Venda de imóveis novos supera período da pré-pandemia
Público que mais tem procurado residência nova é o que possui renda entre R$ 7.875,01 reais e R$ 13.492,00 reais
Pequenas, médias e grandes construtoras alcançaram em agosto resultados melhores que os registrados em fevereiro de 2020, no período anterior ao da pandemia de COVID-19. As empresas com faturamento até 9 milhões de reais viram suas vendas crescerem de 39% para 80%. Já as com faturamento entre 9 milhões de reais e 100 milhões de reais tiveram um salto de 68% para 92%. Melhor ainda tem sido o desempenho das que faturam acima de 100 milhões de reais. Para essas, o crescimento saiu de 84% para 97%, na comparação entre o final de fevereiro e os números de agosto.
O público que mais tem procurado imóveis novos é o que possui renda familiar entre R$ 7.875,01 reais e R$ 13.492,00 reais. Esse comprador revelou uma mudança de hábito na escolha de sua nova residência: não dispensa a varanda com multifunções, e que possa abrigar, inclusive, um home office. É o que mostra a 4ª rodada da pesquisa da Brain Inteligência Estratégica, que desde março analisa o comportamento do mercado imobiliário ao longo da pandemia. “Devemos esse crescimento ao fato de que as pessoas, obrigadas a ficarem reclusas em casa, começaram a ver a necessidade de mudança de imóvel”, avalia o economista Fábio Tadeu Araújo, que coordena o estudo.
De acordo com o levantamento, que ouviu consumidores nas cinco regiões do país, em agosto, 40% dos entrevistados manifestaram a vontade de adquirir apartamentos ou casas novas. Desse percentual, 32,5% já estavam no mercado à caça de oportunidades. Com isso, a intenção de compra atual está perto de retornar ao patamar pré-pandemia, quando o indicador estava em 43%. Os dados da pesquisa também mostram que 15% dos entrevistados apontaram que o isolamento interferiu no estilo de imóvel desejado. Por exemplo, 19% responderam que não comprariam uma unidade sem varanda.
Disposição dos bancos privados em baixar juros do crédito imobiliário reforça bom momento do mercado
Outro estudo que vai ao encontro do que detectou a 4ª rodada da pesquisa da Brain Inteligência Estratégica é o realizado pelo Banco BTG Pactual. Os analistas da instituição financeira entendem que o cenário positivo para as construtoras brasileiras está ainda mais reforçado, principalmente depois que os bancos privados decidiram competir com a Caixa Econômica Federal pela oferta de crédito imobiliário com juros baixos. A mais recente iniciativa foi do Itaú Unibanco, que anunciou uma nova linha atrelada à remuneração da caderneta de poupança.
O financiamento corresponderá ao rendimento da poupança mais uma taxa anual de 3,99%, totalizando 5,39% ao ano. “Esse é de longe o financiamento mais barato que já vimos no Brasil, o que é definitivamente uma notícia positiva para o setor”, afirmaram Gustavo Cambauva e Elvis Credendio, autores do relatório divulgado pelo BTG Pactual. Os autores do estudo também entendem que, apesar do impacto causado pela pandemia, as construtoras tendem a fechar 2020 com solidez. “Acreditamos que as construtoras aproveitarão um ano sólido, com maiores vendas e crescimento da lucratividade”, finalizam.
Assista ao vídeo da Brain Inteligência Estratégica
Entrevistado
Reportagem com base na apresentação da 4ª rodada da pesquisa da Brain Inteligência Estratégica, sobre o comportamento do mercado imobiliário na pandemia
Contato
contato@brain.srv.br
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