Argamassa estabilizada soluciona logística da obra
Material tem controle tecnológico e melhora a produtividade de uma das etapas críticas no canteiro de obras, que é a alvenaria
Material tem controle tecnológico e melhora a produtividade de uma das etapas críticas no canteiro de obras, que é a alvenaria
Por: Altair Santos
A etapa de vedação da alvenaria com argamassa é uma das mais críticas no canteiro de obras. Se não houver controle na produção do material, o risco de o cronograma ser afetado é grande. Não é raro acontecerem atropelos nesta fase, como conta o professor Marco Antônio Pozzobon, do curso de engenharia civil da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), no Rio Grande do Sul. “É comum os operários chegarem às 7h30 no canteiro e não ter argamassa para trabalhar, pois a equipe de produção ainda está preparando o material. Às vezes, o atraso pode chegar até a três horas, encavalando os trabalhos”, diz o especialista, cuja ênfase está no controle tecnológico de argamassas industrializadas.
Ao palestrar recentemente no Construction Summit, que aconteceu em São Paulo-SP, de 15 a 16 de junho, Marco Antonio Pozzobon revelou que para não perder o controle desta etapa da obra, as construtoras têm buscado novas tecnologias e processos, como é o caso do sistema de argamassa úmida estabilizada. “Ela soluciona um problema recorrente nos canteiros de obras, além de oferecer maior qualidade, pois possui controle tecnológico. Afora isso, melhora a produtividade das equipes de alvenaria, geralmente uma etapa crítica dos sistemas de vedação das edificações, principalmente as verticais”, explica. “A argamassa pronta melhora toda a logística de produção no canteiro”, completa.
Boa parte das argamassas industrializadas suporta até 36 horas sem perder qualidade. Aditivos incorporadores de ar e estabilizadores garantem as características do produto, além da qualidade das demais matérias-primas, como areia peneirada, cal e cimento, cujo processo de dosagem e mistura tem um controle muito superior às argamassas produzidas no canteiro de obras. “Isso reflete no melhor desempenho térmico e acústico das paredes, assim como o contrapiso sobre as lajes, já que a argamassa usinada propicia um revestimento mais qualificado”, revela Pozzobom, destacando ainda que a argamassa úmida estabilizada pode ser produzida atendendo a parâmetros estabelecidos pelos projetistas.
Menor desperdício e custo controlado
Além dos benefícios dentro do canteiro de obras, o uso de argamassa industrializada também permite controlar melhor o custo do empreendimento. “É possível medir o consumo de argamassa na obra, através das caixas específicas para receber o material, o que reduz sensivelmente o desperdício e melhora o controle. Tudo isso significa economia”, define. Marco Antonio Pozzobon destaca ainda que o produto é especialmente indicado para empreendimentos localizados em grandes centros urbanos, onde há restrições de tráfego. “Neste caso, é possível executar a logística de entrega em horário fora do convencional – na madrugada, por exemplo, desde que as obras se preparem para isso”, diz.
Segundo o especialista, o fornecimento de argamassa úmida estabilizada é diferente do processo de entrega do concreto, ainda que o meio de transporte seja o mesmo: caminhões-betoneiras. “No caso do concreto, o cliente, normalmente, compra a betoneira cheia, ou até mais de uma, dependendo do tamanho da obra. Já uma betoneira de argamassa, na maioria das vezes atende mais de um cliente. Dos 10 m³ que um caminhão carrega, ele pode deixar 5m³ em um cliente, 3m³ em outro e 2m³ em outro. Isso ocorre porque o fornecimento de argamassa para o canteiro é diário, até que toda a demanda do material na obra seja suprida”, explica. “Um caminhão pode fazer a entrega na madrugada, o material será usado durante todo o dia e na outra madrugada a betoneira passa para repor o material a ser usado no dia seguinte”, exemplifica.
O especialista finalizou sua palestra dizendo que, dependendo do tipo de obra, o uso de argamassa úmida estabilizada melhora a produtividade em 25% e reduz o custo em 6%, comparativamente à produção de argamassa dentro do canteiro de obras.
Veja aqui o conteúdo da palestra.
Entrevistado
Engenheiro civil Marco Antonio Pozzobom, professor do curso de engenharia civil da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), com ênfase em concreto, revestimentos argamassados e sistemas construtivos não-convencionais
Contato
mpozzobon@unisc.br
marco.pozzobon@gmail.com
Créditos Fotos: Divulgação/Construction Summit
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Clique no player abaixo e ouça o áudio da palestra.
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