16/06/2021

Brasília inspira construção da nova capital do Egito

Cidade vai receber a administração pública, para desafogar a superpopulação do Cairo, que chega a 18 milhões

Prédio do parlamento da nova capital administrativa do Egito: principal obra da fase 1 do megaprojeto. Crédito: twitter/Mahmoued Gamal
Prédio do parlamento da nova capital administrativa do Egito: principal obra da fase 1 do megaprojeto.
Crédito: twitter/Mahmoued Gamal

Distante 45 quilômetros do Cairo, está em construção a nova capital administrativa do Egito. A concepção é inspirada na Brasília projetada por Oscar Niemeyer e Lúcio Costa, há 61 anos. Inclusive com uma esplanada de prédios administrativos, culminando no edifício que vai abrigar o parlamento egípcio. A construção da cidade tem 3 fases. A primeira prevê a conclusão para 2022, quando 52 mil funcionários do governo serão transferidos para as novas estruturas; a segunda, em 2030, quando a cidade começará a receber parte dos cidadãos que estão adquirindo imóveis e estabelecimentos comerciais na cidade, e a terceira, em 2050, quando a nova capital administrativa do Egito deverá estar com 6,5 milhões de habitantes 

A fase 1 tem como obra mais importante o prédio do parlamento egípcio. A construção envolve 6.400 operários e 300 engenheiros civis, além de investimento de 58 bilhões de dólares. A execução já consumiu 210 mil m³ de concreto. Na fase 2, o destaque será a conclusão do edifício com 385 metros de altura, que será o maior do Egito e da África. Já a conclusão da etapa 3 terá como símbolo um obelisco com 1.000 metros de altura, e que será a estrutura em concreto mais alta do mundo. Os projetos são do escritório norte-americano de arquitetura Skidmore Owings and Merrill e a execução envolve todas as construtoras do Egito, além da gigante chinesa China State Construction Engineering Corp..  

Sobreposição de viadutos vai permitir que fluxo de veículos trafegue sem interrupção. Crédito: The Arab Contractors
Sobreposição de viadutos vai permitir que fluxo de veículos trafegue sem interrupção.
Crédito: The Arab Contractors

1ª etapa da nova capital administrativa do Egito já consumiu 16,5 milhões de horas de trabalho. A carga horária engloba também as obras de mobilidade que estão em andamento. O projeto inclui a construção de seis viadutos e eixos que evitam a interrupção do fluxo de veículos. Outra característica da cidade é que ela não terá a convivência direta entre pedestres, ciclistas e veículos. As calçadas e ciclovias não cruzam ruas e avenidas e também não obrigam que os usuários tenham que aguardar o fechamento de semáforos para atravessar faixas de pedestres. Não é à toa que a nova capital administrativa do Egito está entre as mais ousadas cidades inteligentes em construção no mundo, segundo a revista Forbes. 

Egito fará controle populacional da cidade, para evitar o que ocorreu em Brasília 

Além dos prédios administrativos, as embaixadas estrangeiras também serão realocadas do Cairo para a nova capital administrativa. Com a transferência, o governo egípcio espera aliviar o congestionamento de veículos e a superpopulação na antiga capital. Cairo tem atualmente 18 milhões de moradores. No entanto, os gestores da cidade em construção alertam que haverá controle populacional para evitar que se repita o que aconteceu em Brasília, que hoje está cercada por bolsões de pobreza no entorno do Plano Piloto. Tanto é que a nova capital foi projetada para ter, no máximo, 6,5 milhões de habitantes. 

Esplanada dos ministérios de Brasília: inspiração para a nova capital administrativa do Egito. Crédito: Ana Volpe/Agência Senado
Esplanada dos ministérios de Brasília: inspiração para a nova capital administrativa do Egito.
Crédito: Ana Volpe/Agência Senado

Não significa, porém, que moradores do Cairo, que não sejam funcionários públicos ou que não trabalhem na nova capital administrativa, não possam frequentá-la. principal ligação entre as duas cidades será por transporte público. Haverá um sistema de monotrilhos que percorrerá 54 quilômetros e terá 21 estações. Outra característica que diferencia a nova capital administrativa do Egito da capital federal do Brasil é que a cidade egípcia tem financiamento majoritariamente privado, enquanto Brasília contou apenas com recursos públicos. Além disso, o projeto de Oscar Niemeyer e Lúcio Costa foi concebido e executado em apenas 5 anos, enquanto o egípcio começou em 2015 e será concluído em 2050. 

Entrevistado
Construtora The Arab Contractors – Osman Ahmed Osman & Co. (detentora da maior parte dos contratos da fase 1 da nova capital administrativa do Egito) e Skidmore Owings and Merrill (via departamentos de comunicação) 

Contato
press@som.com
info@arabcont.com 

Jornalista responsável:
Altair Santos MTB 2330


16/06/2021

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