Infraestrutura precária dá prejuízo de R$ 151 bi/ano

Precariedade em estradas, portos e aeroportos brasileiros equivale quase ao rombo fiscal deixado de herança pelo governo Dilma Rousseff

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Por: Altair Santos

Estudo da GO Associados revela que o Brasil perde anualmente, com a precariedade de sua infraestrutura, quase o equivalente ao déficit fiscal herdado do governo Dilma Rousseff. O rombo nas contas públicas, de acordo com o que foi aprovado no Congresso Nacional, chegou a R$ 170,5 bilhões para 2016. Já o déficit de obras de infraestrutura causa um prejuízo de R$ 151 bilhões por ano, segundo o levantamento. “O Brasil precisa de um novo ambiente de negócios para atrair investimentos em infraestrutura e romper essa trava ao crescimento”, diz o doutor em economia Gesner de Oliveira, e consultor da GO Associados.

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Além de não conseguir estimular o capital estrangeiro a investir em infraestrutura no país, o governo brasileiro tem uma das mais baixas taxas do mundo em investimento no setor. Mesmo quando a economia estava no auge, o Brasil destinava apenas 2,2% do PIB para a infraestrutura, enquanto a média mundial é de 3,8%. “É por isso que nossa economia está entre as dez maiores do mundo, mas quando se analisa o ranking de desempenho da infraestrutura estamos abaixo da centésima posição”, cita Venilton Tadini, presidente-executivo da ABDIB (Associação Brasileira de Infraestrutura e Indústrias de Base).

O dirigente alerta que sem equacionar a questão da infraestrutura o Brasil não conseguirá se inserir na economia global. “O Brasil está em um impasse. Para ter PPPs (Parcerias-Público Privadas) precisa atrair o mercado de capitais e os fundos de pensão. Mas o governo concorre com ele mesmo quando oferece taxas de juros acima de 14% para manter o capital especulativo aqui, ou seja, quem poderia investir em infraestrutura ganha com o dinheiro parado”, destaca Venilton Tadini, em recente conferência entitulada “Desafios da infraestrutura e o papel da iniciativa privada para a retomada do crescimento”.

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Venilton Tadini ainda destaca que o “modus operandi” que viabilizava obras de infraestrutura no Brasil está esgotado. “Ele se baseava no financiamento do BNDES e na captação das empreiteiras. Mas a Operação Lava Jato comprometeu essa fórmula. O país precisa atrair novos players, e eles estão fora do país”, esclarece. O presidente-executivo da ABDIB também elenca dois obstáculos que ajudam a atrasar ainda mais um novo ambiente de negócios. Um deles são os licenciamentos ambientais, que atrasam demasiadamente as obras; o outro, a urgente adoção do seguro de performance nas licitações, o qual leva a empreiteira vencedora a prestar contas da execução do projeto à seguradora.

Enquanto o país não desata os nós para atrair novos investimentos, Venilton Tadini lembra que o Brasil já licitou um lote de concessões que podem colocar R$ 15 bilhões na economia quando o governo quiser. Ele também cita que existe um novo pacote esperando ser destravado, e que soma R$ 20 bilhões. “É um estoque de R$ 35 bilhões que ajudaria o país a começar a andar de novo, pois precisamos tirar a economia da inércia. Senão, daqui a pouco não teremos indústria para usufruir da infraestrutura”, afirma.

Entrevistados
Economistas Gesner de Oliveira, consultor da GO Associados, e Venilton Tadini, presidente-executivo da ABDIB (Associação Brasileira de Infraestrutura e Indústrias de Base)
Contatos
contato@goassociados.com.br
abdib@abdib.org.br

Créditos Fotos: Divulgação/GO Associados

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


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