Acordo possibilita uso de CDRU como combustível em cimenteiras
Projeto prevê a adequação das fábricas de cimento e a construção de unidades de preparo do CDRU em Curitiba
A região metropolitana de Curitiba está empenhada em promover uma abordagem mais sustentável em relação ao gerenciamento de resíduos. Recentemente, o Consórcio Intermunicipal para Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos (CONRESOL) e a Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) assinaram um acordo de cooperação técnica para possibilitar o tratamento adequado dos resíduos sólidos dos municípios participantes, a fim de produzir CDRU (Combustível Derivado de Resíduos Urbanos). Este material, por sua vez, será utilizado como combustível nas cimenteiras localizadas na região. O Consórcio é responsável pela implementação do projeto em sua região de atuação, composta por 24 municípios.
“Com investimentos privados que podem chegar a R$ 500 milhões, o projeto prevê a adequação das fábricas de cimento e a construção de unidades de preparo do CDRU. Além disso, a iniciativa tem potencial para gerar cerca de 400 novos postos de trabalho, contribuindo para o desenvolvimento econômico da região. As três fábricas de cimento instaladas na região possuem capacidade para consumir anualmente cerca de 200 mil a 300 mil toneladas de CDRU”, explica Daniel Mattos, head de Coprocessamento da ABCP.
Mattos aponta que para o recebimento do CDRU, as fábricas de cimento precisam passar por adequações e os investimentos estão voltados principalmente às instalações de armazenamento, transporte, manuseio, sistema de dosagem e de combustão.
Benefícios do Combustível Derivado de Resíduos Urbanos
Para Mattos, o CDRU representa uma grande oportunidade para o setor cimenteiro e para a sociedade como um todo. “Trata-se de um substituto energético do coque de petróleo, utilizado como combustível para a fabricação de cimento, que traz inúmeros benefícios ambientais e sociais. Com a substituição do coque de petróleo pelo CDRU, é possível reduzir significativamente as emissões de carbono, contribuindo para a mitigação dos impactos das mudanças climáticas”, destaca Mattos.
Além disso, Mattos lembra ainda que o coprocessamento de novas fontes energéticas e renováveis nas fábricas de cimento ajuda a diminuir a quantidade de resíduos dispostos em aterros sanitários, evitando passivos ambientais e problemas de saúde pública.
Na opinião de Mattos, o setor cimenteiro pode colaborar no aumento da vida útil dos aterros sanitários e industriais. “Ademais, fomenta o progresso dos níveis de reciclagem, com a recuperação de áreas contaminadas, além da redução de emissão do gás metano, cerca de 25 vezes mais poluente que o CO2. Portanto, este acordo traz um enorme potencial para ampliar as discussões e achar alternativas viáveis para que os investimentos necessários para uma destinação ambientalmente mais adequada ocorram na cadeia como um todo, trazendo, portanto, benefícios concretos ao meio ambiente e à sociedade”, afirma.
Fonte:
Daniel Mattos é Head de Coprocessamento da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP).
Contato:
Assessoria de imprensa ABCP: daniela.nogueira@fsb.com.br
Jornalista responsável
Marina Pastore
DRT 48378/SP
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