Metodologias ágeis na construção civil: como usar?

Método otimiza fluxo de trabalho e torna-o mais flexível, deixando as entregas mais rápidas

Metodologias ágeis fragmentam projetos em várias etapas de validação, o que agiliza o processo e minimiza os erros.
Crédito: Envato

Já pensou se os projetos de construção civil pudessem ser mais rápidos, com equipes multidisciplinares integradas e feitos de forma para minimizar erros? Muito utilizada na área de tecnologia e por startups, as metodologias ágeis propõem uma forma de trabalho que otimiza o fluxo de trabalho, além de torná-lo mais ágil, colaborativo e flexível.  

O que são metodologias ágeis?

De acordo com Gabriel Ribeiro Borges, engenheiro civil e CEO da Connect Data, na metodologia ágil, geralmente fragmenta-se um projeto em várias etapas de validação. “No modelo de desenvolvimento em cascata, você cria todo o projeto para testar e fazer as correções. Já na metodologia ágil, a cada fase de desenvolvimento, você vai validando para evitar retrabalho. Isto evita chegar ao final do projeto e perceber que uma das etapas foi construída de uma forma incoerente ou errada e ter que consertar tudo depois. Ela tem uma visão de testes e correções progressivos, o que torna o processo mais ágil”, pontua.

Tipos de metodologias ágeis

Existem diferentes tipos de metodologias ágeis que podem ser utilizadas:

Lean construction: neste método, o foco é evitar desperdícios – seja de tempo ou de material. Além disso, o processo também prioriza gerar valor na construção. E, para isso, utiliza-se de pesquisas de mercado antes, durante e após a entrega do imóvel.  

Scrum: ela divide os períodos de trabalho em ciclos de tempo limitado, chamados de sprints, com um objetivo e tarefas bem definidas. Há reuniões diárias para avaliar o avanço do projeto. Também foca no aprendizado por meio da experiência – portanto, as equipes são estimuladas a refletir sobre os erros e acertos de cada etapa, com a intenção de corrigir rapidamente.

Kanban: aqui, a forma de trabalho muda um pouco. Ao invés de ter prazos definidos para conclusão das tarefas, as atividades são gerenciadas de acordo com sua prioridade. Normalmente, trabalha-se com um quadro que informa as tarefas pendentes, em andamento e completas. 

Metodologia ágil na prática: como usar na construção civil?

A construtora Tenda foi uma empresa que decidiu implantar as metodologias ágeis na empresa para se destacar no mercado como construtech e focar na jornada do cliente. Com a ajuda do time de TI, que já tinha domínio sobre o método e com uma consultoria especializada, a empresa apostou na criação de squads. Isto é, times multidisciplinares que têm uma missão bem definida, objetivos em comum e grande autonomia para tomada de decisão. Com isso, hoje a construtora trabalha com 13 squads divididas em 3 frentes de trabalho: (1) Clientes, Vendas e Marketing; (2) Negócios e Operações e (3) Estrutura.

Neste cenário, estas squads trabalham em diferentes projetos ligados à geração de leads, vendas, relacionamento com o cliente, inovação, orçamentação de obras, acompanhamento de custos de obras, BIM (Building Information Modeling) e data lake (consolidação de dados da companhia para obtenção de relatórios estratégicos). 

“Desde a implantação do método de trabalho, já foram desenvolvidos 11 produtos digitais que entregam etapas importantes da jornada do cliente, com a utilização do método Scrum, um framework simples, ágil e adaptável, que é projetado para oferecer valor ao cliente durante todo o desenvolvimento do projeto”, afirma Luis Martini, diretor executivo de Marketing e Tecnologia da Tenda.

Benefícios do uso das tecnologias ágeis

Para Martini, este tipo de organização do trabalho traz uma série de benefícios como foco no cliente, autonomia, aprovação mais rápida das entregas do projeto, procedimentos simplificados e menos burocracia, colaboração entre as equipes e valorização da comunicação e do diálogo.

De acordo com Borges, grandes empresas têm demonstrado abertura pelo valor que agrega a aplicação de novas tecnologias. “Elas aumentam a produtividade, reduzem desperdícios, além de digitalizar e automatizar processos. A digitalização vem muito mais para tirar o trabalho operacional, levando-o para uma plataforma de dados. Desta forma, evita-se o erro de informações proveniente de anotações manuais, por exemplo. Com isso, já gera as informações de uma forma mais automática”, explica.

Entrevistados

Gabriel Ribeiro Borges é engenheiro civil e CEO da Connect Data.
Luis Martini é diretor executivo de Marketing e Tecnologia da Tenda.

Contatos

Gabriel Ribeiro Borges – gabriel.borges@connectdata.net
Assessoria de imprensa Tenda – marilia.paiotti@novapr.com.br



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