Inovação ainda é o grande dilema da construção civil
Setor ocupa espaço relevante na economia nacional, mas resiste a incorporar processos novos de produção para finalmente entrar no século 21
Setor ocupa espaço relevante na economia nacional, mas resiste a incorporar processos novos de produção para finalmente entrar no século 21
Por: Altair Santos
Na edição 2017 da Concrete Show, o engenheiro civil Alexandre Pandolfo – especialista em marketing e desenvolvimento comercial na construção civil – palestrou sobre o “calcanhar de Aquiles” do setor no Brasil: a dificuldade em adotar sistemas inovadores. O especialista apresentou estudo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) o qual mostra a construção civil no fim da fila ao incorporar inovação à sua capacidade produtiva.
De acordo com os dados do IBGE, na média o percentual de inovação da indústria nacional é de 35,7%, enquanto que, no setor da construção civil, limita-se a 29,6%. “Contrasta com seu tamanho. A construção civil representa 8% do PIB. É grande, mas ineficiente na incorporação de tecnologias para aumentar a produtividade”, avalia Pandolfo, que entende ser possível a transformação. “A construção civil tem ativos que vão conduzi-la à inovação”, diz.
O engenheiro civil elencou os pontos positivos da construção civil nacional que podem levar o setor a ter melhor interatividade com a inovação. Entre eles, a capacidade de investimento. Por ano, as empresas da cadeia produtiva injetam 212 bilhões de reais em compras e contratações. Outro ponto relevante é a interação dos profissionais com as redes sociais – um campo naturalmente estimulante à inovação.
Estima-se que atualmente 500 mil trabalhadores vinculados à construção civil tenham cadastro em ferramentas de relacionamento, como Facebook, Linkedin, Instagram e Twitter. Destes, 260 mil são profissionais da engenharia civil e da arquitetura, e com inscrições no Crea e no CAU. Pandolfo enumerou em sua palestra no Concrete Show que há 186 mil empresas nacionais ligadas à cadeia produtiva com potencial para implantar sistemas inovadores.
Para isso, é preciso superar obstáculos, que, de acordo com o especialista, são os seguintes:
– Cadeia produtiva altamente fragmentada, o que inibe a liderança transformadora;
– Baixa colaboração entre construtores e fornecedores, o que reduz o potencial de ganhos múltiplos;
– Baixo investimento em processos e gestão;
– Pouco acúmulo de conhecimento;
– Baixo nível de treinamento.
Investimento em P&D cai
Contribui com esses obstáculos a atual situação da economia brasileira, que acabou impondo uma redução significativa de investimentos em P&D (Pesquisa e Desenvolvimento). Dados da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) revelam que o país destina apenas 1,27% do PIB à inovação, ficando atrás de Rússia, Índia, China e África do Sul – os demais países do BRICS. Em termos comparativos, a Coreia do Sul investe 4% do PIB em P&D.
Para finalizar sua palestra, Alexandre Pandolfo lembrou de ações inovadoras praticadas em outros países, e que podem ser copiadas por empresas da construção civil no Brasil. “Já existem cimenteiras usando energia renovável (eólica e solar) para abastecer sua linha de produção . Da mesma forma, fabricantes de material de construção fomentam startups para pesquisar e testar novos materiais e design em seus produtos. Será que é difícil fazer isso aqui no Brasil?”, questiona.
Entrevistado
Engenheiro civil Alexandre Pandolfo, especialista em marketing e desenvolvimento comercial na construção civil
Contato
pandolfo@uol.com.br
Crédito Fotos: Divulgação e Cia. de Cimento Itambé
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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