Construção civil busca consolidar crescimento no 4º trimestre

Desempenho do setor em outubro, novembro e dezembro tende a confirmar bons números acumulados em 2021

Construção volta a atravessar a fronteira dos 2,5 milhões de trabalhadores atuando formalmente no setor Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Construção volta a atravessar a fronteira dos 2,5 milhões de trabalhadores atuando formalmente no setor
Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil

construção civil vive a expectativa de que neste 4º trimestre de 2021 (outubro, novembro e dezembro) todas as projeções feitas para o setor ao longo do ano venham a se confirmar. Organismos que medem o desempenho da construção civil, como a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), avaliam que o PIB do setor possa fechar o ano entre 4% e 5% Outros segmentos são ainda mais otimistas. A Abramat (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção), por exemplo, projeta que a indústria de fabricantes de materiais de construção possa crescer 8% 

Já o varejo, representado pela Anamaco (Associação Nacional dos Comerciantes de Materiais de Construção), estima que o crescimento tem capacidade para chegar a 16%Entre o final de outubro e o começo de novembro o IBGE divulga o desempenho da construção civil no 3º trimestre (julho, agosto e setembro). O número que for anunciado também vai balizar as expectativas sobre o fechamento de 2021. Vale lembrar que no 2º semestre o PIB da construção cresceu 2,7%, enquanto o PIB nacional recuou 0,1% 

Para os analistas econômicos, a construção civil pode encerrar o ano com números bem mais positivos que os projetados até agora. A assessora econômica da CBIC e do SindusCon-MG, Ieda Vasconcelos, está entre os que fazem previsões otimistas. “A nossa expectativa começou com um crescimento do PIB do setor de 4,5% no início do ano. Depois, passamos para 4%. Voltamos em julho para 4,5%, e essa estimativa já é revista para 5%”, diz. 

Preparação de terrenos para obras e lançamentos imobiliários são sinais de mercado aquecido 

De acordo com Ana Maria Castelo, coordenadora de projetos de construção do FGV IBRE, os sinais de desaceleração registrados em setembro por alguns segmentos não são suficientes para apontar uma inversão do ciclo de crescimento do setor. “Há dois dados relevantes que ainda mostram sinais de aquecimento: o grande volume de preparação de terrenos para novas obras e os lançamentos pelas incorporadoras”, revela Castelo. 

O presidente da Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias) Luiz Antonio França, avalia que a recente decisão da Caixa Econômica Federal, de reduzir as taxas de juros para algumas linhas de financiamento imobiliário, tende a manter o mercado aquecido no 4º trimestre, mesmo em um cenário de inflação alta. “A medida beneficia compradores de todas as faixas de renda. Aumentou a capacidade de endividamento das famílias em 6% e também deve estimular a competitividade entre os bancos que oferecem financiamento imobiliário”, comenta. 

Isso reflete na geração de empregos. No acumulado de 12 meses (outubro de 2020 a setembro de 2021) o saldo de vagas com carteira assinada na construção civil chega a 288.985. Com o bom desempenho, o Novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) mostra que a construção civil brasileira tem atualmente 2.511.526 mil trabalhadores atuando formalmente no setor. “Voltamos a atravessar a fronteira de 2,5 milhões de trabalhadores, o que não ocorria desde 2015”, destaca Ieda Vasconcelos, cuja expectativa é que o 4º trimestre de 2021 impulsione ainda mais esses números. 

Entrevistados 
Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Instituto Brasileiro de Economia da FGV (FGV IBRE) e Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias) (via assessorias de imprensa) 

Contatos
ascom@cbic.org.br
assessoria.fgv@insightnet.com.br
abrainc@abrainc.org.br 

Jornalista responsável:
Altair Santos MTB 2330



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