Arbo Cabral mostra como se constrói no século 21
Edifício em construção em Curitiba-PR une tecnologia e práticas sustentáveis, do projeto ao canteiro de obras
O edifício residencial Arbo Cabral, em construção em Curitiba-PR, é um modelo de como se viabiliza uma obra no século 21. Ferramentas como o BIM, aliadas a plataformas de compras e indicadores de performance, ajudam a produtividade a se manter em alta. Junto a essas tecnologias, a edificação investe em sistemas construtivos que privilegiam a construção industrializada, utilizando elementos protendidos e concretos especiais.
As obras do Arbo Cabral estão a cargo da Huma Engenharia. Será um edifício de alto padrão, com 21 apartamentos (um por andar) e 30 lajes, considerando subsolos, áreas comuns e pavimentos técnicos. Trata-se de uma construção sustentável, que se credencia a obter a certificação LEED GBC Brasil Condomínio.
Segundo os fundadores da HUMA Engenharia, os engenheiros civis Marlus Doria e Thomas Gomes, a entrega do empreendimento está prevista para outubro de 2020. Com 8.400 m2 de área construída, o Arbo Cabral é um exemplo de que as construções sustentáveis estão se tornando protagonistas também no Brasil. Na entrevista a seguir, os sócios Marlus Dória e Thomas Gomes explicam as características inovadoras da obra. Confira:
Quais inovações tecnológicas foram incorporadas ao projeto do Arbo Cabral?
O projeto do Arbo Cabral, desde sua concepção, foi desenvolvido e compatibilizado na plataforma BIM. O modelo permite antecipar uma série de inconsistências construtivas e extrair quantitativos de materiais e composições com maior precisão, além de permitir simular novas soluções para incorporar ao empreendimento. Para a execução do projeto, há softwares inovadores, como a plataforma de compras Conaz, que consegue agilizar e otimizar uma série de processos internos, mantendo a produtividade da equipe sempre alta, focando em decisões estratégicas e não somente nas operacionais. Na parte de obra, conseguimos desenhar uma estratégia que prioriza a produção, adotando sistemas construtivos, indicadores de performance e contratação de empreitada que estão entre os mais modernos atualmente.
Em que fase encontra-se a obra do edifício e qual o volume de concreto estimado a ser empregado nas estruturas da edificação?
Hoje estamos finalizando a parte de escavação e iniciando os blocos e vigas baldrame da superestrutura. O volume estimado para essa fase é de aproximadamente 2,5 mil m³ de concreto.
O Arbo Cabral usará estruturas de concreto protendido, a fim de reduzir número de pilares, vigas e cargas sobre a fundação?
O Arbo contará com esta solução estrutural em quase todas as lajes do empreendimento. A tecnologia reduz o número de pilares e vigas, deixando o apartamento mais fluido e amplo aos olhos do morador.
Existe o uso de algum tipo de concreto especial, em termos de resistência e durabilidade, previsto para a obra?
A obra conta com soluções estruturais interessantes. Para isso, precisamos contar com o melhor concreto que há no mercado e, por isso, contratamos a Concrebras para produzir três tipos de concretos especiais:
1. Concreto fck – 20 MPa de slump 22±3 cm para as lamelas da parede diafragma (contenção). Este é um concreto bem fluido, pois não há como vibrá-lo, uma vez que ele é aplicado no solo. Desta forma, é necessário um concreto que se adense bem, garantindo a uniformidade da parede.
2. Concreto fck – 35 MPa de slump 10±2 para as lajes protendidas. É um concreto especial, desenvolvido especificamente para estruturas protendidas.
3. Concreto fck – 30 MPa de alta resistência superficial, específico para os pisos das garagens. É um concreto aditivado, que garante que o piso das garagens seja resistente, especialmente na superfície, ao fluxo constante de veículos.
“O Arbo Cabral possui um projeto-piloto junto à Cia. de Cimento Itambé para a logística reversa dos sacos de cimento.”
No canteiro de obras, o Arbo Cabral tem adotado quais práticas de sustentabilidade?
O Arbo Cabral está buscando a certificação LEED GBC Brasil Condomínio, que é o braço brasileiro da certificação internacional, especificamente desenhado para o mercado do Brasil. Para atingir a certificação no nível que desejamos, adotamos uma série de medidas de sustentabilidade no canteiro. Entre elas, instalar lava-rodas para os caminhões que entram e saem do canteiro, impedindo que resíduos de escavação cheguem na rede pública. Também instalamos reservatórios de captação de água da chuva para utilizar em serviços do canteiro, reduzindo o consumo de água. Ainda foram criadas baias específicas para a separação dos resíduos gerados durante toda a obra, além de um projeto-piloto junto à Cia. de Cimento Itambé para a logística reversa dos sacos de cimento utilizados. Por fim, adotamos materiais ambientalmente corretos e certificados por selos internacionais, que garantem a procedência e a sustentabilidade.
Em termos da Norma de Desempenho, o Arbo Cabral busca atendê-la integralmente?
Todos os nossos projetos foram concebidos sob a alçada da nova Norma de Desempenho. A execução seguirá estritamente os projetos e, consequentemente, a norma, garantindo a maior performance possível de utilização da edificação.
No que se refere à eficiência energética, o que o Arbo Cabral incorpora ao seu projeto?
Um dos três pilares que pautam o projeto do Arbo é justamente a sustentabilidade. Ao longo do processo de incorporação, realizaram-se estudos termoacústicos para garantir a maior performance possível ao morador. Optou-se pela utilização de vidros low-e de alta tecnologia, iluminação de LED ativada por sensores em todas as áreas comuns, assim como a implantação de um telhado verde para auxiliar na qualidade do ar ao redor do empreendimento. Executivamente falando, temos todos os requisitos construtivos e de compra de materiais para certificação, além da gestão inteligente de resíduos durante a obra.
Qual a previsão para que o Arbo Cabral tenha sua execução finalizada?
A entrega do empreendimento está prevista para outubro de 2020.
Entrevistado
Engenheiros civis Marlus Doria e Thomas Gomes, fundadores da Huma Engenharia
Contato: thomas@huma.eng.br
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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