COP27: Aumento da construção gera alta de emissão de carbono
ONU acredita que é possível reverter situação ao utilizar materiais alternativos
Durante as negociações climáticas da COP27, no Egito, foi apresentado um documento da Organização das Nações Unidas (ONU) que apontou que as emissões de carbono pela construção civil cresceram 5% em 2021, sendo 2% maior que no pico pré-pandemia, em 2019.
Intitulado Relatório de Status Global para Edifícios e Construção (Buildings-GSR), ele fornece um instantâneo anual do progresso do setor de edifícios e construção em escala global e analisa o status de políticas, finanças, tecnologias e soluções para monitorar se o setor está alinhado com as metas do Acordo de Paris. Ele também fornece evidências às partes interessadas para persuadir os formuladores de políticas e a comunidade geral de edifícios e construção a agir.
O relatório de 2022 constata que, apesar de um aumento substancial no investimento e sucesso em nível global, reduzindo a intensidade energética dos edifícios, o consumo total de energia e as emissões de CO₂ do setor aumentaram em 2021 acima dos níveis pré-pandêmicos.
De acordo com a ONU, a demanda de energia dos edifícios aumentou cerca de 4% de 2020 para 135 EJ – o maior aumento nos últimos 10 anos. As emissões de CO₂ das operações de edifícios atingiram um recorde histórico de cerca de 10 GtCO2, um aumento de cerca de 5% em relação a 2020 e 2% acima do pico anterior em 2019.
Neste ritmo, a organização aponta que não será possível cumprir as metas estabelecidas no acordo de Paris.
“No entanto, o setor pode mudar. Por exemplo, o aumento dos custos dos combustíveis fósseis torna o investimento em eficiência energética mais atrativo – embora a erosão do poder de compra possa desacelerar investimento. A solução passa por direcionar os investimentos em construção de baixo e zero carbono por meio de recursos financeiros e não incentivos financeiros, especialmente para aqueles que são mais vulneráveis a choques de preços de energia. Também há oportunidades em repensar os materiais. O setor pode reduzir seu impacto por exemplo, olhando para materiais alternativos e cimento descarbonizante. O uso de materiais alternativos é particularmente relevante para o continente africano, foco especial do relatório. Grande parte das novas habitações e o estoque nas próximas décadas será construído na África. Para evitar o aumento das emissões e criar edifícios que são resilientes aos impactos das mudanças climáticas, os países devem olhar para a construção sustentável de materiais e técnicas, em que o continente é rico”, afirma Inger Andersen, subsecretária-Geral da Organização das Nações Unidas e Diretor Executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente.
Emissões na indústria do cimento brasileira
De acordo com Paulo Camillo Penna, presidente da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) e do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC), hoje a indústria brasileira do cimento apresenta um dos menores índices de emissão específica de CO₂ no mundo, graças a ações mitigadoras que vêm sendo implementadas pelo setor nas últimas décadas. “Enquanto o mundo em média emite 620 quilos de CO₂ por tonelada de cimento, a indústria brasileira emite 564 quilos. Além disso, de acordo com a Get the Numbers Right (GNR), em 2014, o Brasil tinha 15% de uso de combustíveis alternativos (entre biomassa e resíduos industriais) para produção do cimento. Em 2019, este índice subiu para 31%. Embora seja um número bom e tenha ocorrido uma aceleração, ainda é longe da média dos países europeus, que é de 50%. Em países como Alemanha e Áustria, chega a 90%”, aponta
Segundo o Roadmap Tecnológico do Cimento, há uma meta de redução da intensidade carbônica em 33% até 2050 no Brasil, com base nos valores atuais. Veja iniciativas da indústria do cimento para reduzir os impactos ambientais.
Fontes
Paulo Camillo Penna é presidente da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) e do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC).
2022 Global Status Report For Buildings And Construction
Contato
Assessoria de imprensa – celso.souza@fsb.com.br
Jornalista responsável
Marina Pastore
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