Exército dos EUA faz casas em 3D para desabrigados
Tecnologia também permite construir instalações militares e, em breve, vai possibilitar erguer barreiras, cais e até pontes
Tecnologia também permite construir instalações militares e, em breve, vai possibilitar erguer barreiras, cais e até pontes
As forças armadas dos Estados Unidos estão empenhadas no programa “Construção Automatizada de Estruturas Expedicionárias” (ACES, da sigla em inglês). Trata-se da construção de casas de concreto com impressão 3D, e que podem ser erguidas em 24 horas. Cada unidade mede 47m2 e o objetivo é atender situações de calamidade e de conflito, oferecendo moradias provisórias para desabrigados por situações climáticas extremas ou por guerras.
O equipamento que imprime as casas pode ser transportado em aviões e caminhões para qualquer região e a vantagem é que a construção oferece melhor conforto e é mais durável que as tradicionais barracas. Em desenvolvimento desde 2013, no Construction Engineering Research Laboratory (Laboratório de Pesquisa de Engenharia de Construção) da U.S Army, o ACES também permite imprimir instalações para operações militares.
À frente do programa, o gerente do laboratório, Michael Case, afirma que o ACES está agregando novas demandas, as quais permitirão ao exército norte-americano não apenas imprimir edificações, mas barreiras, cais e até pontes. A impressora 3D, batizada de B-Hut 3D, foi desenvolvida em parceria com a NASA. Uma das características inovadoras, em relação a outras máquinas similares, é que o equipamento aceita agregados maiores.
Segundo Michael Case, é possível usar agregados de até 3/8’’ (polegadas). “Significa que a máquina pode misturar ao concreto boa parte dos agregados que ela encontrar no terreno em que a impressora for instalada. Isso amplia sua versatilidade e permite gerar estruturas com características mais robustas, sejam elas horizontais ou verticais. Além disso, alivia a carga de material de construção a ser transportada para pôr a impressora em funcionamento. Basicamente, só precisamos levar cimento”, afirma.
NASA quer tecnologia em Marte
Michael Case complementa que, para as forças armadas dos Estados Unidos, a capacidade de imprimir em 3D com concreto feito a partir de agregados de origem local reduzirá em mais de 60% a necessidade de transportar suprimentos extras em missões. “Projetos como este, estão abrindo uma nova porta para que os militares construam em qualquer lugar, reduzindo custos e mão de obra”, diz.
Paralelamente à impressora 3D para construir edificações, a US Army trabalha também no projeto X-FAB. Trata-se do emprego da tecnologia 3D para fabricar peças de reposição para equipamentos de defesa e veículos. O objetivo é reparar máquinas em qualquer lugar.
Para a NASA, a funcionalidade da impressão 3D é fundamental, já que ela entrou na parceria pensando no “Projeto Marte”. O plano da agência é levar uma tripulação ao planeta vizinho até 2030. Outro objetivo do programa ACES é viabilizar a impressora comercialmente. Por isso, o laboratório de engenharia estabeleceu um acordo de pesquisa e desenvolvimento cooperativo com a Caterpillar Inc. “Queremos disseminar a tecnologia que permite construir rapidamente e com segurança, e a impressão em 3D provou que é capaz de fazer as duas coisas”, relata Michael Case.
Entrevistado
Doutor Michael Case, Ph.D em engenharia mecânica e gerente do Construction Engineering Research Laboratory (Laboratório de Pesquisa de Engenharia de Construção) da U.S Army
Contato
Michael.P.Case@erdc.usace.army.mil
Crédito fotos: Mike Jazdyk
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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