Síndrome do edifício doente: entenda o que é isso
Problema atinge ambientes com alta umidade, acúmulo de sujeira e poeira, infiltrações e estanqueidade excessiva
Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que 60% dos escritórios no mundo não se enquadram na categoria de arquitetura saudável, ou seja, os prédios onde estão instalados sofrem da síndrome do edifício doente. É quando uma edificação tem problemas com alta umidade, acúmulo de sujeira e poeira, infiltrações e estanqueidade excessiva em relação à qualidade do ar.
Para combater esse mal, engenheiros civis, arquitetos, profissionais de medicina e outros especialistas ligados à saúde se uniram para criar conceitos de arquitetura saudável. Trata-se de medidas que são levadas em conta quando se elabora o projeto de uma edificação. Entre elas, tratamento de temperatura dos ambientes, umidade, luz e tudo que possa influenciar diretamente na vida dos usuários de um ambiente construído.
A concentração de profissionais envolvidos com os estudos sobre a síndrome do edifício doente levou à criação da certificação Healthy Building Certification (HBC). Vinculado à Universidade da Flórida, o HBC concentra-se na tese de que é preciso “projetar de forma saudável”. “Projetar com a arquitetura saudável requer responsabilidades, como uso racional da energia, valorização da sustentabilidade, planejamento ambiental, ergonomia, acessibilidade, paisagismo e materiais responsáveis”, diz a cartilha da certificação.
O HBC se expande nos Estados Unidos, e começa a chegar ao Brasil. O primeiro certificado no país é o biólogo Allan Lopes, fundador do Instituto Brasileiro de Biologia da Construção. Ele também integra organizações internacionais voltadas para o tema e ressalta a importância de engenheiros civis e arquitetos estarem conectados com o conceito de arquitetura saudável. “O profissional se torna diferenciado e aumenta sua competitividade no mercado. Também pode atuar em consultorias e agregar inovações aos projetos”, diz.
Certificações possuem índices que detectam a síndrome do edifício doente
A GBC Brasil, que faz a gestão da certificação LEED no país, também possui um segmento que atua com arquitetura saudável. A certificação WELL Building Standard, por exemplo, é complementar à LEED. A ferramenta foi desenvolvida para atender as demandas por qualidade de vida, saúde e produtividade, aliadas à sustentabilidade ambiental dentro dos espaços construídos.
Segundo Paul Scialla, diretor do WELL Building Institute, a certificação WELL abrange 7 categorias relevantes para a saúde e bem-estar dos usuários de edificações: ar, água, alimento, luz, fitness, conforto e mente. “Espaços certificados WELL podem ajudar a criar um ambiente construído que melhora a alimentação, a condição física, o humor, os padrões de sono, e o desempenho de seus ocupantes”, afirma.
Todas as certificações possuem índices que detectam se uma construção está com a síndrome do edifício doente. Com relação à umidade, se o ambiente estiver com percentual acima de 45%, ele já começa a desenvolver mofo e é considerado “doente”. Quanto à poeira e sujeira, o maior transmissor desses elementos para dentro do ambiente são os calçados. Por isso, cuidado. Infiltrações e vazamentos são igualmente nocivos para prédios e casas e podem “transmitir” doenças aos usuários, através da umidade. Por fim, a estanqueidade também é um problema, pois impede a ventilação natural do ambiente.
Saiba mais sobre as certificações Healthy Building Certification e WELL Building Institute.
Entrevistado
Healthy Building Certification (HBC) e WELL Building Standard (via departamentos de comunicação)
Contato
contact@hbcertificate.com
media@wellcertified.com
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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