Preço na construção civil se faz com engenharia de custos

Especialista calcula impacto da mão de obra, dos materiais, dos equipamentos e dos impostos sobre o valor de uma obra

Especialista calcula impacto da mão de obra, dos materiais, dos equipamentos e dos impostos sobre o valor de uma obra

Engenharia de custos segue procedimentos normativos e de planejamento. Crédito: Divulgação
Engenharia de custos segue procedimentos normativos e de planejamento. Crédito: Divulgação

A estratégia de preços envolve ampla gama de fatores. Até chegar ao consumidor, o valor de um produto é calculado pelo fabricante, que o repassa ao atacadista, que o repassa ao varejista, que vai repassá-lo para o comprador final. Nesta cadeia, não pode haver exorbitância, mas também não podem deixar de ser calculados gastos com a produção, com a distribuição e outros serviços que envolvam as despesas relacionadas com o bem a ser vendido. Na construção civil, não é diferente. Mas quando se trata de uma obra, é recomendável que a orientação dos preços seja feita por um especialista em engenharia de custos.

O profissional dessa área não é importante apenas para buscar preços de materiais e de mão de obra, mas também para viabilizar projetos sem que eles estourem o orçamento e não comprometam o cronograma. É ele quem aponta o “norte” para que a obra seja executada conforme o planejado. Cabe aos especialistas em engenharia de custos a responsabilidade de prever os seguintes custos para executar o projeto:
– Pessoal: salários, encargos sociais, benefícios e vale-transporte
– Materiais: fornecimento e impostos (IPI e ICMS)
– Equipamentos: fornecimento e impostos (IPI, ICMS, Importação)
– Taxas e seguros: Crea, licenças e seguros
– Transportes

Para definir esses custos, e depois chegar ao preço de mercado do empreendimento, o memorial descritivo da obra é de suma importância. Ele servirá de base para os cálculos matemáticos que vão apontar a sustentabilidade do projeto e a sua execução do início ao fim. “A engenharia de custos dedica-se ao desenvolvimento de normas, padrões e critérios aplicados ao planejamento, execução e acompanhamento de obras, sempre com base em uma série de informações e fórmulas. Nada é empírico ou subjetivo nestes cálculos”, revela o engenheiro civil especializado em custos, Rodrigo Bhering de Mattos, do IBEC (Instituto Brasileiro de Engenharia de Custos).

CUB e INCC, os índices mais importantes para a construção civil

Quando em construção, um imóvel tem dois índices que balizam seu preço: CUB (Custo Unitário Básico da Construção Civil) e INCC (Índice Nacional de Custos da Construção). Principal indicador do setor da construção, o CUB é calculado mensalmente pelos Sindicatos da Indústria da Construção Civil de todo o país, levando em consideração os valores de materiais e de mão de obra, despesas administrativas e equipamentos, como dispõe a ABNT NBR 12.721 – Avaliação de custos unitários de construção para incorporação imobiliária e outras disposições para condomínios de edifícios.

Já o INCC é um dos componentes do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M). É calculado mensalmente pela Fundação Getúlio Vargas, abrangendo desde o primeiro até o último dia do mês, sendo divulgado até o dia 15 do mês seguinte. O INCC é utilizado como base para o reajuste do valor dos imóveis habitacionais em construção, justamente para que acompanhe o aumento do preço dos materiais e da mão de obra – quesitos que mais sofrem alterações ao longo do processo construtivo. O índice também é aplicado nos casos onde há financiamento do imóvel em construção, também conhecido como compra do imóvel na planta. Neste caso, o INCC incide sobre todo o saldo devedor, até a quitação.

Entrevistado
Instituto Brasileiro de Engenharia de Custos (IBEC) (
via assessoria de imprensa)

Contato: ibec@ibec.org.br

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


Massa Cinzenta

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