Sem tecnologia e comunicação obra está fadada ao prejuízo
Retrabalho, gerenciamento de conflitos e desinformação sobre projeto geram bilhões de dólares de perdas, diz pesquisa
Retrabalho, gerenciamento de conflitos e desinformação sobre o projeto são os problemas que mais geram atraso no canteiro de obras. O uso da tecnologia, facilitando a comunicação e o acesso às informações, é a melhor ferramenta para minimizar o impacto no cronograma. Pesquisa global revela que uma equipe de obras perde 14 horas por semana com retrabalho, gerenciamento de conflitos e na busca de dados do projeto. Só nos Estados Unidos, o impacto desses problemas causa perda anual que passa de 30 bilhões de dólares.
Das 14 horas perdidas semanalmente, os pesquisados disseram que cinco horas e meia são corroídas por causa de pesquisa de dados do projeto e outras informações relevantes para o trabalho. Quase cinco horas se esvaem em resolução de conflitos, incluindo gerenciamento de desacordos entre partes interessadas, como o contratante-geral, proprietários e subcontratados responsáveis pela entrega do projeto.
Outras quatro horas são gastas com atividades relacionadas a retrabalho, como gerenciar os erros em um projeto, avaliar os custos associados da correção e buscar o porquê dos erros terem acontecido. O resultado, segundo a pesquisa, é que, no acumulativo das horas perdidas, o setor da construção civil – globalmente falando – desperdiça pelo menos 177 bilhões de dólares por ano com a mão de obra. Neste custo global, estão incluídas horas sem produtividade, gastos com horas extras para compensar as horas não-produtivas, extensão de contratos de terceiros, pagamento de multas e substituição de equipes.
Não basta apenas oferecer as ferramentas. É preciso ensinar a usá-las
Uma das conclusões da pesquisa é que quase metade de todo o retrabalho no canteiro de obras se deve à falta de comunicação entre os envolvidos no projeto. Em alguns países, esse problema representa de 48% a 56% de todo o retrabalho gerado. Os entrevistados também citaram o que leva à falta de comunicação. Destacam-se: a ausência de respostas dos projetistas aos engenheiros que atuam no canteiro de obras, a incapacidade de aceitar mudanças no projeto e a dificuldade em compartilhar dados do projeto.
Para os coordenadores da pesquisa, essa é a principal barreira a ser vencida. “A falta de comunicação entre os membros da equipe e as informações incorretas ou inacessíveis de que os trabalhadores precisam para realizar a obra estão custando à indústria da construção dezenas de bilhões de dólares anualmente”, diz Jay Snyder, líder de práticas tecnológicas da FMI Corporation – empresa de consultoria dos Estados Unidos contratada para realizar a pesquisa.
O estudo detectou também que 75% dos entrevistados fornecem dispositivos móveis – smartphones ou tablets – para seus gerentes de projeto e supervisores de canteiros de obras, mas que 80% dos que possuem essas ferramentas continuam usando e-mails e telefonemas para conseguir informações sobre os projetos. A conclusão é que não basta apenas oferecer equipamentos, mas treinar os profissionais para que eles saibam explorar as tecnologias. Por outro lado, nos canteiros de obras que aprenderam a se beneficiar das ferramentas móveis e online, o retrabalho reduziu 57%, o gerenciamento de conflitos 58% e a desinformação sobre o projeto caiu 56%.
Entrevistado
Engenheiro de produção Jay Snyder, líder de práticas tecnológicas da FMI Corporation – empresa de consultoria dos EUA (via assessoria de imprensa)
Contato: jsnyder@fminet.com
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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