Brasil se insere em pesquisas de ponta sobre concreto

Laboratório Sirius permite estudos com luz síncrotron e possibilita desvendar nanoestruturas de materiais cimentícios

Paulo Monteiro no Congresso Brasileiro do Concreto, em Fortaleza-CE: convocando o IBRACON a liderar a nova fronteira de pesquisas sobre materiais cimentícios no Brasil Crédito: Facebook/IBRACON
Paulo Monteiro no Congresso Brasileiro do Concreto, em Fortaleza-CE: convocando o IBRACON a liderar a nova fronteira de pesquisas sobre materiais cimentícios no Brasil
Crédito: Facebook/IBRACON

Professor-titular do departamento de engenharia civil da Universidade da Califórnia-Berkeley (UCB), nos Estados Unidos, o brasileiro Paulo José Melaragno Monteiro foi um dos conferencistas convidados da 61ª edição do Congresso Brasileiro do Concreto, promovido anualmente pelo IBRACON (Instituto Brasileiro do Concreto), e que aconteceu de 15 a 18 de outubro,em Fortaleza-CE. Coautor de um best-seller da engenharia, “Concreto: microestrutura, propriedades e materiais”, em parceria com o professor Kumar Mehta, Paulo Monteiro disse em sua palestra que o Brasil tem uma grande oportunidade de se inserir em pesquisas de ponta sobre o concreto.

Para o pesquisador, que há mais de uma década lidera estudos sobre as nanoestruturas de compósitos cimentícios, o motivo da afirmação está relacionado à recente inauguração do laboratório Sirius – único na América Latina capaz de promover pesquisas com luz síncrotron -, em Campinas-SP. O equipamento permitirá que o país realize pesquisas semelhantes às que já ocorrem em outras nações, além de possibilitar o estreitamento de parcerias com outros centros avançados. “Inclusive lancei o desafio ao IBRACON para que ele lidere essas novas linhas de pesquisa no Brasil”, afirma Paulo Monteiro, que em Berkeley comanda um grupo de pesquisa que usa a luz síncrotron para realizar tomografias tridimensionais de microestruturas de concreto.

Nanotecnologia em breve andará de mãos dadas com a indústria do concreto

No Laboratório Sirius, a luz síncrotron permite que sejam tirados raios-x de alta definição, e que desvendam até a bilionésima parte dos materiais. Isso abre caminho para investigações minuciosas das nanoestruturas do concreto. Segundo Paulo Monteiro, o resultado prático de pesquisas dessa envergadura é que será possível chegar a concretos mais resistentes. “Estamos fazendo novas descobertas sobre a natureza complexa desses compósitos e isso vai nos levar ao aperfeiçoamento desses materiais”, diz o pesquisador, para quem a nanotecnologia em breve andará de mãos dadas com a indústria do concreto. “A nanotecnologia possibilita trabalhar com mais agilidade na busca por materiais mais resistentes”, completa.   

O conteúdo da palestra concedida no 61º Congresso Brasileiro do Concreto é o mesmo que Paulo Monteiro tem proferido em vários outros países: ​​”Caracterização de materiais cimentícios usando radiação síncrotron de raios-X: o que sabemos, o que não sabemos e o que queremos saber”. Ele explica que, ao procurar evoluir a estrutura dos materiais, a indústria da construção civil persegue os bons resultados que outros setores já obtiveram. O uso de fontes de luz síncrotron já beneficiou inúmeros produtos e componentes – desde fraldas para bebês a turbinas para aeronaves, passando por baterias mais duráveis, resistentes e baratas para carros elétricos, celulares e notebooks. A agricultura é outro segmento que obtém avanços com esse tipo de pesquisa. A radiação síncrotron tem sido usada para desenvolver fertilizantes menos prejudiciais ao meio ambiente e à saúde, além de realçar determinados nutrientes em espécies vegetais. 

Entrevistado
Reportagem com base na palestra do professor-doutor Paulo José Melaragno Monteiro, na 61ª edição do Congresso Brasileiro do Concreto, promovido pelo IBRACON

Contatos
monteiro@berkeley.edu
office@ibracon.org.br

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330



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