Belo Monte transforma Altamira para o bem e para o mal

Hidrelétrica expande receitas do município paraense e multiplica população. Porém, má gestão não consegue viabilizar qualidade de vida

Hidrelétrica expande receitas do município paraense e multiplica população. Porém, má gestão não consegue viabilizar qualidade de vida

Por: Altair Santos

Assim como a obra de Itaipu transformou a cidade de Foz do Iguaçu, no Paraná, Belo Monte vem transformando Altamira, município paraense que é o maior do Brasil em área (159.695,938 km²). Em sete anos, a construção da hidrelétrica praticamente duplicou a população da cidade. Beneficiada pelo plano de compensação sócio-ambiental que o consórcio Norte Energia teve que assinar para viabilizar a usina, Altamira já recebeu investimento direto de R$ 3,092 bilhões – equivalente a 10% do custo de Belo Monte.

Estação de tratamento de esgoto contrasta com falta de água encanada nas casas
Estação de tratamento de esgoto contrasta com falta de água encanada nas casas

Esse dinheiro foi investido diretamente na infraestrutura do município. Em tese, saúde, saneamento e habitação foram os mais contemplados. Até 2019, a obra de Belo Monte tende a ser o principal ativo econômico do município. Quando a hidrelétrica ficar pronta, ela continuará encabeçando o orçamento do município com os royalties. Assim como Foz do Iguaçu, há mais de 40 anos, e que até hoje tem a usina de Itaipu como sua principal fonte de arrecadação.

Orçada em R$ 26 bilhões, Belo Monte será a terceira maior hidrelétrica do mundo em potência, atrás da chinesa Três Gargantas e de Itaipu. O cronograma de conclusão da obra atingiu 90%, e em fevereiro de 2016 entrou em operação a primeira das 18 turbinas. Esse equipamento tem capacidade de gerar 611,1 megawatts (MW). Quando estiver em operação plena, a hidrelétrica no rio Xingu vai produzir até 11,233 mil MW.

O potencial de Belo Monte é diretamente proporcional aos desentendimentos entre o consórcio Norte Energia e o poder público de Altamira, por conta do plano de compensação para minimizar impactos ambientais e sociais. Houve o comprometimento de se investir R$ 300 milhões em saneamento básico, além de um aterro sanitário, que inexistia no município. No quesito saúde pública, foram construídos quatro hospitais e reformados outros três. Idem em educação, onde 270 novas salas de aula deveriam reforçar o atendimento a 22 mil alunos.

Hospital construído com recursos do plano de compensação precisa de médicos para entrar em funcionamento
Hospital construído com recursos do plano de compensação precisa de médicos para entrar em funcionamento

Falta gestão pública

Boa parte das obras já foi entregue pela Norte Energia, mas elas ainda não conseguem levar qualidade de vida à população de Altamira. O motivo está na gestão dos empreendimentos. O poder público do município alega não ter recursos para equipar os empreendimentos e contratar profissionais, como professores e médicos. Assim, hospitais prontos ainda não estão atendendo e salas de aulas novas não recebem alunos. O mesmo acontece com o saneamento básico. Ainda que haja uma nova estação de tratamento de água e esgoto na cidade, falta encanamento nas ruas para levar esses benefícios às casas.

Em recente nota oficial, em função de reportagens publicadas na imprensa, a Norte Energia afirma que não cabe a ela fazer a gestão dos equipamentos entregues, e às prefeituras de Altamira e outros municípios menores no entorno de Belo Monte. “É inegável que pouquíssimos municípios brasileiros receberam tantos avanços e obras em tão pouco tempo, sem contar os mais de R$ 300 milhões em tributos municipais pagos na região”, diz o documento. Enquanto o impasse não se resolve, a população paraense espera que a hidrelétrica não gere apenas energia elétrica, mas também bem-estar social.

Entrevistados
Norte Energia S.A (via assessoria de imprensa)
Prefeitura de Altamira-PA (via assessoria de imprensa)

Contato
imprensa@norteenergiasa.com.br
ascom@altamira.pa.gov.br

Créditos Fotos: Regina Santos/Norte Energia

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


Massa Cinzenta

Cooperação na forma de informação. Toda semana conteúdos novos para você ficar por dentro do mundo da construção civil.

Veja todos os Conteúdos

Cimento Certo

Conheça os 4 tipos de cimento Itambé e a melhor indicação de uso para argamassa e concreto.
Use nosso aplicativo para comparar e escolher o cimento certo para sua obra ou produto.

Cimento Portland pozolânico resistente a sulfatos – CP IV-32 RS

Baixo calor de hidratação, bastante utilizado com agregados reativos e tem ótima resistência a meios agressivos.

Cimento Portland composto com fíler – CP II-F-32

Com diversas possibilidades de aplicações, o Cimento Portland composto com fíler é um dos mais utilizados no Brasil.

Cimento Portland composto com fíler – CP II-F-40

Desempenho superior em diversas aplicações, com adição de fíler calcário. Disponível somente a granel.

Cimento Portland de alta resistência inicial – CP V-ARI

O Cimento Portland de alta resistência inicial tem alto grau de finura e menor teor de fíler em sua composição.

descubra o cimento certo

Cimento Certo

Conheça os 4 tipos de cimento Itambé e a melhor indicação de uso para argamassa e concreto.
Use nosso aplicativo para comparar e escolher o cimento certo para sua obra ou produto.

descubra o cimento certo