Potencial da construção é de 30 milhões de empregos
Fórum sinaliza alternativas para tornar sustentável o segmento da construção civil voltado ao mercado imobiliário
O Incorpora (Fórum Brasileiro das Incorporadoras), que aconteceu em setembro de 2018 na cidade de São Paulo-SP, debateu o futuro da construção diante do cenário do novo governo, que comandará o Brasil a partir de 1º de janeiro de 2019. No entender dos palestrantes convidados pela ABRAINC (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias) medidas que barateiem o crédito e atraiam investidores podem alavancar a retomada do crescimento do setor, que, segundo os analistas, tem potencial para gerar 30 milhões de empregos.
Entre os argumentos, um chamou a atenção. Os debatedores lembraram que Estados Unidos e China já consolidaram o potencial de atrair investidores para a construção civil. Segundo eles, a bola da vez é o Brasil, pois existe um grande delay de obras no país clamando para sair do papel. O próximo governo – estimam os analistas – só precisa dar três passos: oferecer segurança jurídica, ter disciplina fiscal e baixar os juros. “O crédito imobiliário barato é uma das alavancas para impulsionar essa demanda”, sintetiza Luiz Antonio França, CEO da ABRAINC.
Durante o fórum foi traçada uma fotografia do setor imobiliário no Brasil para os próximos 25 anos. A estimativa é de que o país precisará construir 35 milhões de moradias, segundo dados apresentados por Rubens Menin, presidente do conselho da MRV. “Isso é muito mais do que já foi construído, e é fruto do delay demográfico, ou seja, temos um país continental, com mais de 200 milhões de habitantes. Só a China e os Estados Unidos têm características semelhantes e já têm consolidados os investimentos para o setor imobiliário. Agora é a vez do Brasil. Se esse potencial for materializado, podemos gerar 30 milhões de empregos”, diz.
Veja quais são os entraves que encarecem o crédito imobiliário
Para Luiz Antonio França, o Brasil só conseguirá viabilizar recursos para tornar sustentável o segmento da construção civil voltado para o mercado imobiliário se solucionar os entraves que encarecem o crédito. Ele começou lembrando que apenas os recursos do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) e da caderneta de poupança não conseguirão atender essa demanda. “É preciso estimular novos funding e também destravar mecanismos que facilitem o crédito, como o projeto do distrato, que se encontra paralisado no Senado, e o cadastro positivo”, ressalta.
O ministro das Cidades, Alexandre Baldy, lembrou no fórum de outro entrave que, se superado, poderia injetar mais de 700 bilhões de reais no segmento da construção civil. Esse dinheiro está contemplado na medida provisória (MP 844/2018), publicada em julho de 2018, e que atualiza o marco legal do saneamento básico. A MP facilita a privatização de empresas públicas de saneamento, estimula a competitividade no setor e obriga o pagamento de tarifas mesmo sem conexão ao serviço de água e esgoto.
No entanto, ela se encontra parada no Congresso Nacional e, muito provavelmente, terá que ser reeditada pelo novo governo para que volte a entrar em votação. “Essa MP está enquadrada nas perspectivas para 2019. Hoje o capital privado só detém 6% das operações de saneamento básico no Brasil e a medida provisória abre essa janela de oportunidades para zerar o déficit no setor, que está diretamente ligado ao setor da construção imobiliária no Brasil”, resume Baldy.
Assista ao Fórum Brasileiro das Incorporadoras (Incorpora)
>> Abertura
>> Mesa Redonda – Propostas do setor de incorporação imobiliária
>> Painel 1 – Brasil 2019 – Desafios de um setor rumo ao crescimento
>> Painel 2 – O que ainda atrai investidores e até onde vai a disposição para riscos?
Entrevistado
Reportagem com base nos debates ocorridos dentro do Incorpora (Fórum Brasileiro das Incorporadoras), promovido pela ABRAINC (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias)
Contato: comunicacao@abrainc.org.br
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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