Número de empregos da construção civil cresceu na pandemia
Setor de infraestrutura foi o que mais cresceu na geração de empregos com alta de 10,9%
Mesmo com a pandemia, o setor da construção civil empregou 2 milhões de pessoas em 2020. Este valor representa um aumento de 3,8% com relação a 2019, quando havia 71,8 mil trabalhadores ocupados no setor. O valor gerado pelo setor de Construção chegou a R$ 325,1 bilhões em 2020, sendo R$ 304,4 bilhões em obras e/ou serviços (93,6%) e R$ 20,7 bilhões em incorporações (6,4%). Os dados são da Pesquisa Anual da Indústria da Construção (PAIC), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em junho de 2022.
Além disso, a pesquisa também revelou que, em 2020, o país contava com 131.809 empresas de Construção, número que cresceu 5,4% frente a 2019 (125,1 mil). Se este número for comparado a 2011, o crescimento foi de 41,2%. Ainda, o total de salários, retiradas e outras remunerações pagos pelo setor foi de R$ 58,7 bilhões, com destaque para o setor de infraestrutura, que representou 37,1% desse valor.
Na opinião do analista da pesquisa, Marcelo Miranda, mesmo com a pandemia, o setor de construção conseguiu evoluir. “Decretos federais, estaduais e municipais colocaram a construção dentre as atividades essenciais, possibilitando a continuidade das obras durante a pandemia. Políticas públicas de estímulo à economia e de subsídios para a manutenção de empregos podem ter minimizado os efeitos da crise”, resume.
Setores com maior crescimento
Entre os segmentos da Construção, o setor de infraestrutura foi o que mais cresceu na geração de empregos, com alta de 10,9% em número de pessoas ocupadas. Já a ocupação no setor de serviços especializados caiu 3,3%.
Foi possível observar uma estabilidade na participação de obras de infraestrutura no valor gerado pelo setor: de 32% para 32,7%. Já a construção de edifícios avançou de 44,7% para 45,3% e serviços especializados para construção foi o único a ter redução: de 23,3% para 22%.
De acordo com Miranda, o segmento de obras de infraestrutura era o principal do setor, mas caiu para a segunda colocação, com perda de nove pontos percentuais entre 2011 e 2020, sendo ultrapassado por construção de edifícios que ganhou 5,4 pontos percentuais.
Setor privado x setor público
Outra diferença trazida pela pesquisa de 2020 é referente à participação dos setores privado e público. No valor gerado pelas obras e serviços, 70,2% é proveniente de contratos por pessoas físicas e/ou entidades privadas (R$ 213,7 bilhões), enquanto 29,8% vem de entidades públicas em 2020, isto significa uma queda de 0,3% com relação a 2019.
Segundo Miranda, historicamente, a Construção de Edifícios e Serviços são mais focados no setor privado, enquanto o setor público é mais presente em obras de infraestrutura. “Entretanto, mesmo neste segmento, o setor privado tem crescido em participação”, destaca.
Fonte
Marcelo Miranda é analista da Pesquisa Anual da Indústria da Construção (PAIC)
Contato
Assessoria de imprensa: comunica@ibge.gov.br
Jornalista responsável
Marina Pastore
DRT 48378/SP
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