Casas com impressão 3D se multiplicam no mundo. E no Brasil?

Europa, Ásia e América do Norte dão cada vez mais ênfase à tecnologia que usa o concreto como matéria-prima

Participação da iniciativa privada é imprescindível para que a construção com impressão 3D em concreto avance no Brasil Crédito: Banco de Imagens
Participação da iniciativa privada é imprescindível para que a construção com impressão 3D em concreto avance no Brasil
Crédito: Banco de Imagens

Em Eindhoven, na Holanda, um conjunto habitacional para casais da terceira idade foi projetado para ter predominantemente residências construídas com impressão 3D em concreto. As primeiras 5 casas foram entregues no final de abril de 2021. Na Califórnia, nos Estados Unidos, um bairro sustentável terá apenas casas viabilizadas com a tecnologia 3D em concreto. Na Alemanha, o mercado imobiliário já constrói com impressoras 3D. O mesmo acontece no estado do Texas, nos EUA. E no Brasil 

O país ainda engatinha na tecnologia. As iniciativas se restringem ao universo acadêmico. A melhor vem do Rio Grande do Norte, onde estudantes de engenharia civil da Universidade Potiguar (UnP), em parceria com pós-graduados da UFRN, construíram a impressora e viabilizaram uma casa-protótipo de 66 m² na cidade de Macaíba-RN. Praticamente acabam aí os exemplos. Para o engenheiro de estruturas Luiz Henrique Ceotto, isso se deve ao fato da construção civil brasileira ainda estar fortemente atrelada a processos artesanais 

“Tenho insistido que a industrialização da construção é uma necessidade premente para viabilizar o setor, e que já temos toda a tecnologia disponível no Brasil. Mas infelizmente, não a usamos (…). Precisamos analisar essas tecnologias, suas interferências e complementariedades, com o uso de engenharia e da gestão. Precisamos transformar nossa cadeia de suprimentos (empresas do setor) numa real cadeia de valor. Temos um potencial de multiplicar nossa produtividade por 5 a 10 vezes”, escreve Ceotto, em artigo publicado em sua conta no Linkedin, intitulado O que podemos esperar da impressora 3D para a construção de edifícios?. 

Velocidade torna tecnologia adequada para combater déficit habitacional 

Existe a expectativa de que a impressão 3D em concreto dê um salto no país quando entrar em funcionamento o Hubic – Hub de Inovação e Construção Digital. Parceria entre USP (Universidade de São Paulo) e ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland), o Hubic contará com uma impressora de grande escala para alavancar a tecnologia não apenas para o setor da construção imobiliária, mas também para obras de infraestrutura. Além da entidade universitária e do organismo de classe, o Hubic terá a participação de 14 empresas, o que abre caminho para que as construtoras possam incorporar a tecnologia em suas linhas de produção.  

Por causa da velocidade na construção, a impressão 3D em concreto está se revelando também uma tecnologia adequada para se combater o déficit habitacional. No estado de Tabasco, uma das regiões do México mais vulneráveis a abalos sísmicos, 50 casas foram construídas para atender famílias carentes e outras 200 estão em fase de planejamento. A vila escolhida para o projeto tem média per capita de 3 dólares por dia – cerca de 90 dólares por mês ou aproximadamente 500 reais. O plano tem à frente a ONG chamada New Story, a qual pretende expandir a construção de casas impressas em 3D para outros países da América Latina, inclusive o Brasil. A meta sempre é substituir as obras precárias de favelas e palafitas por residências que combinem durabilidade e sustentabilidade, virtudes incorporadas na tecnologia 3D em concreto. 

Entrevistado
Construtora Michael Rupp Bauunternehmung GmbH, ICON Build, departamento de engenharia civil da Universidade Potiguar, engenheiro de estruturas Luiz Henrique Ceotto, Hubic (Hub de Inovação e Construção Digital) 

Contatos
press@iconbuild.com 
info@bauunternehmung-rupp.de
empreende@unp.br
https://br.linkedin.com/in/luiz-henrique-ceotto
hubic@hubic.org.br 

Jornalista responsável:
Altair Santos MTB 2330



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