Capital de SP tem 33 pontes e viadutos em estado crítico

Maior cidade do país possui 185 estruturas que precisam de inspeções mais rigorosas, porém têm sido proteladas

viaduto
Viga que rompeu no viaduto em São Paulo-SP: caso de descumprimento da norma de inspeção. Crédito: Prefeitura de São Paulo

O viaduto localizado na Marginal Pinheiros, cuja parte de seu tabuleiro cedeu no dia 15 de novembro de 2018, fez acender a luz de alerta na cidade de São Paulo. A própria prefeitura da capital paulista admite que os 185 viadutos e pontes que cruzam o município precisam de inspeções mais rigorosas. Até então, apenas vistorias visuais eram realizadas. Foi o que impediu que se detectasse o problema e, consequentemente, se agisse na prevenção do viaduto que recentemente foi alvo de colapso localizado. Além disso, a estrutura não estava na lista de prioridades da prefeitura paulistana, para quem, antes do acidente, havia outras 33 estruturas em situação crítica, e que ainda carecem de atenção.

Há outro problema que alimenta essa crise: boa parte das pontes e viadutos em risco foi construída há cerca de 40 anos e seus projetos descritivos e executivos encontram-se guardados em depósitos sem nenhuma catalogação. O do viaduto que cedeu na Marginal Pinheiros foi encontrado em um desses locais pelo DER do estado de São Paulo. O viaduto foi construído pelo governo paulista, quando esse assumia integralmente obras viárias desta envergadura. As investigações sobre a construção da estrutura também levaram a um dos engenheiros responsáveis: Roberto Abreu Camargo, de 76 anos, que deu detalhes técnicos do viaduto.

O uso de tecnologias também foi decisivo para que se impedisse a demolição da estrutura.  Além do escoramento, o emprego de macacos hidráulicos permitiu o nivelamento da parte que entrou em colapso com o restante do viaduto. O escaneamento 3D, que possibilita ter uma noção mais completa de toda a obra, também está em uso na recuperação da estrutura. Mesmo assim, o diretor-presidente do IBRACON (Instituto Brasileiro do Concreto), Julio Timerman, avalia que a recuperação completa do viaduto não será possível em menos de quatro meses, ou seja, ele só deve ser liberado para o tráfego em fevereiro de 2019.

IBRACON chama a atenção para o descumprimento da ABNT NBR 9452:2016

Engenheiro civil com especialidade em estruturas de pontes de viadutos, Timerman declarou que os trabalhos emergenciais devem se concentrar na viga, no topo do pilar e nas juntas de dilatação que fazem parte do tabuleiro que sofreu colapso localizado. “Uma viga que fica embaixo do tabuleiro se rompeu. Terá que ser feita a reconstrução dessa estrutura e também do topo do pilar que cedeu. Além disso, será necessário refazer as juntas de dilatação danificadas. Será importante também atenção às anomalias decorrentes da mudança de esforços da estrutura”, declara o diretor-presidente do IBRACON, em entrevista à rádio Band News de São Paulo-SP, após visitar a obra no dia do acidente.

Julio Timerman destacou que existe norma técnica que define prazos para revisões de estruturas como pontes, viadutos e passarelas construídas em concreto. Trata-se da ABNT NBR 9452:2016 – Inspeção de pontes, viadutos e passarelas de concreto. “A questão das inspeções está normalizada. Deve se fazer inspeções periódicas uma vez por ano e a cada cinco anos a estrutura deve passar por uma inspeção especial. Essa inspeção deve mapear fissura por fissura, trinca por trinca e detectar se houve movimentação”, finaliza o engenheiro, na entrevista.   

Ouça a entrevista do diretor-presidente do IBRACON. Clique aqui.

Entrevistado
Reportagem com base em informações divulgadas pelo poder público da cidade de São Paulo e entrevista do diretor-presidente do IBRACON, Julio Timerman
Contato: office@ibracon.org.br

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


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