Mercado imobiliário: 10 mudanças inevitáveis até 2025
Existem modelos em extinção e outros que chegam para ficar, o que deve promover uma “seleção natural” no setor.
Em palestra durante roadshow realizado recentemente pela ADEMI-PR, o estatístico Marcus Araújo, da Datastore, elenca 10 mudanças inevitáveis pelas quais o mercado imobiliário brasileiro irá passar até 2025. As mais significativas, e que segundo o especialista estão em processo de extinção, são as seguintes: fim dos condomínios-clube, fim dos apartamentos com 4 quartos e fim das altas taxas de condomínio. “O consumidor não quer mais pagar por encargos, mas por bons serviços. Quanto mais o condomínio estiver dentro do aplicativo, melhor”, afirma.
Se há modelos em extinção, outros estão chegando para ficar. Entre eles, a varanda gourmet, as plantas projetadas para solteiros convictos e os condomínios pet friendly, ou seja, prédios que não só aceitam animais de estimação como têm uma área exclusiva para eles. A razão é estatística: segundo o IBGE, 75% dos lares brasileiros possuem animais de estimação. “Quem constrói na medida certa para o consumidor a ser conquistado consegue preços mais competitivos”, avalia Marcus Araújo, que acrescenta: “Os empreendimentos, cada vez mais, vão buscar nichos. Isso irá dos prédios habitacionais aos hotéis.”
Para o presidente da Datastore, a forma de construir também sofrerá adequações com as mudanças que o mercado impõe. “São cada vez mais raros os terrenos com grandes dimensões. A tendência é que, a partir de 2025, os espaços para construir fiquem até 50% menores do que conhecemos atualmente. Isso vai exigir projetos inovadores e compactos da engenharia e da arquitetura”, ressalta. O estatístico destaca ainda que a Internet das Coisas, os novos modelos de mobilidade urbana e a sustentabilidade também terão destaque nos projetos. “Portarias que usam QR Code, prédios com sistemas de energia fotovoltaica e alças de embarque para carros de aplicativo são realidade em alguns edifícios e vão se popularizar”, completa.
Frequentemente requisitado para realizar pesquisas de tendência para o setor imobiliário, Marcus Araújo avalia que a adaptação às mudanças em curso vai criar uma “seleção natural” e apontar quem sobreviverá na cadeia de desenvolvimento de produtos imobiliários, incluindo incorporadoras, construtoras e imobiliárias. “O mercado, tradicionalmente, costuma redefinir marcas em períodos de 6 anos a 8 anos. Até 2025, vai sobreviver quem se adaptar às novas tendências”, diz. Para o estatístico, os desafios serão cada vez maiores para o setor. “Entre o período em que é formado até a entrega das chaves, um produto imobiliário leva, no mínimo, 5 anos. É tempo demais para a velocidade das mudanças comportamentais”, reforça.
Marcus Araújo salienta que as incorporadoras e as construtoras não podem mais pensar em um produto sem antes ter pesquisas bem consolidadas em mãos. “É necessário prever o movimento do mercado, usando ferramentas eficazes que antecipem o desejo do cliente. Como projetar um empreendimento em 2019, pensando em 2025? Isso se faz acompanhando as mudanças de comportamento. Um imóvel não fica imune a essas mudanças”, aconselha.
Entrevistado
Reportagem com base em palestra do estatístico Marcus Araújo, presidente da Datastore, em roadshow da ADEMI-PR (Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário no Estado do Paraná), em 2 de abril de 2019
Contato: ademipr@ademipr.com.br
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