Pista de teste ajuda a aprimorar pavimento de concreto
Informações coletadas no circuito construído no interior de São Paulo podem aprimorar grau de rigidez e nível de emissão de ruídos das estradas
Do tamanho equivalente a 150 campos de futebol (1,3 milhão de m²) a nova pista de provas para caminhões e ônibus da Mercedes-Benz será também um campo de testes para o pavimento de concreto. Construído em Iracemópolis-SP, o centro de pesquisas funciona como um laboratório a céu aberto para simular as características de durabilidade dos veículos que circularão em diferentes ruas e estradas do Brasil. Cada trecho foi desenhado para testar aspectos específicos dos veículos, como robustez, ruído, segurança e performance off-road.
A trafegabilidade permitirá à fabricante alemã transferir conhecimento para a indústria de pavimento em concreto, sugerindo melhorias que possam causar menor impacto no desgaste dos veículos. Entre as informações que poderão ser repassadas estão o nível de rigidez do concreto e o grooving ideal (estrias transversais feitas no pavimento para melhorar o gripping) para emitir menor ruído dos pneus e gerar um pavimento mais silencioso e flexível. O modelo segue o que já é praticado na pista localizada em Wörth, na Alemanha.
Cada quilômetro das pistas de testes aciona 260 sensores capazes de medir os danos que determinado tipo de pavimento gera nos veículos. O circuito é formado por 16 diferentes tipos de terrenos, num total de 12 quilômetros de extensão. Catorze trechos servem para verificar a durabilidade estrutural dos veículos, uma para medir conforto acústico e térmico e outra, de terra, para a avaliação de veículos que operam fora de estrada, como os extrapesados usados no transporte de cana-de-açúcar, grãos e minérios.
Campo de provas tem 840 diferentes placas de concreto pré-moldado
Foram usadas na pista de testes de durabilidade mais de 840 placas de concreto pré-moldado, que não se repetem e têm exatamente o mesmo perfil das placas que estão nas pistas da Alemanha e na de Madras, nos Estados Unidos. Os elementos para a pista em pavimento rígido foram desenvolvidos na Leonardi, indústria de pré-fabricados localizada no estado de São Paulo, e contou com a assessoria técnica da Abcic (Associação Brasileira da Construção Industrializada do Concreto) e da ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland). Os materiais usados devem assegurar 30 anos de uso das pistas, sem alteração na consistência das placas.
Para projetar o campo de provas, um caminhão-laboratório trazido da Alemanha percorreu 16 mil quilômetros em estradas brasileiras (1.500 quilômetros de trechos off-road) ao longo de 120 dias, coletando dados de diferentes topografias em diversas regiões do país. O veículo circulou com diferentes simulações de cargas, trações e implementos para possibilitar as medições de deformações, deslocamentos, temperaturas e acelerações. Trata-se de dados que podem tanto ser compartilhados com a indústria do pavimento de concreto quanto com a indústria asfáltica, já que a pista tem 18 variedades de pavimentos, entre asfalto, concreto e terra, ao longo de sua extensão.
Entrevistado
Comunicação do grupo Daimler
Contato
dialog@daimler.com
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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