Construção civil inicia 2020 com produtividade em alta
Segundo o indicador da FGV, desempenho do setor foi o melhor em comparação a outros segmentos industriais
A construção civil fechou 2019 com crescimento de 3,7% em sua produtividade – índice que mede a eficiência e os métodos de produção. Nos dois últimos trimestres do ano passado, o setor foi o que mais avançou neste quesito, em comparação com outros segmentos da indústria de transformação. Os dados constam do indicador de produtividade do trabalho do IBRE/FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas). Segundo o organismo de pesquisa, o bom desempenho da construção civil impediu que a produtividade global da indústria nacional fechasse o ano com um percentual negativo.
A produtividade na construção ganhou viés de alta desde o segundo trimestre de 2019. Com os ventos da economia soprando favoravelmente em 2020, as projeções indicam que o índice deve se manter em crescimento, podendo se aproximar dos 5% em relação ao ano passado. Para a coordenadora de Projetos da Construção do IBRE/FGV, Ana Maria Castelo, 2020 será decisivo para mostrar se o setor, de fato, está absorvendo mais emprego com carteira assinada e mais tecnologia. “Daqui para frente, com o setor usando mais mão de obra e mais processos produtivos, é que veremos resultados mais consolidados”, avalia.
A economista considera ainda que um crescimento sustentável da construção civil ao longo do ano vai mostrar o quanto o setor investiu em inovações e como isso vai se refletir em ganhos de produtividade. A análise corrobora dados já mostrados por uma série de estudos. Um dos mais recentes é da McKinsey Brasil, o qual aponta que a produtividade na construção civil brasileira tem potencial para melhorar 50%, desde que adotadas boas práticas, novos conceitos e que se invista em tecnologia.
Cresce também a confiança do empresário da construção para investir
Os números que mostram a melhoria da produtividade na construção civil estão relacionados também com o otimismo do setor quanto ao ambiente de negócios para 2020. O mais recente Índice de Confiança do Empresário da Indústria da Construção (ICEI-Construção), divulgado em janeiro pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), atingiu 64 pontos e foi o maior desde dezembro de 2010. A melhora da confiança é confirmada pelo aumento da disposição dos empresários para investir. O índice de intenção de investimentos alcançou 44,4 pontos – o mais alto valor desde setembro de 2014.
O ICEI-Construção varia de 0 a 100 pontos. Quando está acima dos 50 pontos mostra que os empresários estão confiantes. Para a economista da CNI, Dea Fioravante, o otimismo é fruto do novo ambiente econômico no Brasil. “O cenário econômico favorável, com juros baixos e inflação controlada, estimula as pessoas a fazerem as obras que eram adiadas ou até mesmo comprar um imóvel”, analisa. “Isso aumenta a demanda por serviços da construção e tem impacto na propensão dos empresários para investir”, completa. Para a pesquisa, foram ouvidas 493 empresas do setor, de 6 a 17 de janeiro de 2020. Dessas, 177 são pequenas, 206 são médias e 110 são de grande porte.
Veja os estudos do IBRE/FGC e da CNI
Entrevistado
Reportagem com base nos resultados apontados pelo indicador de produtividade do trabalho, do IBRE/FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas), e do Índice de Confiança do Empresário da Indústria da Construção (ICEI-Construção), da Confederação Nacional da Indústria (CNI)
Contato
ibre@fgv.br
imprensa@cni.com.br
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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