Mestre de obras: ele ainda é imprescindível
Entre 2009 e 2013 havia falta deste profissional no mercado, o que elevou a média salarial. Hoje, um especialista ganha entre R$ 3 mil e R$ 10 mil
Entre 2009 e 2013 havia falta deste profissional no mercado, o que elevou a média salarial. Hoje, um especialista ganha entre R$ 3 mil e R$ 10 mil
Por: Altair Santos
Imaginou-se que os novos sistemas construtivos pudessem substituí-los. Mas os mestres de obras estão mais imprescindíveis que nunca. Principalmente nas construtoras que prezam pela qualidade do empreendimento e pela organização no canteiro de obras. É aí que a experiência destes profissionais faz a diferença, pois são eles os encarregados pela leitura da planta e pela administração do pessoal da obra, além de ter a visão global do que está em construção. Depois do engenheiro-responsável, o mestre de obras é a figura mais importante no canteiro. Afinal, ele é quem comanda a execução do trabalho.
Entre 2008 e 2013, quando a construção civil esteve com atividade intensa, os mestres de obras se tornaram escassos. Consequentemente, os salários dos profissionais disponíveis no mercado se valorizaram. Atualmente, o especialista recebe entre R$ 3 mil e R$ 10 mil, dependendo da região do país em que trabalhe, do tempo de experiência e de suas especialidades. Não é à toa que muitos operários que têm entre três e cinco anos atuando em canteiros de obras passaram a buscar escolas que formam mestres de obras. “O curso tem duração aproximada de 14 meses e conta com aulas teóricas e práticas. O conteúdo envolve várias áreas de conhecimento específico, que vão desde a alvenaria até a hidráulica e a elétrica”, explica Evandro Pinotti, CEO do grupo Resolve Franchising, detentor da marca Instituto da Construção.
Informalidade
Como o curso está concentrado em atividades práticas, Evandro Pinotti afirma que os novos mestres de obras não deixam de ter o respeito da equipe por serem novatos. “O respeito da equipe vem na demonstração do conhecimento. Somado a isso, é muito importante desenvolver habilidades de comunicação e de relacionamento com os demais profissionais envolvidos na obra, como engenheiros e arquitetos, além de ter um olhar atento e cuidadoso aos detalhes e à estética do que é construído. Isso garante qualidade, sem desperdício de materiais”, resume Pinotti, que lembra que entre os seus alunos há estudantes de engenharia e de arquitetura. “Eles buscam aulas práticas e como aprender a se relacionar com os operários e os demais mestres de obras”, explica.
Não existe uma regulamentação para a profissão de mestres de obras. Há muitos práticos no mercado – aqueles que aprenderam a profissão dentro do canteiro de obras. Por isso, o índice de informalidade no setor é grande, o que gera dificuldade até no levantamento de estatísticas sobre a quantidade de profissionais que atuam no Brasil. Recentemente, também por causa da escassez de profissionais no mercado, as construtoras passaram a contratar técnicos em edificação para as vagas de mestre de obras. Principalmente, as empresas que investiram em novos sistemas construtivos, mecanização, ganho de produtividade e redução de mão de obra. Mesmo assim, os mestres de obras estão longe de serem extintos. “Ele é imprescindível, sobretudo se tiver mais de cinco anos de experiência, independentemente das técnicas adotadas no canteiro de obras”, finaliza Evandro Pinotti.
Entrevistado
Evandro Pinotti, CEO do grupo Resolve Franchising, detentor da marca Instituto da Construção
Contato: sp.cidadeademarcomercial@institutodaconstrucao.com.br
Créditos Fotos: Divulgação
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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