Novo coração financeiro de NY “flutua” sobre trilhos
Projeto do Hudson Yards está em construção, e envolve complexo de prédios corporativos assentado sobre imensas plataformas de aço
Projeto do Hudson Yards está em construção, e envolve complexo de prédios corporativos assentado sobre imensas plataformas de aço
Por: Altair Santos
Os estaleiros ao longo do rio Hudson estão ganhando a companhia de um novo complexo financeiro, hoteleiro e habitacional em Nova York. Parece inverossímil que edifícios corporativos e residenciais possam conviver com uma área portuária, mas é exatamente isso que o projeto Hudson Yards faz virar realidade na maior metrópole dos Estados Unidos. O conjunto de onze prédios, que agrega ainda shopping center e áreas de convívio, brota sobre plataformas de aço, deixando encobertos os trilhos usados pelos trens que servem os estaleiros da região e de pátio de manobra para os metrôs de NY.
O Hudson Yards estará sustentado por vigas de aço e grandes estruturas de concreto, as quais permitirão que túneis também possam ser construídos embaixo do empreendimento, sem interferir no tráfego dos trens. A área que vai sustentar os prédios é de quase 300 mil m² e envolve o investimento de US$ 20 bilhões. O prédio mais alto do complexo corporativo terá 92 pavimentos. Para sustentar edifícios desta envergadura, as colunas projetadas pelos calculistas pesam 90 toneladas cada uma.
O engenheiro Jim White, que supervisiona o projeto, afirma que toda a plataforma foi concebida a partir dos tipos de edifícios que os investidores do empreendimento imaginaram. A ideia passou por arquitetos e engenheiros, que concluíram que construir prédios com estrutura mista (aço e concreto) seria a melhor solução. “A altura e os sistemas construtivos usados nos edifícios foram cruciais para projetar a plataforma e saber, exatamente, a carga que ela poderia suportar. Apesar dos desafios, não tivemos restrições quanto ao que poderíamos construir”, disse.
Projeto pode ser levado para outras cidades
Os pilares terão, em média, oito metros de altura, para permitir que os trens trafeguem nos trilhos encobertos pela plataforma. As fileiras de pilares estarão distantes 30 metros umas das outras, para não interferir na disposição dos trilhos. Toda a fundação foi pensada para não prejudicar a estrutura ferroviária do local, que já existe há mais de um século e, além de atender os estaleiros, também serve algumas linhas de metrô de Nova York. “É um projeto pioneiro no mundo”, afirma Jim White.
Apesar de ter sua planta em Nova York, o Hudson Yards é um empreendimento multinacional. Investidores europeus e asiáticos estão envolvidos no projeto, assim como alguns milionários sul-americanos. “Naturalmente, um empreendimento tão robusto e ousado como esse, e estimado em US$ 20 bilhões, não ficaria limitado ao mercado imobiliário dos Estados Unidos. Para viabilizá-lo, fomos atrás de todas as fontes disponíveis”, revela Jay Cross, presidente de relacionamento do Hudson Yards.
De acordo com Cross, os investidores já sinalizam otimismo com o retorno financeiro. “As grandes cidades buscam projetos que facilitem a mobilidade e gerem postos de trabalho. Basicamente, o Hudson Yards cumpre essa função. Tanto que existe a ideia de replicá-lo em outras cidades do mundo”, garante.
Entrevistados
Engenheiro civil Jim White, supervisor das obras do Hudson Yards, e Jay Cross, presidente de relacionamento do Hudson Yards (via assessoria de imprensa do empreendimento)
Contato
press@hudsonyardsnewyork.com
Crédito Foto: Hudson Yards
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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