Evento Tendências no Mercado da Construção avalia setor para 2023

Metaverso e perspectivas econômicas também foram temas discutidos na ocasião

Segundo 64% dos entrevistados do Estudo Sobratema do Mercado Brasileiro de Equipamentos para Construção, o segmento deve crescer no próximo ano.
Crédito: Sobratema

Durante o evento Tendências no Mercado da Construção, promovido no dia 1º de dezembro, foi apresentado o Estudo Sobratema do Mercado Brasileiro de Equipamentos para Construção, que mostrou que o setor de máquinas está otimista para 2023. Segundo a pesquisa, 64% dos entrevistados afirmaram que o segmento deve crescer no próximo ano. As expectativas para a economia brasileira, para as empresas e para a construção são também positivas para 87%, 83% e 74% dos entrevistados, respectivamente.

O Estudo de Mercado também estima que as vendas em 2023 tenham uma elevação da ordem de 4% tanto para o segmento de máquinas da linha amarela como todo o setor de equipamentos para a construção. Entretanto, Mario Miranda, coordenador do Estudo de Mercado e consultor da Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema), explicou que a indústria está preparada para um crescimento maior. “Nossa estimativa é crível, mas pode ter um viés de alta. Se a demanda for muito maior, é importante lembrar que a reação dos fabricantes demora entre 120 a 140 dias”.

Miranda avaliou ainda que o cenário do próximo ano pode ser desafiador, devido a conjuntura econômica incerta, a desaceleração da economia mundial (PIB Global estimado de 2,7%), a alta dos juros e um espaço menor de investimentos para infraestrutura no orçamento público.

Metaverso

Já pensou como seria acompanhar uma obra com um avatar? Ou que tal ter acesso ao terreno onde a construção será feita a qualquer momento e fazer o projeto em cima dessa realidade virtual? Infelizmente, estas opções ainda não estão disponíveis, mas estas são algumas possibilidades que o metaverso poderá oferecer ao setor de construção civil

Durante o evento Tendências no Mercado da Construção, Yoshio Kawakami, consultor da Raiz Consultoria e colunista da Revista M&T, falou sobre o tema. Para ele, o metaverso é o futuro da internet, com características diferentes, maior nível de sofisticação tecnológica e respostas imediatas. “A palavra mais importante é a experiência. Ele precisa de bilhões de participantes para que se viabilize”, pontuou.

Em sua palestra, ele explicou que a interação no metaverso será muito maior, com as pessoas podendo perceber a expressão real de cada um, por meio do uso de um avatar que copia gestos, voz e coloração de pele. Também ponderou que esse mundo virtual terá uma continuidade e as pessoas entrarão e sairão desse universo. Para acessá-lo será necessário um dispositivo, que pode ser um óculos, porém mais avançado tecnologicamente, menos incômodo e mais ecológico.

Segundo Kawakami, tem ocorrido alguns lançamentos imobiliários no metaverso. “Mas ainda é um campo distante onde a maioria não está. Por outro lado, eu acredito que o grande interesse da formação do metaverso ou da internet 3.0 não está focado neste tipo de atividade. O grande interesse da formação de metaverso ou da web 3.0 é em serviços e produtos puramente digitais. Essa inter-relação com o mundo real possui desafios que precisam ser resolvidos”, afirma.

Perspectivas para 2023

O que as empresas do setor da construção civil devem esperar para o próximo ano em termos econômicos? Segundo palestra do economista Luís Artur Nogueira no evento, mundialmente há quatro desafios que podem impactar a economia:

  • A pandemia: em países como a China, há a política de Covid Zero, que fecha algumas áreas e pode impactar o transporte de insumos para o resto do mundo.
  • Guerra Rússia X Ucrânia: na melhor das hipóteses, o conflito vai se prolongar até a primavera do hemisfério norte. Essa guerra gera efeitos inflacionários.
  • Bancos Centrais americano e europeu: estas instituições estão subindo os juros para combater a inflação. E quanto mais os juros subirem, maior o risco de recessão e maior o risco do mundo ter um crescimento menor em 2023
  • Bombas na Coreia do Norte: o governo de Kim Jong-un frequentemente realiza testes com mísseis no mar do Japão. Se ele errar os alvos, certamente deverá haver uma guerra no Oriente. E a grande incógnita é o papel da China neste possível conflito.

“O mundo precisou da pandemia para perceber a dependência exagerada de insumos chineses. E precisou de uma guerra para perceber a dependência de gás, petróleo e fertilizantes russos.  Uma vez superada a guerra e a pandemia, o mundo vai buscar alternativas para estas commodities”, pontua Nogueira.

Além disso, o economista lembra que um menor crescimento mundial afeta o Brasil, sendo um ano de ajuste e combate à inflação. “Mas a boa notícia é que entre 2024 e 2027, a previsão é que o PIB volte a ter uma média de crescimento de 3,2%”, reiterou Nogueira. Em relação ao Brasil, a expectativa é de uma elevação de 1% do PIB em 2023, menor do que a expectativa de 2022, na ordem de 2,8%, com crescimento médio de 2024 a 2027 de cerca de 2%. 

Dentre as expectativas citadas pelo economista para o próximo governo estão: bancos públicos como protagonistas na oferta de crédito; uma possível mudança na política de preços da Petrobras; uma ampliação do comércio exterior, devido ao melhor relacionamento do governo eleito com diversos países; um avanço nas grandes obras da infraestrutura e retomada aos programas de habitação social.

Fontes

Mario Miranda é coordenador do Estudo de Mercado e consultor da Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema)

Yoshio Kawakami é consultor da Raiz Consultoria e colunista da Revista M&T

Luís Artur Nogueira é economista, jornalista e palestrante

Contato
Assessoria de imprensa – sylvia@meccanica.com.br

Jornalista responsável
Marina Pastore
DRT 48378/SP



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