Por que o co-living virou tendência?

Construtoras e startups têm investido em empreendimentos destinados a moradias comunitárias

Co-living é mais comum entre público jovem, mas também pode ser direcionado a idosos.
Crédito: Envato

Ao redor do mundo, é muito comum ver moradias compartilhadas, especialmente quando se trata de estudantes universitários. Isto é, são casas onde cada um tem um quarto e os moradores compartilham áreas comuns ou, ainda, espaços que abrigam residências e as pessoas podem dividir a cozinha, a sala e outros ambientes comunitários. De acordo com o relatório Global Coliving Report 2020, este mercado movimentou US$ 7,9 bilhões em 2020 – mais que o dobro que em 2019, que foi de US$ 3,75 bilhões.

O termo co-living teve origem na Dinamarca, na década de 70 – sendo originalmente chamado de cohousing. Um dos exemplos da época é o grupo Sættedammen, que era composto por 35 famílias que viviam em casas particulares e compartilhavam espaços comuns para socialização e atividades como refeições, tarefas domésticas, reuniões e festas. 

No Brasil, aos poucos, esta tendência vem ganhando espaço. Embora por aqui as repúblicas universitárias tenham sido muito mais populares durante um bom tempo, aos poucos as construtoras e incorporadoradoras têm voltado os olhos para os co-livings. Algumas empresas estão apostando neste tipo de construção. É o caso, por exemplo, da Uliving, da VBI Real Estate e do Grupo Ânima, que anunciaram a construção de 15 prédios de residências nos próximos sete anos, com um investimento que pode chegar a R$ 800 milhões. Já a proptech Yolo, em Recife (PE), recebeu um aporte de R$ 55 milhões e deverá construir um prédio com 225 apartamentos de 25 m², voltados para o estilo co-living.

“Os co-livings são empreendimentos que buscam não só a valorização do convívio social por meio do compartilhamento das áreas comuns como cozinha, sala de estar, lavanderia, mas também por oferecerem uma infraestrutura muito mais completa aos moradores. Outras diferenças relevantes em relação às repúblicas consistem no fato de os co-livings contarem com uma administração profissional e pelo fato de, geralmente, serem desenvolvidos em um grande empreendimento e não apenas um compartilhamento de uma unidade autônoma”, explica Alberto Mattos de Souza, sócio do PMMF Advogados e especialista em Negociações Estratégicas no Mercado Imobiliário. 

Por que têm aumentado o interesse pelos co-livings?

Na opinião de Souza, duas grandes comodidades dos co-livings consistem na grande gama de serviços nos empreendimentos aos seus moradores, bem como a flexibilidade e facilidade na contratação. “Entretanto, o maior atrativo destes projetos consiste na possibilidade de potencializar a socialização. Embora vivamos em um mundo cada vez mais digitalmente conectado, as pessoas vêm encontrando dificuldades para estabelecerem conexões reais e os co-livings podem ser uma alternativa interessante para isso”, pontua Souza.

Público-alvo dos co-livings

Primordialmente, as empresas responsáveis pelo co-living visam jovens entre 20 e 30 anos, de acordo com Souza. No entanto, há algumas iniciativas também voltadas para o público idoso, que ganha o nome de senior living. Neste caso, eles combinam cuidados em saúde oferecidos em instituições de longa permanência de idosos com uma estrutura hoteleira, de lazer e serviços. 

Entrevistado
Alberto Mattos de Souza é sócio do PMMF Advogados e especialista em Negociações Estratégicas no Mercado Imobiliário. 

Contato
Alberto Mattos – albertomattos@pmmf.com.br

Jornalista responsável
Marina Pastore
DRT 48378/SP



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