Robô-pedreiro pode assentar mil tijolos por hora
Expertise do equipamento é assentar tijolos, seja em casas ou em prédios com poucos pavimentos. Invenção é da australiana Fastbrick Robotics
Expertise do equipamento é assentar tijolos, seja em casas ou em prédios com poucos pavimentos. Invenção é da australiana Fastbrick Robotics
Por: Altair Santos
Em um ano, a australiana Fastbrick Robotics promete lançar no mercado o Hadrian. Trata-se de uma máquina inteligente, que opera de acordo com a planta em 3D (BIM ou CAD) implantada em sua memória. A expertise do equipamento é assentar tijolos, seja em casas ou em prédios com poucos pavimentos. O alcance de seu telescópio articulado é de 28 metros e, segundo o fabricante, pode assentar mil tijolos por hora, seja em paredes estruturais ou de vedação.
Hadrian leva esse nome em homenagem ao imperador Adriano, que governou no período em que foi erguido o Panteão de Roma. Mas, para popularizar a invenção, a própria fabricante já passou a chamar a máquina de robô-pedreiro. Na verdade, ela substitui uma equipe de operários, pois consegue trabalhar 20 vezes mais rápido do que um humano, na mesma tarefa.
Pela projeção da Fastbrick Robotics, quando chegar ao mercado o robô estará ajustado para auxiliar na construção de até 150 casas com 100 m² por ano. Por causa de seu longo telescópio, também virá programado para atender demandas em edifícios com até 8 pavimentos. “O Hadrian reduz o tempo total de construção de uma casa padrão em aproximadamente seis semanas”, diz o CEO da fabricante, Mike Pivac.
O diretor da Fastbrick Robotics também tenta minimizar a versão de que a máquina poderá causar desemprego no setor da construção civil. “No nosso entender, não tira empregos de humanos. Na Austrália, por exemplo, esse tipo de mão de obra, o de assentador de tijolos, está desaparecendo, pois é pouco qualificada. O Hadrian abrirá espaço no canteiro de obras para profissionais com mais especialidades”, avalia.
Maior precisão, menor desperdício
O robô não apenas ajusta o tijolo, como requer a planta, como também coloca a argamassa e verifica o nivelamento. “O sistema de navegação e de estabilização gera precisão milimétrica. Nos testes, o maior desnível que encontramos foi de 0,5 milímetros. Além disso, em uma casa-padrão, com 100 m², a máquina gerou economia de 30% no consumo de argamassa e volume de resíduos 95% menor se comparado a um humano”, observa Mike Pivac.
O CEO da Fastbrick Robotics afirma ainda que, por causa do elevado nível de precisão do robô, o acabamento fino – ou seja, a colocação do revestimento das paredes – pode ser iniciado logo que o assentamento de tijolos esteja concluído. Mike Pivac garante também que o equipamento é ajustável a qualquer tipo de tijolo, seja ele cerâmico ou bloco de concreto. “A máquina se adapta ao projeto que é gravado em sua memória e ao tipo de material por ele definido”, assegura.
Para Pivac, a chegada da robótica na construção civil é algo inevitável. “O setor, por muitas décadas, se acomodou com processos rudimentares, mas a cobrança por produtividade exige essa evolução. Comparando com a indústria automobilística, ficamos muito para trás. Acredito que o Hadrian é um passo importante para uma nova era na construção civil”, finaliza.
Confira animação que mostra o robô-pedreiro em ação
Entrevistado
Engenheiro mecânico Mike Pivac, CEO da Fastbrick Robotics
Contatos
info@cygnetcapital.com.au
www.fastbrickrobotics.net
Créditos fotos: Divulgação/Fastbrick Robotics
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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