Engenheiro: profissão do passado, do presente e do futuro
Brasil tem o desafio de adequar suas universidades para passar a formar não apenas engenheiros, mas “engeinovadores”
Dia 11 de dezembro é o Dia do Engenheiro, data reconhecida pelo decreto de lei nº 23.569, de 1933. A data, originalmente, surgiu para homenagear “o profissional responsável por desenhar, projetar e concretizar construções, sejam residências ou prédios comerciais”. Priorizava o engenheiro civil, mas acabou se transformando na data de todas as modalidades da engenharia. Hoje, além do 11 de dezembro, cada especialidade tem uma data específica. Atualmente, existem 34 modalidades de engenharia reconhecidas no país, e tendem a surgir mais.
A data do engenheiro civil, por exemplo, coincide com o do Dia Nacional do Patrono da Construção Civil, por meio da Lei Ordinária 13359/2016. A partir de 25 de outubro de 2016 foi instituído o Dia do Engenheiro Civil, data que o sistema Confea/Crea já comemora desde 2015. Entre os profissionais da engenharia, a engenharia civil é a que mais atrai. Segundo os dados mais recentes do Confea/Crea, que são de 2016, a modalidade tem 273 mil cadastrados no conselho, de um total de 1,5 milhão que integra o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia.
Em 2012, quando a construção civil atingiu seu auge de produção no Brasil, havia uma estimativa de que em 2017 o país estaria formando cerca de 85 mil engenheiros civis por ano, de acordo com o estudo “Formação e Emprego de Engenheiros no Brasil: Tendências Atuais”, divulgado pela Unicamp. No entanto, a crise que atingiu o setor a partir de 2014 desestimulou muitos jovens a abraçar a carreira. Atualmente, o Brasil consegue graduar entre 40 mil e 42 mil profissionais por ano, contando universidades públicas e privadas. É menos de 10% do que países como China e Rússia conseguem formar.
Além de precisar graduar mais engenheiros, o Brasil também tem o desafio de adequar suas universidades para passar a formar não apenas engenheiros, mas “engeinovadores”, como escreve Valter Pieracciani, autor dos livros “Usina de inovações” e “Qualidade não é mito e dá certo”. Ele trata dos profissionais adequados à indústria 4.0. “A indústria 4.0 exigirá ainda que trabalhemos em redes, em oposição às estruturas hierárquicas e rígidas do passado. Os ambientes de P, D & I [Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação] deixarão de ser bunkers e darão lugar a processos colaborativos. Caberá ao engenheiro 4.0, o engeinovador, assegurar que a informação flua em todos os sentidos. Ele terá que aprender a liderar esses fluxos e a atuar como facilitador para que as empresas passem a operar conectadas. Nossa profissão ganhará contornos cada vez mais dinâmicos. Você está pronto?”, questiona o autor.
Veja as engenharias reconhecidas no Brasil
- Engenharia Civil
- Engenharia de Telecomunicações
- Engenharia Química
- Engenharia Biomédica
- Engenharia de Petróleo e Gás
- Engenharia Elétrica
- Engenharia Aeronáutica
- Engenharia de Aquicultura
- Bioengenharia
- Engenharia Ambiental
- Engenharia de Alimentos
- Engenharia Cartográfica
- Engenharia Metalúrgica
- Engenharia de Energia
- Engenharia de Materiais
- Engenharia de Pesca
- Engenharia de Computação
- Engenharia de Controle e Automação
- Engenharia em Agrimensura
- Engenharia Agrônoma
- Engenharia Agrícola
- Engenharia Acústica
- Engenharia de Segurança no Trabalho
- Engenharia de Horticultura
- Engenharia Física
- Engenharia Florestal
- Engenharia de Minas
- Engenharia Naval
- Engenharia Mecânica
- Engenharia Hídrica
- Engenharia Mecatrônica
- Engenharia Sanitária
- Engenharia de Produção
- Engenharia em Tecnologia Têxtil
- Engenharia Industrial Madeireira
- Engenharia Industrial
Fonte: Guia do Estudante
Entrevistado
Reportagem com base em dados do sistema Confea/Crea, no estudo “Formação e Emprego de Engenheiros no Brasil: Tendências Atuais”, da Unicamp e no artigo “O engenheiro 4.0 ou engeinovador”, de Valter Pieracciani
Contato: gco@confea.org.br
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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