Aeroportos abrem portas para gigantes da infraestrutura
Alemã Fraport, francesa Vinci e suíça Flughafen Zürich AG estão envolvidas com megaprojetos nos cinco continentes, e agora chegam ao Brasil
Alemã Fraport, francesa Vinci e suíça Flughafen Zürich AG estão envolvidas com megaprojetos nos cinco continentes, e agora chegam ao Brasil
Por: Altair Santos
O leilão das concessões dos aeroportos de Porto Alegre, Salvador, Fortaleza e Florianópolis abriu as portas do Brasil para três gigantes internacionais especialistas em obras de infraestrutura. A alemã Fraport AG é dona de 13 aeroportos nos cinco continentes. A francesa Vinci é ainda mais ousada: está envolvida em megaprojetos em todo o mundo, que vão desde a estrutura em concreto e aço para encapsular a usina de Chernobyl até a modernização de boa parte da malha rodoviária do Chile. Já a Flughafen Zürich AG também é especialista em gestão de terminais aéreos. Em 2013, participou do consórcio que arrematou o aeroporto de Confins, na região de Belo Horizonte-MG, ficando com 25% das operações.
Com as aquisições, essas gigantes europeias não só pretendem fazer uma degustação do mercado nacional para novos investimentos como reaquecer o debate sobre a entrada de construtoras estrangeiras no país. Além disso, a perda de musculatura que a Operação Lava Jato causou nas chamadas “quatro irmãs” – Odebrecht, OAS, Andrade Gutierrez e Camargo Correa – abriu naturalmente o caminho para que empresas internacionais viabilizem negócios no Brasil. O leilão dos quatro aeroportos foi um exemplo. Pela primeira vez, nenhuma grande empreiteira brasileira participou da disputa. O negócio rendeu R$ 3,72 bilhões ao governo, com ágio superior a 90%, já que a expectativa inicial era de arrecadar R$ 1,46 bilhão.
Vieram para ficar
Juntas, Fraport, Vinci e Flughafen Zürich AG deverão investir R$ 6,61 bilhões nos aeroportos que passarão a administrar. Todos eles têm obras por fazer. Os de Fortaleza, Salvador e Porto Alegre foram parcialmente reformados para a Copa do Mundo de 2014. Já o de Florianópolis, cuja concessão é de 30 anos, prorrogável por mais 5 anos, tende a ser 100% reconstruído. A suíça Flughafen Zürich AG pagou R$ 241 milhões pelo terminal catarinense e tem planos de transformá-lo em referência internacional, aproveitando o potencial turístico de Florianópolis. Atualmente, o aeroporto na capital de Santa Catarina recebe 3,6 milhões de passageiros por ano.
Além do terminal de Florianópolis e o de Belo Horizonte, a Flughafen Zürich AG administra os aeroportos de Zurique – um dos maiores da Europa – e também o de Bogotá, na Colômbia; de Curaçao e dois no Chile (Antofagasta e Iquique). Já a Fraport AG, que tem sede em Frankfurt, na Alemanha, opera aeroportos na Alemanha, na Índia, na Turquia, na Bulgária, no Peru, na Eslovênia, na Rússia, nos Estados Unidos, na China e, agora, no Brasil (Porto Alegre e Fortaleza). No Ceará, a concessão é de 30 anos prorrogável por mais 5 anos e na capital do Rio Grande do Sul é de 25 anos, podendo se estender por mais 5 anos. “Queremos começar a trabalhar logo em Fortaleza e Porto Alegre, aplicando nossa vasta experiência para o desenvolvimento destes aeroportos”, afirmou Stefan Schulte, charmain da Fraport AG. A concessão do aeroporto de Salvador, na Bahia, também é por 30 anos, prorrogável por mais cinco, se a Vinci quiser. Ou seja, as gigantes europeias de infraestrutura vieram para ficar.
Entrevistados
Flughafen Zürich AG (via assessoria de imprensa)
Fraport AG (via assessoria de imprensa)
Vinci Airports (via assessoria de imprensa)
Contatos
rufbereitschaft.presse@fraport.de
info@zurich-airport.com
communication@vinci-airports.com
Crédito Fotos: Divulgação
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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