Centenário de Poty Lazzarotto: veja suas obras em concreto

Artista se destacou pelo uso do material em painéis, presentes em diversos espaços públicos do Paraná

Fachada do Teatro Guaíra, em Curitiba (PR), é uma das obras emblemáticas de Poty Lazzarotto.
Crédito: Maringas Maciel/CCTG

Se estivesse vivo em 2024, o artista Poty Lazzarotto completaria 100 anos. Dentre algumas de suas obras mais emblemáticas estão os painéis produzidos com concreto. Alguns exemplos são o mural na Praça 29 de março, intitulado Desenvolvimento de Curitiba; o mural Paraná no Palácio Iguaçu; e a fachada do Teatro Guaíra. 

Para Ernani Maia, arquiteto fundador da MAIA Arquitetura, Poty Lazzarotto foi uma figura importante para a arte brasileira, deixando um legado significativo na gravura e na arquitetura nacional. “Sua importância reside em diversas contribuições que enriqueceram a cultura visual do Brasil. Em primeiro lugar, como mestre da gravura, Poty foi pioneiro ao estabelecer o primeiro curso de gravura no Museu de Arte de São Paulo (MASP), por exemplo. Sua habilidade excepcional nesta forma de expressão captura com autenticidade e profundidade a essência da vida brasileira. Seus trabalhos são, muitas vezes, biográficos e refletem desde suas memórias de infância até retratos dos habitantes e cenários de Curitiba (PR), sua cidade natal”, comenta.

Além de sua contribuição para as artes plásticas, Poty deixou um impacto duradouro na arquitetura brasileira por meio de seus monumentos e painéis. “Seus trabalhos em azulejo e concreto aparente adornam muitos espaços públicos em Curitiba, que se destacam por sua representação do desenvolvimento histórico da cidade. Seus painéis não só celebram a história e a cultura local, mas também refletem a evolução da paisagem urbana e dos seus habitantes ao longo do tempo”, afirma Maia. 

Maia destaca o seu trabalho “Quatro Estações”, que é um mural monumental que cobre toda a fachada do Hotel Nacional Inn, narrando as atividades das estações do ano e incorporando elementos naturais e culturais característicos da região.

“Assim, a importância de Poty Lazzarotto para a arte brasileira reside na sua capacidade de criar obras que são ao mesmo tempo esteticamente cativantes e culturalmente significativas, enriquecendo o panorama artístico e arquitetônico do Brasil”, opina Maia.

Arte em concreto

Maia destaca que trabalhar com arte em concreto apresenta desafios técnicos e estéticos. “Isso porque o concreto é um material robusto, porém moldável, o que permite uma variedade de formas e texturas, mas também exige habilidade para controlar sua consistência e secagem. A técnica geralmente envolve a preparação de moldes, a aplicação de aditivos para aprimorar características como cor e textura, e o trabalho meticuloso durante o processo de cura para garantir a qualidade final da obra”, explica.

De acordo com Maia, a arte em concreto e os painéis murais em argamassa são comumente empregados na arquitetura como elementos decorativos e integrados aos edifícios. “Eles podem ser usados para adornar fachadas de prédios, paredes internas e externas, áreas de lazer, entre outros. A utilização desses elementos permite personalizar e dar identidade aos espaços arquitetônicos, além de proporcionar uma conexão visual com a cultura e história locais”, destaca.

Vale lembrar que há cuidados específicos necessários para a manutenção de obras em concreto. É importante realizar inspeções regulares para detectar danos (como fissuras ou desgaste), tomar medidas preventivas, como a aplicação de revestimentos protetores ou a limpeza adequada para remover sujeira e poluição. Em casos de reparos, é essencial utilizar materiais compatíveis com o concreto original e seguir técnicas adequadas de restauração para preservar a integridade da obra.

Ao usar o concreto, o artista fez a transposição do material utilizado na arquitetura modernista para as artes plásticas modernistas.
Crédito: Daniel Castellano / SMCS

Concreto x arquitetura moderna

Maia lembra que existe também uma relação muito próxima do concreto com a arquitetura moderna, em que ele é muito usado. “O Poty transpôs isso para as artes plásticas de um jeito muito especial. Essa transposição do material utilizado na arquitetura modernista para as artes plásticas modernistas mostra um diálogo muito amistoso entre essas duas instâncias. O concreto é um elemento muito presente na Arquitetura Modernista, no Brasil muito difundido através de grandes expoentes como Niemeyer, Paulo Mendes da Rocha, Vilanova Artigas, entre outros. O bacana da arte do Poty foi criar essa relação com suas intervenções através do mesmo material que caracteriza o movimento moderno no Brasil, criando um diálogo interessante e muito coerente. Ele fez com que a obra de arte se tornasse parte integrante da arquitetura e não um mero adorno”, conclui o arquiteto.

Entrevistado
Ernani Maia é arquiteto fundador da MAIA Arquitetura. É graduado e pós-graduado pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo, Mestre pela Universidade Mackenzie. Destaca-se por diversas pesquisas e artigos acadêmicos nas áreas de Arquitetura e Urbanismo, sobretudo analisando os impactos das novas tecnologias telemáticas e dos conceitos de sustentabilidade nos modos de espacialização da sociedade contemporânea. Professor Universitário dos cursos de Arquitetura e Urbanismo e de Design em várias instituições de ensino e atualmente no curso de pós-graduação do IED (Instituto Europeo di Design- São Paulo). Fundador da InCAD Instituto de Capacitação em Arquitetura e Design. Atua desde 1991 na concepção de projetos de arquitetura, compatibilização, gerenciamento e coordenação de interfaces multidisciplinares.

Contatos
MAIA Arquitetura: atendimento@maiaarquitetura.com.br
Assessoria de Imprensa da MAIA Arquitetura: a.marques@activacomunicacao.com.br

Jornalista responsável
Marina Pastore
DRT 48378/SP

A opinião dos entrevistados não reflete necessariamente a opinião da Cia. de Cimento Itambé. 



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