Planejar pode reduzir em até 15% o valor da obra

É o que ensina o mestre Maurício Moreira e Silva Bernardes, em entrevista sobre planejamento na construção civil

É o que ensina o mestre Maurício Moreira e Silva Bernardes, em entrevista sobre planejamento na construção civil

Professor Maurício Moreira e Silva Bernardes: planejar é garantir qualidade de vida para a empresa
Professor Maurício Moreira e Silva Bernardes: planejar é garantir qualidade de vida para a empresa

Autor do livro Planejamento e Controle da Produção para Empresas de Construção Civil, da LTC Editora, o mestre em engenharia civil Maurício Moreira e Silva Bernardes não tem dúvidas: hoje não há obra sem planejamento. Infelizmente, no Brasil, esse conceito ainda é pouco valorizado. No país, ele reconhece, se gasta pouco tempo com o planejamento das obras e isso acarreta em edificações mais caras e até de qualidade inferior. Mas um movimento, ainda que lento, está mudando isso. Já há um bom número de construtoras valorizando o planejamento e obtendo redução no custo das obras, produto final de melhor qualidade e maior rapidez na construção. Esses são os pilares do planejamento, como ensina na entrevista abaixo:

A gestão da construção torna-se cada vez mais importante no processo de uma obra. Hoje há modernos conceitos e técnicas de planejamento da construção, bem como modelos de planejamento e controle da produção. Como engenheiros, arquitetos, alunos dos cursos de engenharia civil e arquitetura estão se preparando para encarar esses novos conceitos?
Através da realização de cursos de extensão, aperfeiçoamento e MBAs que existem no mercado. Estes cursos surgiram para suprir essa demanda desses profissionais. A procura pelos cursos é uma forma de se manter atualizado e entrar em contato com os novos modelos, técnicas e ferramentas que quando aplicadas de forma correta podem trazer ganhos significativos para as empresas de construção.

O que significa planejar a construção?
Significa tomar decisões sobre a forma de execução das atividades da obra, atendendo os requisitos de prazo, qualidade e custo do empreendimento. Esses requisitos são necessários para cumprir a estratégia produtiva da empresa construtora, ocorrendo através do estabelecimento de metas a serem atingidas e dos procedimentos necessários para atingi-las, sendo efetivo quando seguido de um processo de controle.

Entre o plano da obra e sua execução, o que não pode ser esquecido para que na hora de colocar a mão na massa tudo dê certo?
Gerenciar restrições. Isto é, se antecipar a problemas para evitar interferências no ambiente produtivo. Por restrição entende-se todo pré-requisito que não foi atendido no momento oportuno, e que causou algum inconveniente na obra.

O que mais pode afetar o planejamento de uma obra: tecnologia inadequada, desperdício, escolha de mão-de-obra pouco qualificada ou recursos incompatíveis com o tamanho do projeto?
Nenhum desses problemas. Tudo isso é decorrência de um mau planejamento. Se o planejamento for bem feito, certamente o gerente da obra terá escolhido uma tecnologia adequada, minimizado desperdício, gerenciando melhor a questão da contratação e avaliação do serviço da mão-de-obra, para melhorar a qualidade do produto, além de ter identificado melhor os recursos a serem ligados.

Há quem diga que no Brasil se gasta pouco tempo com o planejamento das obras e isso acarreta em edificações mais caras e até de qualidade inferior. Isso é mito ou verdade?
Verdade. O planejamento pode trazer inúmeros benefícios à uma empresa de construção, como por exemplo: estabelece uma visão clara de como o planejamento pode ser hierarquizado entre diferentes níveis gerenciais; define o papel de cada entidade no processo; reduz probabilidade de erros na execução do empreendimento devido à melhoria do layout e do projeto dos fluxos físicos, bem como facilita o estabelecimento de padrões para o controle da obra.

Quanto à logística, qual o peso dela no planejamento de uma obra?
Total. Muitos engenheiros e arquitetos se esquecem de planejar a logística. Uma melhoria da eficiência produtiva passa, necessariamente, por uma melhoria da logística da obra. Quanto melhor for o fluxo de trabalho, mais eficiente a obra vai ser.

Como estão os profissionais da área de engenharia e arquitetura quanto ao planejar uma obra: eles já têm consciência de que isso é essencial para o sucesso do empreendimento?
Alguém disse para eles que é importante, mas o problema é que eles pensam que sabem fazer planejamento e o que acontece na maioria das vezes é o oposto. Boa parte dos profissionais que eu vejo por aí tem problemas culturais de planejamento. Alguns acreditam que o planejamento é uma solução e sabem que devem procurar se especializar e buscar novos conteúdos de aprendizagem para poder mudar.

O governo acaba de lançar o maior pacote habitacional da história do Brasil. O senhor acha que houve planejamento suficiente ou, de repente, corre-se o risco de o plano não vingar por falta de planejamento?
A verba existe e os incentivos continuarão existindo. Mas o governo poderia, além de fornecer incentivos, exigir que as empresas comprovassem que fazem planejamento corretamente. Invariavelmente, as empresas teriam de se adaptar e a produtividade melhoraria. O governo poderia, com isso, fazer produzir mais com o mesmo montante de recursos.

Quanto uma obra planejada pode representar no custo final desta mesma obra?
Isso varia de caso para caso. Há quem diga que pode dar um retorno de até 15% do valor da obra, mas o pesquisador que mostrou isso não demonstrou como chegou no resultado. A percepção de que dá resultado é mais qualitativa do que quantitativa. Aqui, vale mais o conceito: planejar para garantir qualidade de vida para a empresa e para os funcionários.

Em termo de planejamento de obras, qual país pode ser citado como modelo, e por quê?
No Japão se pensa muito antes de se começar uma obra. Planejar primeiro de forma consistente para depois executar. Esse é o lema.

* Maurício Moreira e Silva Bernardes: bernardes@ufrgs.br

Jornalista responsável – Altair Santos MTB 2330 – Tempestade Comunicação.



Massa Cinzenta

Cooperação na forma de informação. Toda semana conteúdos novos para você ficar por dentro do mundo da construção civil.

Veja todos os Conteúdos

Cimento Certo

Conheça os 4 tipos de cimento Itambé e a melhor indicação de uso para argamassa e concreto.
Use nosso aplicativo para comparar e escolher o cimento certo para sua obra ou produto.

Cimento Portland pozolânico resistente a sulfatos – CP IV-32 RS

Baixo calor de hidratação, bastante utilizado com agregados reativos e tem ótima resistência a meios agressivos.

Cimento Portland composto com fíler – CP II-F-32

Com diversas possibilidades de aplicações, o Cimento Portland composto com fíler é um dos mais utilizados no Brasil.

Cimento Portland composto com fíler – CP II-F-40

Desempenho superior em diversas aplicações, com adição de fíler calcário. Disponível somente a granel.

Cimento Portland de alta resistência inicial – CP V-ARI

O Cimento Portland de alta resistência inicial tem alto grau de finura e menor teor de fíler em sua composição.

descubra o cimento certo

Cimento Certo

Conheça os 4 tipos de cimento Itambé e a melhor indicação de uso para argamassa e concreto.
Use nosso aplicativo para comparar e escolher o cimento certo para sua obra ou produto.

descubra o cimento certo