECarbon.
O curso prático para uso da ferramenta permite ao aluno desenvolver um exercício prático para uma edificação e também realizar uma avaliação de aprendizado, com emissão de certificado de participação.
Já o curso atualizado com todas as melhorias da versão 3 deve estar disponível no segundo semestre de 2024.
Fonte
Sinduscon-SP
Contato/assessoria de imprensa:
dbarbara@sindusconsp.com.br
Jornalista responsável
Ana Carvalho
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