No pós-crise, construtoras optam por compartilhar máquinas
Falta de obras entre 2014 e 2018 levou à ociosidade de equipamentos e gerou uma nova cultura: a da locação
O lema das construtoras é “ligar as máquinas e voltar a trabalhar”. Só que as máquinas serão compartilhadas. No entender do setor, a falta de obras entre 2014 e 2018 levou à ociosidade de equipamentos e gerou uma nova cultura: a de que as empresas não querem mais ser donas de máquinas, mas podem locá-las pelo período de execução do projeto e depois devolvê-las. Trata-se de uma tendência que tem duas razões: há muitas máquinas que foram compradas entre 2012 e 2013, e que estão relativamente novas por terem sido pouco usadas no período de crise, e o potencial do mercado de locação de equipamentos para a construção civil.
Quem descreve essa tendência é Eurimilson Daniel, vice-presidente da Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema) e secretário da Associação Brasileira dos Sindicatos e Associações Representantes dos Locadores de Equipamentos, Máquinas e Ferramentas (Analoc). “Isso não é uma tendência no Brasil, mas mundial. O compartilhamento de maquinário é o caminho, assim como já existe os de carros. Muitas empresas que compravam deixarão de comprar para locar. É uma mudança cultural, da compra para o compartilhamento”, diz.
O dirigente lembra que, nos Estados Unidos, no Canadá, no Japão e em alguns países europeus, o mercado de rental fatura o equivalente a 0,25% do PIB em cada uma das nações citadas. No Brasil, está na faixa de 0,06% do PIB. “Isso mostra o quanto ainda temos para crescer neste mercado”, afirma Eurimilson Daniel. Para ele, esta será uma das particularidades de 2019 na cadeia produtiva da construção civil. A outra será preparar o terreno para atender a demanda reprimida por obras de infraestrutura no país. “As obras de infraestrutura geram emprego muito rapidamente e deixam um legado de sustentabilidade econômica nas regiões em que são realizadas”, completa.
Apesar de existir um bom estoque de máquinas para locação, e que estão relativamente novas pelo pouco uso no período de crise, Eurimilson Daniel alerta que a construção civil terá que ir às compras quando as grandes obras forem retomadas. “O mercado de compra de equipamentos no Brasil caiu de 30 mil máquinas por ano no período pré-crise para menos de 10 mil na crise. Ou seja, só o mercado de locação não vai conseguir atender a demanda quando as construções forem retomadas”, alerta.
Veja três razões para locar máquinas
Redução de custos
Optar por alugar equipamentos de construção civil ao invés de comprá-los gera economia não apenas no custo para adquirir a máquina, mas também com a manutenção, com os impostos e com a logística para armazená-la e transportá-la.
Equipamento ideal
Ao alugar equipamentos, a empresa tem acesso à máquina que precisa para o tipo de trabalho a ser executado, sem a necessidade de improvisações. A locação é uma ótima opção para as várias frentes de trabalho em um canteiro de obras.
Manutenção
Locadoras contam com serviços de manutenção específicos para os equipamentos emprestados, o que permite que o construtor mantenha o foco apenas em seu negócio principal, que é a obra.
Entrevistado
Eurimilson Daniel, vice-presidente da Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema) e secretário da Associação Brasileira dos Sindicatos e Associações Representantes dos Locadores de Equipamentos, Máquinas e Ferramentas (Analoc)
Contato: contato@analoc.org.br
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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