Previsão de crescimento sustentável a partir de 2020
Sondagem com setores da cadeia produtiva da construção têm a expectativa de que cenário comece a mudar a partir do 3º trimestre de 2017
Sondagem com setores da cadeia produtiva da construção têm a expectativa de que cenário comece a mudar a partir do 3º trimestre de 2017
Por: Altair Santos
Construtoras, incorporadoras, fabricantes de equipamentos para a construção civil têm opiniões consensuais quando instigados a fazer projeções sobre a recuperação do mercado brasileiro. Para eles, o crescimento sustentável só será atingido em 2020. “Até lá, a recuperação será lenta. Um crescimento consistente só será sentido em 2020”, diz o consultor econômico Brian Nicholson, após coordenar sondagem junto a alguns setores da cadeia produtiva.
A expectativa é de que o viés de alta recomece no terceiro trimestre de 2017. Isso porque, 2016 foi pior que as projeções mais pessimistas. “De acordo com o que foi apurado, 2/3 dos empresários da construção civil já começaram o ano pessimistas. Ao longo dos meses, esse ambiente contaminou a todos. Em março, praticamente 100% já previam números piores para 2016 que as projeções apontavam”, afirma Brian Nicholson, que ancorou sua avaliação em estudo recente da Fundação Getúlio Vargas (FGV), intitulado “Cenários para a indústria brasileira de materiais de construção (2016-2025)”.
Baseado na expectativa de confiança dos empresários do setor, e também nos projetos do país para tornar realidade obras de infraestrutura de que o Brasil carece, a FGV estima que o crescimento sustentável da construção civil será alcançado em 2025. A previsão mais otimista da sondagem feita por Brian Nicholson (de que a estabilidade possa ser alcançada em 2020) se deve ao fato de que alguns segmentos avaliam que o processo para destravar empreendimentos como rodovias, portos, aeroportos e ferrovias – principalmente atraindo investidores estrangeiros – possa se dar até 2018.
Lava Jato
No entender dos que opinaram na sondagem realizada pelo consultor econômico, o ano de 2019 seria de amadurecimento dos projetos, a fim de que eles pudessem ser colocados em prática em 2020. Até lá, a cadeia produtiva da construção civil também espera que a operação Lava Jato tenha sido concluída, para que novos parâmetros de licitações para obras públicas sejam definidos. “Há o entendimento de que a Lava Jato trará mudanças comportamentais para o país, valorizando o compliance (cumprimento de normas legais e disciplinas para os negócios) dentro das empresas e nos contratos com o poder público”, relata Brian Nicholson.
Outro sentimento do setor é de que o ajuste fiscal que o governo federal colocou em andamento, e que deve se estender aos governos estaduais, dê fôlego para que obras paralisadas possam ser retomadas a partir de 2017. Recentemente, Brasília anunciou a reativação de 1.600 empreendimentos, entre 5 mil que dependem exclusivamente de investimentos federais. No entanto, estima-se que existam pelo menos mais 8 mil obras interrompidas no país, e que precisam da contrapartida de estados e municípios. A maioria estaria relacionada com o saneamento básico e poderiam movimentar R$ 300 bilhões. “É um segmento que pode atrair Parcerias Público-Privadas (PPPs) e gerar um ambiente positivo a partir do próximo ano”, projeta Brian Nicholson.
Entrevistado
Economista Brian Nicholson, consultor econômico da Sobratema (Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração)
Contato
sobratema@sobratema.prg.br
Crédito Foto: Cia. Cimento Itambé
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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