Descoberta melhora “DNA” das micropartículas do cimento
Inovação está em dar formas geométricas regulares aos cristais durante o processo de transformação em concreto
Pesquisadores da Rice University, em Houston-Texas, nos Estados Unidos, decodificaram as propriedades cinéticas do cimento e conseguiram programar as partículas microscópicas do material para que elas se arregimentem quando em contato com a água e demais agregados durante o processo de transformação em concreto. A inovação está em dar formas geométricas regulares às partículas na fase de cristalização, em vez de permitir que elas formem aglomerados desordenados, os quais costumam deixar vazios no concreto, por onde penetram as manifestações patológicas – principalmente, as infiltrações.
Com o ordenamento das micropartículas elas podem tomar formas de cubos, esferas ou prismas. Isso possibilita um concreto menos poroso e mais durável. Os pesquisadores batizaram o estudo de “cimento programável” e comparam a descoberta a uma modificação genética no DNA de células. Em escala nano, a equipe à frente da pesquisa conseguiu sintetizar o hidrato de silicato de cálcio (CSH), garantindo-lhe formas específicas. “O cimento programável levará a estruturas mais fortes, que podem ajudar a reduzir as emissões de carbono”, avalia Rouzbeh Shahsavari, professor do departamento de engenharia civil da Rice University.
Ao publicar a pesquisa no Journal of Materials Chemistry A, Rouzbeh Shahsavari explica como sua equipe conseguiu dar forma às micropartículas de cimento. “Técnicas anteriores para ordenar os cristais exigiam altas temperaturas, tempos de reação prolongados e uso de precursores orgânicos, mas nenhuma era eficiente. O que fizemos foi adicionar pequenas quantidades de surfactantes iônicos positivos e negativos e silicato de cálcio à CSH, expondo a mistura a dióxido de carbono e som ultra-sônico. As partículas tomaram forma em 25 minutos. Uma vez que as calcitas se formam, elas acionam as moléculas ao seu redor para se organizarem em cubos, esferas e outras formas”, escreve Shahsavari.
Pesquisa partiu de estudo do Massachusetts Institute of Technology em 2009
Os pesquisadores da Rice University partiram do estudo desenvolvido no Massachusetts Institute of Technology, em 2009, quando foi conseguido decodificar o “DNA” molecular do cimento. Para Rouzbeh Shahsavari, as estratégias desenvolvidas durante o projeto podem ter implicações em outras áreas, incluindo engenharia de tecido ósseo, entrega de medicamentos e materiais refratários, assim como a indústria cerâmica e de colóides.
No entanto, o professor afirma que sua equipe tem foco exclusivo no concreto. “O concreto usado hoje é um material amorfo com porosidade significativa, o que afeta sua força e durabilidade. A nova técnica tem vários benefícios. Um deles é criar um concreto mais forte, por causa do melhor agrupamento das partículas. A outra é que ele vai ser mais durável. Menos porosidade torna o material mais resistente a invasores químicos indesejáveis, permitindo que o concreto faça o trabalho de proteger sua estrutura de aço com mais eficácia”, finaliza.
Acesse a publicação original da pesquisa.
Entrevistado
Rouzbeh Shahsavari, professor do departamento de engenharia civil da Rice University (via assessoria de imprensa da Rice University)
Contato: rouzbeh@rice.edu
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Cadastre-se no Massa Cinzenta e fique por dentro do mundo da construção civil.
Cimento Certo
Conheça os 4 tipos de cimento Itambé e a melhor indicação de uso para argamassa e concreto.
Massa Cinzenta
Cooperação na forma de informação. Toda semana conteúdos novos para você ficar por dentro do mundo da construção civil.
15/05/2024
MASP realiza o maior projeto de restauro desde a sua inauguração
MASP passa por obras de restauro em suas estruturas. Crédito: Assessoria de Imprensa / MASP Quem passa pela Avenida Paulista vem notando uma diferença significativa na…
19/11/2024
Restauração da SC-305 começa a receber whitetopping ainda este ano e deve impulsionar indústrias, agricultura e pecuária
Rodovia terá sub-base de macadame e base de Concreto Compactado com Rolo (CCR). Crédito: Divulgação/SIE Uma importante transformação está em andamento na rodovia SC-305, que…
19/11/2024
Como usar a engenharia para contenção de tsunamis e erosão costeira?
No caso do muro de contenções, planejamento precisa considerar cenários extremos para garantir sua eficácia. Crédito: Envato A engenharia pode desempenhar um papel essencial…
19/11/2024
Tendência em alta: avanço de IA, IoT e robótica na construção permite crescimento das cidades inteligentes
O conceito de cidades inteligentes, com foco em conectividade e sustentabilidade, está ganhando destaque mundialmente. Segundo pesquisa realizada pela Mordor Intelligence, o…
Cimento Certo
Conheça os 4 tipos de cimento Itambé e a melhor indicação de uso para argamassa e concreto.
Use nosso aplicativo para comparar e escolher o cimento certo para sua obra ou produto.
Cimento Portland pozolânico resistente a sulfatos – CP IV-32 RS
Baixo calor de hidratação, bastante utilizado com agregados reativos e tem ótima resistência a meios agressivos.
Cimento Portland composto com fíler – CP II-F-32
Com diversas possibilidades de aplicações, o Cimento Portland composto com fíler é um dos mais utilizados no Brasil.
Cimento Portland composto com fíler – CP II-F-40
Desempenho superior em diversas aplicações, com adição de fíler calcário. Disponível somente a granel.
Cimento Portland de alta resistência inicial – CP V-ARI
O Cimento Portland de alta resistência inicial tem alto grau de finura e menor teor de fíler em sua composição.
Cimento Certo
Conheça os 4 tipos de cimento Itambé e a melhor indicação de uso para argamassa e concreto.
Use nosso aplicativo para comparar e escolher o cimento certo para sua obra ou produto.